Modelo de Petição Inicial de Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Pós-Morte com Partilha de Bens

Publicado em: 24/02/2025 Familia Sucessão
Petição inicial elaborada para propor ação de reconhecimento e dissolução de união estável pós-morte, em face do espólio do falecido. A requerente pleiteia o reconhecimento da união estável mantida por mais de 15 anos, a dissolução da mesma em razão do falecimento do companheiro e a partilha dos bens adquiridos durante a convivência, sob o regime de comunhão parcial de bens. Fundamentada na Constituição Federal, Código Civil e jurisprudências, a peça apresenta os fatos, requisitos legais comprovados pela convivência pública, contínua e com objetivo de constituição de família, além de solicitar a produção de provas e audiência de conciliação.

PETIÇÃO INICIAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE ________

Nome do Requerente: M. F. da S., brasileira, solteira, professora, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua ________, nº ___, Bairro ________, Cidade ________, Estado ________, e-mail: ________.

Nome do Réu: Espólio de J. A. de S., representado por seu inventariante, F. G. de S., brasileiro, casado, advogado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua ________, nº ___, Bairro ________, Cidade ________, Estado ________, e-mail: ________.

VALOR DA CAUSA: R$ 100.000,00

PREÂMBULO

M. F. da S., já qualificada, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, propor a presente AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL PÓS MORTE, em face do Espólio de J. A. de S., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A Requerente manteve união estável com o falecido J. A. de S. por mais de 15 anos, convivendo de forma pública, contínua, duradoura e com o objetivo de constituir família, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.723.

Durante o período de convivência, o casal residiu no imóvel situado na Rua ________, nº ___, Bairro ________, Cidade ________, Estado ________, e adquiriu bens móveis e imóveis em regime de comunhão parcial de bens.

O falecimento de J. A. de S. ocorreu em __/__/____, conforme certidão de óbito anexa. Desde então, a Requerente tem enfrentado dificuldades para ver reconhecidos os direitos decorrentes da união estável, especialmente no que tange à partilha dos bens adquiridos durante a convivência.

DO DIREITO

A união estável é reconhecida como entidade familiar pela CF/88, art. 226, § 3º, e regulamentada pelo CCB/2002, art. 1.723. Trata-se de convivência pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituição de família.

A Requerente preenche todos os requisitos legais para o reconhecimento da união estável, conforme demonstram os documentos anexos, como contas conjuntas, fotografias, testemunhos e outros elementos que comprovam a convivência more uxório e o ânimo de constituição de família.

Ademais, o CCB/2002, art. 1.725, estabelece que, na união estável, salvo contrato escrito entre os conviventes, aplica-se o regime da comunhão parcial de bens. Assim, a Requerente faz jus à meação dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência.

Por fim, a dissolução "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Pós Morte, proposta por M. F. da S. em face do Espólio de J. A. de S., representado por seu inventariante, F. G. de S. A Requerente sustenta que manteve união estável com o falecido J. A. de S. por mais de 15 anos, com convivência pública, contínua, duradoura e com o objetivo de constituição de família. Requer o reconhecimento da união estável, a dissolução e a partilha dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência.

O Réu, por sua vez, sustenta a inexistência de união estável, negando o preenchimento dos requisitos, como a convivência de forma pública e duradoura e o ânimo de constituição de família (affectio maritalis).

Fundamentação

Do Direito

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, § 3º, reconhece a união estável como entidade familiar, cabendo ao legislador regular sua conversão em casamento. O Código Civil de 2002, por sua vez, dispõe, em seu artigo 1.723, que a união estável é configurada pela convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituição de família.

No caso em tela, a Requerente apresentou provas documentais e testemunhais que corroboram sua alegação, como contas conjuntas, fotografias e depoimentos que demonstram a convivência more uxório e o ânimo de constituição de família. Além disso, o artigo 1.725 do Código Civil prevê que, na união estável, salvo contrato escrito entre as partes, aplica-se o regime da comunhão parcial de bens. Assim, os bens adquiridos onerosamente durante a convivência devem ser partilhados entre os conviventes.

No que tange à dissolução da união estável pós morte, o artigo 1.829 do Código Civil estabelece que o companheiro sobrevivente tem direito à herança, competindo ao magistrado observar os princípios do direito sucessório.

Da Jurisprudência

A jurisprudência majoritária reconhece a possibilidade de declaração de união estável post mortem, desde que comprovados os requisitos legais, como a convivência pública, contínua e duradoura, bem como o objetivo de constituição de família.

A título de exemplo, cito o julgamento proferido pelo TJSP, na Apelação Cível Acórdão/TJSP, que reconheceu a união estável post mortem, declarando o período de sua existência e homologando o plano de partilha dos bens.

Ressalte-se, porém, que o reconhecimento da união estável depende de provas robustas e inequívocas, conforme destacado por precedentes que julgaram improcedentes pedidos similares quando ausente o preenchimento dos requisitos legais.

Do Caso Concreto

Analisando os autos, verifico que a Requerente logrou demonstrar os elementos caracterizadores da união estável, notadamente a convivência pública, contínua e duradoura com o falecido, bem como o objetivo de constituição de família. Os documentos anexados e as testemunhas ouvidas corroboram as alegações da Requerente, dando suporte ao pedido de reconhecimento da união estável.

Por conseguinte, é de rigor a procedência do pedido, com a declaração da existência de união estável entre a Requerente e o falecido J. A. de S., a dissolução da união em razão do óbito e a partilha dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência, nos termos do artigo 1.725 do Código Civil.

Dispositivo

Ante o exposto, com fulcro no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por M. F. da S. para:

  1. Reconhecer a união estável entre a Requerente e o falecido J. A. de S., declarando o período de sua existência;
  2. Declarar a dissolução da união estável em razão do falecimento de J. A. de S.;
  3. Determinar a partilha dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência, nos termos do artigo 1.725 do Código Civil;
  4. Condenar o Espólio de J. A. de S. ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do artigo 85, § 2º, do CPC/2015.

P. R. I.

Local e data.

_______________________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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