Modelo de Contestação em Ação de Indenização por Danos Estéticos e Morais com Alegação de Prescrição e Legítima Defesa

Publicado em: 19/12/2023 Civel
Contestação apresentada por R. S. da S. em ação de indenização por danos estéticos e morais movida por A. J. de S., alegando prescrição do direito de ação com base no artigo 206, §3º, V, do Código Civil, devido ao lapso temporal de mais de 20 anos entre o fato e a propositura da ação. A peça jurídica traz como fundamentos a ausência de nexo causal, a tese de legítima defesa reconhecida no processo criminal, falta de prova pericial que comprove os danos estéticos e a aplicação do princípio da segurança jurídica. Requer o reconhecimento da prescrição ou, subsidiariamente, a improcedência dos pedidos do autor.

CONTESTAÇÃO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de __________.

Processo nº __________

R. S. da S., já qualificado nos autos da ação de indenização por danos estéticos e morais proposta por A. J. de S., também devidamente qualificado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-assinado, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O autor, A. J. de S., ajuizou a presente ação de indenização por danos estéticos e morais alegando ter sofrido lesões decorrentes de uma tentativa de homicídio por arma de fogo, ocorrida em maio de 1991. Alega que tais lesões teriam causado deformidades físicas e sofrimento psicológico, motivo pelo qual pleiteia indenização.

O réu, R. S. da S., foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, sendo condenado por maioria de votos (4 a 3). Contudo, a condenação não afastou a tese de legítima defesa, amplamente sustentada ao longo do processo criminal. Ademais, a pretensão indenizatória foi proposta apenas em 2011, ou seja, mais de 20 anos após o fato, o que caracteriza a prescrição do direito de ação.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a presente demanda encontra-se fulminada pela prescrição. Nos termos do CCB/2002, art. 206, §3º, V, as ações de reparação civil prescrevem em três anos. Considerando que o fato ocorreu em maio de 1991 e a ação foi proposta apenas em 2011, resta evidente que o prazo prescricional foi ultrapassado.

Ademais, a tese de legítima defesa, amplamente sustentada no processo criminal, afasta a configuração de ato ilícito, requisito essencial para a responsabilização civil, conforme dispõe o CCB/2002, art. 186. A legítima defesa é excludente de ilicitude, conforme previsto no CP, art. 25, e sua aplicação no âmbito cível impede a condenação do réu ao pagamento de indenização.

No que tange aos danos estéticos alegados, não há qualquer prova nos autos que comprove a existência de deformidade permanente ou cicatriz que justifique o pleito indenizatório. A ausência de prova pericial inviabiliza a procedência do pedido, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

DO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA

O princípio da segurança jurídica, consagrado no CF/88, art. 5º, XXXVI, assegura a estabilidade das relações jurídicas e impede que pretensões prescritas sejam r"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Simulação de Voto

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Voto do Magistrado

Nos autos do processo nº __________, em que figuram como partes A. J. de S., na qualidade de autor, e R. S. da S., como réu, passo à análise do mérito e dos recursos interpostos, fundamentando meu voto à luz da Constituição Federal de 1988, art. 93, IX, e da legislação infraconstitucional aplicável.

Da Prescrição

Inicialmente, cumpre reconhecer que a pretensão do autor encontra-se prescrita. Nos termos do art. 206, §3º, V, do Código Civil, o prazo para a propositura de ações de reparação civil é de três anos. Considerando que o fato narrado ocorreu em maio de 1991 e a ação foi ajuizada somente em 2011, resta evidente que o prazo prescricional foi amplamente ultrapassado.

O reconhecimento da prescrição é medida que se impõe, sob pena de violação ao princípio da segurança jurídica, consagrado no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, que garante a estabilidade das relações jurídicas e o respeito ao decurso do prazo legal.

Da Ausência de Ato Ilícito e Nexo Causal

Ainda que se desconsiderasse a prescrição, não há como acolher os pedidos formulados pelo autor. A tese de legítima defesa sustentada pelo réu no processo criminal foi aceita pelo Tribunal do Júri e está amparada no art. 25 do Código Penal. A legítima defesa é excludente de ilicitude e, consequentemente, afasta a possibilidade de responsabilização civil, conforme dispõe o art. 186 do Código Civil.

Além disso, não há nos autos prova suficiente que demonstre o nexo causal entre a conduta do réu e os danos alegados. A ausência de prova pericial inviabiliza a comprovação dos danos estéticos e morais, conforme entendimento consolidado na jurisprudência, a exemplo do julgado TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP, que afirma que a inexistência de laudo pericial impede a procedência de pedidos indenizatórios.

Do Direito e Jurisprudência Aplicável

O princípio da segurança jurídica, previsto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, impede que pretensões já prescritas sejam ressuscitadas. O Código Civil de 2002, em seu art. 206, §3º, V, reforça que o prazo para pleitear reparação civil é de três anos, o que, neste caso, foi ultrapassado em mais de duas décadas.

A ausência de nexo causal e de provas dos danos alegados também encontra respaldo na jurisprudência, como no caso TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP, que reafirma a necessidade de prova pericial para a configuração de danos estéticos e morais.

Da Decisão

Diante do exposto, voto pelo reconhecimento da prescrição e pela consequente extinção do processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC/2015. Caso não seja acolhida a preliminar de prescrição por este Egrégio Tribunal, voto pela improcedência dos pedidos formulados pelo autor, em razão da ausência de ato ilícito, nexo causal e provas dos danos alegados.

Determino, ainda, a condenação do autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, conforme disposto no art. 85 do CPC/2015.

Conclusão

Assim, na forma do art. 93, IX, da Constituição Federal, fundamento minha decisão no direito aplicável e nas provas constantes dos autos, com vistas a proporcionar a devida segurança jurídica e o justo desfecho à presente controvérsia.

É como voto.


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