Modelo de Petição de Habilitação no Inventário: Reconhecimento de União Estável e Direitos Patrimoniais da Companheira

Publicado em: 09/10/2024 Civel Familia Sucessão
Modelo de petição voltado para habilitação no processo de inventário, em que a companheira sobrevivente, com união estável reconhecida judicialmente, solicita o reconhecimento de sua condição de meeira e, eventualmente, de herdeira. O documento fundamenta-se no Código Civil de 2002 e no Código de Processo Civil de 2015, destacando o regime de comunhão parcial de bens e os direitos da requerente sobre o patrimônio adquirido onerosamente durante a convivência. Inclui pedidos específicos, jurisprudências e rol de documentos necessários para instrução.

PETIÇÃO DE HABILITAÇÃO NO INVENTÁRIO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Família e Sucessões da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________

2. QUALIFICAÇÃO DA REQUERENTE

M. F. de S. L., brasileira, viúva, auxiliar administrativa, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e do RG nº XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. CPC/2015, art. 319 e CCB/2002, arts. 1.658, 1.725, 1.829, propor a presente HABILITAÇÃO NO INVENTÁRIO nos autos do Inventário dos bens deixados por J. A. dos S., falecido em ___/___/____, com fundamento nos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A Requerente conviveu em união estável com o falecido J. A. dos S. por mais de 12 (doze) anos, conforme reconhecido judicialmente nos autos do processo nº ____________, tramitado perante a ___ Vara de Família da Comarca de ____________, cuja sentença transitou em julgado em ___/___/____ (documento anexo). Durante a convivência, o casal constituiu patrimônio comum, fruto do esforço conjunto, caracterizando-se a existência de comunhão parcial de bens, nos termos do CCB/2002, art. 1.725. Com o falecimento de J. A. dos S., foi instaurado o competente Inventário sob o nº ____________, atualmente em trâmite nesta Vara. Contudo, até o presente momento, a Requerente não foi incluída no polo ativo do processo, tampouco foi reconhecida sua condição de meeira, o que se faz necessário para a correta apuração do acervo hereditário.

4. DO DIREITO

Nos termos do CCB/2002, art. 1.725, a união estável reconhecida judicialmente gera efeitos patrimoniais idênticos aos do casamento sob o regime da comunhão parcial de bens, salvo estipulação em contrário. Assim, os bens adquiridos onerosamente durante a convivência pertencem a ambos os companheiros, sendo a Requerente titular da meação sobre tais bens. O CPC/2015, art. 611, estabelece que o inventário e a partilha devem ser processados judicialmente quando houver herdeiros incapazes, testamento ou litígio entre os interessados. Ainda, o CPC/2015, art. 622, permite a habilitação de interessados no processo de inventário, inclusive para resguardar direitos de meação. Ademais, o CCB/2002, art. 1.829, I, prevê que o companheiro sobrevivente concorrerá com os descendentes do falecido quanto aos bens particulares deste, desde que comprovada a união estável e a inexistência de impedimentos legais. No caso em tela, a união estável foi reconhecida judicialmente, e a Requerente faz jus à meação dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência, bem como, eventualmente, à herança, caso não haja descendentes ou ascendentes do falecido. A habilitação da Requerente no inventário é medida que se imp"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de pedido de habilitação formulado por M. F. de S. L., nos autos do inventário de J. A. dos S., com fundamento na existência de união estável reconhecida judicialmente, com o objetivo de ver reconhecida sua condição de meeira e, eventualmente, de herdeira, conforme previsão legal.

A requerente narra que conviveu em união estável com o de cujus por mais de 12 (doze) anos, tendo sido essa união reconhecida judicialmente por sentença transitada em julgado. Afirma que, durante esse período, o casal constituiu patrimônio comum, e que, por isso, faz jus à meação dos bens adquiridos onerosamente, nos termos do artigo 1.725 do Código Civil.

A requerente pleiteia sua habilitação no inventário na qualidade de meeira e, eventualmente, como herdeira, caso inexistam descendentes ou ascendentes do falecido.

II – Fundamentação

Nos termos do art. 93, IX da Constituição Federal de 1988, "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade". Assim, passo à devida fundamentação da presente decisão.

O art. 1.725 do Código Civil dispõe que, na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se o regime da comunhão parcial de bens. A sentença judicial que reconheceu a união estável entre a requerente e o falecido transitou em julgado, não havendo controvérsia quanto à sua existência.

Nessa perspectiva, os bens adquiridos onerosamente durante a convivência pertencem a ambos os companheiros, sendo a requerente titular da meação sobre tais bens. É o que também resulta da interpretação sistemática dos arts. 1.658 e 1.829, I do Código Civil, que asseguram ao companheiro sobrevivente o direito de concorrer com descendentes nos bens particulares do falecido, desde que comprovada a união estável.

O art. 622 do CPC/2015 autoriza expressamente a habilitação de interessados no processo de inventário, e o art. 611 do mesmo diploma legal estabelece que o inventário deve ser processado judicialmente quando houver litígio entre os interessados, o que se vislumbra neste caso.

A jurisprudência pátria também tem se manifestado de forma reiterada no sentido de que o reconhecimento judicial da união estável autoriza a habilitação do companheiro no inventário do falecido, garantindo-lhe os direitos decorrentes da meação e, eventualmente, da herança (TJSP – AI Acórdão/TJSP e AI Acórdão/TJSP).

Dessa forma, estando presentes os requisitos legais e constitucionais, impõe-se o reconhecimento do direito da requerente de ser habilitada no inventário na qualidade de meeira e, se for o caso, de herdeira, para que possa exercer plenamente seus direitos patrimoniais.

III – Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX da CF/88, nos arts. 1.725 e 1.829, I do Código Civil e nos arts. 611 e 622 do CPC/2015, JULGO PROCEDENTE o pedido de habilitação formulado por M. F. de S. L., para reconhecer sua condição de meeira no inventário dos bens deixados por J. A. dos S..

Determino a inclusão da requerente no polo ativo do processo de inventário, com a intimação das demais partes interessadas para, querendo, manifestarem-se sobre o pedido, nos termos do art. 622 do CPC.

Reconheço, ainda, o direito da requerente à meação dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável, com a consequente exclusão da metade do patrimônio do monte partilhável. A análise de eventual direito sucessório dependerá da existência de outros herdeiros legítimos, a ser apurado no curso do inventário.

Sem custas ou honorários nesta fase.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

_____________________________________
Juiz(a) de Direito


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