Modelo de Defesa em Ação de Inventário Judicial com Pedido de Reconhecimento de União Estável, Meação e Inclusão no Polo Ativo do Processo

Publicado em: 09/04/2025 CivelProcesso Civil Familia Sucessão
Defesa apresentada por R. S. da S. em Ação de Inventário movida pelos ascendentes de sua companheira falecida, F. F. L., com base no CPC/2015 e CCB/2002. O documento busca o reconhecimento da união estável, direitos de meação sobre bens adquiridos durante a convivência, inclusão no polo ativo do inventário, reserva de posse sobre a motocicleta de uso exclusivo e direito de habitação sobre imóvel financiado pelo casal. Apresenta fundamentação jurídica, jurisprudências e pedidos específicos para assegurar os direitos sucessórios do companheiro sobrevivente.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RS

Processo nº: [inserir número do processo]

R. S. da S., já qualificado nos autos da AÇÃO DE INVENTÁRIO que lhe move os ascendentes da falecida F. F. L., por sua advogada infra-assinada, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua

DEFESA EM AÇÃO DE INVENTÁRIO JUDICIAL

com fulcro no CPC/2015, art. 627 e demais dispositivos legais aplicáveis, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

DOS FATOS

O requerido, R. S. da S., manteve relacionamento amoroso com F. F. L., inicialmente como namoro, e posteriormente como união estável, reconhecida inclusive por escritura pública. Durante esse período, diversos bens foram adquiridos em nome de ambos ou exclusivamente em nome da falecida, por questões de crédito e conveniência, mas com participação direta e comprovada do requerido na aquisição e manutenção desses bens.

Antes mesmo da união estável, o requerido já possuía uma motocicleta, seu único meio de transporte e instrumento de trabalho como cobrador. Posteriormente, ingressou em consórcio para aquisição de nova motocicleta, sendo contemplado em três meses. Como seu nome estava negativado, a moto foi financiada em nome de F. F. L., mas com recursos próprios do requerido, que permaneceu como possuidor direto e exclusivo do bem, utilizando-o para fins laborais.

Com o amadurecimento da relação, o casal decidiu financiar um imóvel pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, sendo necessário que ambos figurassem no contrato. A entrada e as parcelas foram majoritariamente custeadas por R. S. da S.. Posteriormente, adquiriram um veículo, também em nome da falecida, mas com 70% da entrada paga pelo requerido. Os pais da falecida passaram a auxiliar no pagamento das parcelas após o nascimento prematuro do filho do casal, o que agravou a situação emocional e financeira da família.

Com o tempo, o relacionamento se deteriorou, culminando na separação de fato. O requerido deixou o lar comum, levando apenas seus pertences pessoais e a motocicleta, permanecendo em contato com a família da falecida. A dissolução da união estável foi formalizada. Infelizmente, sete meses após a separação, F. F. L. faleceu subitamente, aos 34 anos, conforme laudo médico anexado aos autos.

O requerido, abalado emocionalmente, afastou-se temporariamente, mas nunca se ocultou. Seu endereço, telefone e redes sociais permaneceram os mesmos, sendo possível localizá-lo a qualquer momento. A alegação de que não foi encontrado para participar do inventário não condiz com a realidade.

DO DIREITO

O requerido é companheiro sobrevivente da falecida, com quem manteve união estável devidamente reconhecida. Nos termos do CCB/2002, art. 1.829, I, e conforme entendimento consolidado no RE 878.694/MG/STF, os companheiros possuem os mesmos direitos sucessórios dos cônjuges, concorrendo com os descendentes na herança dos bens particulares.

Além disso, o requerido contribuiu de forma direta e comprovada para a aquisição dos bens que compõem o acervo hereditário, sendo legítimo o seu direito à meação e à sucessão. A motocicleta, por exemplo, foi adquirida com recursos próprios e sempre esteve sob sua posse e uso exclusivo. O imóvel financiado pelo programa habitacional foi adquirido com sua renda e esforço, sendo parte integrante do patrimônio comum do casal.

O CPC/2015"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de inventário, em que o requerido, Sr. R. S. da S., pleiteia o reconhecimento de união estável com a falecida F. F. L., bem como a inclusão de seus direitos sucessórios e de meação no processo, conforme detalhado na petição inicial e nos documentos juntados aos autos. A controvérsia reside na alegação de que o requerido participou efetivamente da aquisição de bens comuns e que, por ser companheiro sobrevivente, faz jus à herança e à meação, nos termos da legislação vigente.

Voto

Inicialmente, cumpre destacar que, nos termos da CF/88, art. 93, inciso IX, toda decisão judicial deve ser fundamentada, com a devida análise dos fatos e do direito aplicável.

Análise Hermenêutica dos Fatos

Os fatos narrados pelo requerido encontram respaldo em documentos e provas anexadas aos autos, em especial a escritura pública que reconhece a união estável entre o requerido e a falecida. Ademais, as informações sobre a aquisição de bens durante a convivência do casal, bem como a contribuição financeira do requerido, são corroboradas por extratos bancários, comprovantes de pagamento e declarações testemunhais.

Nesse contexto, verifica-se que o requerido contribuiu de forma material e significativa para a formação do patrimônio comum, o que confere legitimidade às suas pretensões de reconhecimento de meação e direitos sucessórios.

Fundamentos Jurídicos

A CF/88, art. 226, § 3º, reconhece a união estável como entidade familiar, garantindo proteção estatal e direitos decorrentes desta configuração familiar. Além disso, o CCB/2002, art. 1.829, inciso I, assegura que o companheiro sobrevivente concorre com os descendentes na herança dos bens particulares, em igualdade de condições com o cônjuge sobrevivente.

O CPC/2015, art. 628, § 2º, também prevê a possibilidade de reserva de bens para assegurar os direitos do companheiro sobrevivente, mesmo em casos de controvérsia sobre o reconhecimento da união estável.

Ademais, a jurisprudência consolidada no RE Acórdão/STF fortalece o entendimento de que os companheiros possuem os mesmos direitos sucessórios dos cônjuges, afastando qualquer distinção discriminatória entre essas duas formas de constituição de família.

Conclusão

Diante do exposto, e considerando os princípios da proteção à entidade familiar, da igualdade entre cônjuges e companheiros, e da segurança jurídica, concluo que o requerido faz jus ao reconhecimento da união estável com a falecida, bem como à inclusão de seus direitos sucessórios e de meação no processo de inventário.

Assim, voto pelo provimento do pedido do requerido, determinando:

  • O reconhecimento da união estável entre R. S. da S. e F. F. L., com efeitos patrimoniais e sucessórios;
  • O reconhecimento da meação do requerido sobre os bens adquiridos onerosamente durante a união estável;
  • A inclusão do requerido no polo ativo do inventário, na condição de herdeiro e meeiro;
  • A reserva da posse e propriedade da motocicleta ao requerido, por ser bem de uso exclusivo e adquirido com recursos próprios;
  • A continuidade do inventário com a devida reserva dos direitos do requerido, conforme CPC/2015, art. 628, § 2º.

Decisão

Por todo o exposto, julgo procedente o pedido formulado por R. S. da S., reconhecendo seus direitos como companheiro sobrevivente e determinando os encaminhamentos necessários junto ao processo de inventário.

Intimem-se as partes para ciência e cumprimento desta decisão.

Porto Alegre, [inserir data].
________________________
Juiz de Direito


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