Modelo de Contestação em Ação de Despejo com Contrato Verbal: Defesa da Ré por Ausência de Provas e Ilegitimidade Passiva

Publicado em: 19/02/2024 Civel
Contestação apresentada por locatária idosa em ação de despejo com contrato verbal, argumentando pela ausência de comprovação de danos materiais ao imóvel, desgaste natural devido ao tempo, e ilegitimidade passiva de terceiros (filha e genro). Baseada no Código Civil, CPC e jurisprudência do STJ e TJSP, a defesa requer a improcedência dos pedidos da autora, extinção parcial do processo e condenação em custas processuais.

CONTESTAÇÃO

AÇÃO DE DESPEJO - CONTRATO VERBAL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________.

Processo nº ____________

R. M. dos S., brasileira, viúva, aposentada, portadora do RG nº ____________ e CPF nº ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, vem, por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, CEP ____________, endereço eletrônico ____________, nos autos da Ação de Despejo movida por A. F. de S., apresentar a presente CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A autora ajuizou a presente ação de despejo alegando que o imóvel locado sofreu danos materiais e que houve inadimplemento contratual. Contudo, a narrativa apresentada não condiz com a realidade dos fatos.

O contrato de locação foi celebrado de forma verbal entre a autora e a ré, sendo que a locatária, ora contestante, ocupava o imóvel com sua filha e seu genro, que apenas residiam no local para prestar cuidados à ré, pessoa idosa. As chaves do imóvel foram entregues à autora em outubro de 2023, sem que houvesse qualquer vistoria documentada no momento da devolução.

O imóvel alugado era antigo e já apresentava desgaste natural em razão do tempo e do uso. Ademais, a autora não apresentou fotografias do estado do imóvel no momento da locação, o que inviabiliza a comprovação de eventual deterioração atribuível à locatária. Ressalta-se que, no momento da locação verbal, o imóvel já se encontrava em mau estado de conservação.

Não houve qualquer ato ilícito praticado pela locatária, tampouco danos materiais, morais ou lucros cessantes, considerando que o imóvel já demandava reformas antes mesmo da locação. Assim, não há que se falar em responsabilidade da ré pelos prejuízos alegados pela autora.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o contrato de locação foi celebrado de forma verbal entre a autora e a ré, nos termos do CCB/2002, art. 104, que admite a validade de contratos verbais, desde que preenchidos os requisitos essenciais.

A ausência de vistoria documentada no momento da entrega das chaves, bem como a inexistência de fotografias do imóvel no início da locação, inviabiliza a comprovação de eventual deterioração atribuível à locatária, conforme o disposto no CCB/2002, "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação de despejo movida por A. F. de S. contra R. M. dos S., em razão de supostos danos ao imóvel e inadimplemento contratual, com base em contrato de locação verbal. Após análise dos autos e das provas apresentadas, passo a proferir meu voto, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais.

Análise dos Fatos

Conforme narrado nos autos, o contrato de locação foi celebrado verbalmente entre as partes, com entrega das chaves em outubro de 2023. A autora alega danos materiais ao imóvel, mas não apresentou provas documentais, como laudo de vistoria ou fotografias que demonstrem o estado do imóvel antes e após a locação. A ré, por sua vez, sustenta que o imóvel já apresentava desgaste natural em razão do tempo e do uso, sendo os danos alegados preexistentes à locação.

Ademais, a ré argumenta que o imóvel foi utilizado por sua filha e seu genro para prestar cuidados pessoais à locatária, sem qualquer intenção de causar danos ao bem alugado. Não houve, nos autos, demonstração de má-fé ou comportamento ilícito por parte da locatária ou de seus familiares.

Fundamentos Jurídicos

O contrato de locação verbal está amparado no art. 104 do Código Civil Brasileiro de 2002, que admite a validade de contratos verbais desde que preenchidos os requisitos essenciais. No entanto, a ausência de vistoria documentada ou de provas concretas inviabiliza a imputação de responsabilidade à locatária por danos ao imóvel, conforme disposto no art. 567 do Código Civil.

Quanto à legitimidade passiva, a filha e o genro da ré não participaram diretamente da relação locatícia, razão pela qual não podem figurar no polo passivo da demanda, conforme art. 485, inciso VI, do Código de Processo Civil de 2015.

Ressalto que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é clara ao exigir a produção de provas concretas para imputação de responsabilidade ao locatário por danos ao imóvel. No caso do REsp Acórdão/STJ, a Ministra Nancy Andrighi destacou que a ausência de vistoria inicial e final impede a comprovação de eventual deterioração atribuível ao locatário. Assim, a responsabilidade pelos danos alegados deve ser afastada.

Decisão

Diante do exposto, e com base na análise dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, voto no sentido de:

  1. Extinguir o processo sem resolução de mérito em relação à filha e ao genro da ré, por ilegitimidade passiva, nos termos do art. 485, inciso VI, do Código de Processo Civil;
  2. Julgar improcedente o pedido de despejo e os demais pleitos formulados pela autora, haja vista a ausência de comprovação de danos materiais, morais, lucros cessantes ou danos emergentes;
  3. Condenar a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, conforme art. 85 do Código de Processo Civil;
  4. Determinar a produção de prova testemunhal para ratificar os fatos alegados pela ré, caso haja interposição de recurso por parte da autora.

Conclusão

Por todo o exposto, conheço do recurso interposto e voto pela improcedência dos pedidos formulados pela autora. Esta decisão encontra-se devidamente fundamentada, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988.

É como voto.

____________________________
Magistrado(a)


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