Modelo de Contestação em Processo de Inventário com Pedido de Reconhecimento de Propriedade Exclusiva pela Companheira Superstite

Publicado em: 12/06/2024 Familia Sucessão
Contestação apresentada pela companheira sobrevivente em processo de inventário, na qual se pleiteia o reconhecimento da inexistência de bens a serem partilhados, argumentando que os mesmos foram adquiridos exclusivamente pelo esforço comum do casal durante a união estável e são de propriedade da Requerida. A peça jurídica aborda fundamentos constitucionais e legais sobre o direito sucessório, a união estável, a renúncia de herança pelos filhos do falecido, e o adiantamento de legítima a um dos herdeiros. Inclui também jurisprudências relevantes e requerimentos de extinção do inventário ou reconhecimento do direito da companheira aos bens, além de pedidos subsidiários e de produção de provas.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE __________

Processo nº: [inserir número do processo]

Requerente: [Nome do herdeiro que propôs o inventário, abreviado]

Requerida: [Nome da companheira do falecido, abreviado]

PREÂMBULO

[Nome da companheira do falecido, abreviado], brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do CPF nº [número], residente e domiciliada na [endereço completo], por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço eletrônico [e-mail do advogado], nos autos do processo de abertura de inventário promovido por [nome do herdeiro, abreviado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O falecido, [nome do falecido, abreviado], conviveu em união estável com a Requerida por mais de 30 (trinta) anos, conforme amplamente reconhecido por familiares, vizinhos e pela sociedade em geral. Durante esse período, construíram uma vida em comum, adquirindo bens que, embora não registrados formalmente em cartório, estão cadastrados na Prefeitura em nome da Requerida.

O falecido deixou 9 (nove) filhos de um relacionamento anterior, os quais, em sua maioria, manifestaram a intenção de renunciar à herança em favor da companheira sobrevivente. Contudo, um dos filhos, [nome do herdeiro que propôs o inventário, abreviado], que já recebeu em vida uma casa do falecido, requereu a abertura do inventário, alegando a existência de bens a serem partilhados.

A Requerida, no entanto, contesta a abertura do inventário, uma vez que os bens em questão foram adquiridos exclusivamente pelo esforço comum do casal durante a união estável, sendo de sua propriedade exclusiva, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a união estável é reconhecida como entidade familiar pela Constituição Federal (CF/88, art. 226, § 3º), conferindo à companheira os mesmos direitos sucessórios atribuídos ao cônjuge.

De acordo com o Código Civil (CCB/2002, art. 1.790, revogado pela Lei nº 13.777/2018), a companheira sobrevivente possui direito à meação dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável, salvo disposição em contrário. No caso em tela, os bens cadastr"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise da contestação apresentada pela Requerida nos autos do processo de inventário, cujo objeto é a discussão acerca da titularidade de bens adquiridos durante união estável.

Da Fundamentação

Inicialmente, cumpre observar que o presente voto se pauta no princípio da motivação das decisões judiciais, previsto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que determina que todas as decisões do Poder Judiciário sejam fundamentadas, sob pena de nulidade.

Diante dos fatos narrados, verifica-se que a Requerida conviveu em união estável com o falecido por mais de 30 (trinta) anos, conforme amplamente reconhecido nos autos. A Constituição Federal, em seu art. 226, § 3º, reconhece a união estável como entidade familiar, equiparando os direitos do companheiro aos do cônjuge.

Ademais, o Código Civil, com fundamento na redação anterior ao art. 1.790 (revogado pela Lei nº 13.777/2018), bem como em consonância com o regime vigente, assegura à companheira o direito à meação dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável. No caso em tela, os bens cadastrados em nome da Requerida foram adquiridos pelo esforço comum, conforme alegado e não refutado de forma suficiente pelo Requerente.

Ainda, quanto à manifestação de renúncia da maioria dos herdeiros em favor da Requerida, observa-se que tal ato encontra respaldo no Código Civil, art. 1.806, sendo legítimo o exercício dessa prerrogativa pelos filhos do falecido.

Ressalta-se que o herdeiro que propôs o inventário já recebeu, em vida, um imóvel do falecido, configurando adiantamento de legítima, nos termos do art. 2.002 do Código Civil. Tal fato, somado à inexistência de outros bens a serem partilhados, reforça a ausência de interesse processual para a continuidade do inventário.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria tem reiterado a necessidade de comprovação da existência de bens a serem partilhados para justificar a abertura de inventário. O seguinte precedente ilustra a matéria:

1. DIREITO SUCESSÓRIO. APELAÇÃO CÍVEL. INVENTÁRIO. AUSÊNCIA DE BENS A PARTILHAR.
"Os herdeiros têm direito à partilha dos créditos deixados pela autora da herança no momento do falecimento, e não ao imóvel adjudicado para sua satisfação após sua morte." (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Pastorelo Kfouri, julgado em 05/02/2025).

Do Dispositivo

Diante do exposto, com base nos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, especialmente o disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO PROCEDENTE o pedido da Requerida para:

  1. Reconhecer a inexistência de bens a serem partilhados, extinguindo-se o presente inventário;
  2. Reconhecer o direito da Requerida à totalidade dos bens cadastrados em seu nome, adquiridos durante a união estável;
  3. Condenar o Requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atribuído à causa.

É o voto.

[Local], [data].

___________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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