Modelo de Contestação em Queixa-Crime por Crimes Contra a Honra com Fundamentação Jurídica Baseada no Código Penal e Jurisprudências

Publicado em: 31/01/2025 Direito Penal Processo Penal
Contestação apresentada por Marcelo de Lima Dias em resposta à Queixa-Crime ajuizada por Robério Bandeira de Negreiros, referente à alegação de crimes de calúnia, difamação e injúria (artigos 138, 139 e 140 do Código Penal). A defesa sustenta a ausência de dolo específico e argumenta com base no artigo 142, III, do Código Penal quanto à exclusão de ilicitude. O documento aponta falhas na descrição dos fatos imputados pelo querelante, fundamentando-se também em jurisprudências do STJ e TJSP, e solicita a rejeição da Queixa-Crime ou o reconhecimento de legítima defesa da honra.

CONTESTAÇÃO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de __________.

Processo nº __________

M. de L. D., já qualificado nos autos da Queixa-Crime movida por R. B. de N., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio desta Contestação, apresentar sua defesa nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O querelante, Robério Bandeira de Negreiros, ajuizou a presente Queixa-Crime alegando que o querelado teria cometido os crimes de calúnia (CP, art. 138), difamação (CP, art. 139) e injúria (CP, art. 140) ao enviar um e-mail contendo expressões ofensivas como "bandido", "covarde" e "imbecil", além de acusações de fraude e má conduta.

O querelado, ora contestante, esclarece que o envio do referido e-mail foi motivado por uma série de ofensas prévias proferidas pelo querelante, conforme demonstrado por mensagens de WhatsApp datadas de períodos anteriores ao envio do e-mail. Ademais, o e-mail enviado pelo querelado não teve o intuito de caluniar, difamar ou injuriar, mas sim de expressar sua indignação diante de condutas do querelante que lhe causaram prejuízos e transtornos.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que os crimes contra a honra previstos nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal exigem a presença de dolo específico, ou seja, a intenção deliberada de ofender a honra alheia. No presente caso, não há elementos que comprovem tal intenção por parte do querelado.

O artigo 142, III, do Código Penal prevê a exclusão de ilicitude nas hipóteses de ofensas proferidas em legítima defesa da honra. O querelado, ao enviar o e-mail, agiu em resposta a ofensas prévias do querelante, conforme demonstrado pelas mensagens de WhatsApp anexadas à presente contestação.

Além disso, a jurisprudência é pacífica ao reconhecer que o animus criticandi, quando exercido dentro de limites razoáveis, não configura crime contra a honra. No caso em tela, o querelado limitou-se a criticar condutas do querelante que lhe causaram prejuízos, sem a intenção de ofender sua honra.

Por fim, é importante ressaltar que a queixa-crime apresentada pelo querelante não preenche os re"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Queixa-Crime ajuizada por R. B. de N. contra M. de L. D., imputando-lhe a prática dos crimes de calúnia (art. 138, CP), difamação (art. 139, CP) e injúria (art. 140, CP). A acusação se fundamenta no envio de um e-mail contendo expressões ofensivas e acusações que, segundo o querelante, atentam contra sua honra.

O querelado, em sede de contestação, alega que o envio do e-mail não teve o dolo específico de ofender, mas sim o intuito de expressar sua indignação frente a ofensas prévias proferidas pelo querelante, conforme demonstrado por mensagens de WhatsApp anexadas.

Passo à análise dos fatos e fundamentos legais.

II. Fundamentação

Nos termos do artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, toda decisão judicial deve ser fundamentada, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise das questões levantadas no processo.

1. Dos Fatos e da Tipicidade Penal

Os crimes contra a honra (artigos 138 a 140 do Código Penal) exigem, para sua configuração, a presença de dolo específico, ou seja, a intenção deliberada de ofender a honra alheia. No caso sub judice, entendo que não há elementos suficientes para comprovar a existência de tal intenção por parte do querelado.

Conforme demonstrado nos autos, o querelado apresentou justificativas plausíveis para o envio do e-mail, especialmente ao alegar que as expressões utilizadas foram uma reação às mensagens ofensivas previamente enviadas pelo querelante. Ademais, as provas documentais anexadas indicam que o querelado agiu em legítima defesa da honra, conforme previsto no artigo 142, inciso III, do Código Penal.

2. Da Exclusão de Ilicitude

O artigo 142, inciso III, do Código Penal prevê a exclusão de ilicitude nas hipóteses de ofensas proferidas em legítima defesa da honra. No caso concreto, restou demonstrado que o querelado reagiu a condutas do querelante que lhe causaram transtornos e prejuízos, sendo sua atitude justificada nesse contexto.

Além disso, é importante destacar o princípio do animus criticandi, que permite a emissão de críticas dentro de limites razoáveis, sem que isso configure crime contra a honra. A jurisprudência pátria é pacífica nesse sentido, conforme os precedentes colacionados nos autos.

3. Da Ausência de Justa Causa

A queixa-crime apresentada pelo querelante não preenche os requisitos previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal, uma vez que não descreve, de forma clara e precisa, as circunstâncias dos fatos imputados ao querelado. Essa deficiência compromete o pleno exercício do direito de defesa, caracterizando ausência de justa causa para a instauração da ação penal, nos termos do artigo 395, incisos II e III, do CPP.

4. Jurisprudência Aplicável

Conforme decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, na Queixa-Crime Acórdão/STJ, \"a configuração dos crimes contra a honra depende de dolo específico, o que não ocorreu no caso concreto, revelando-se a atipicidade das condutas atribuídas aos querelados\". Esse entendimento se aplica ao presente caso, reforçando a inexistência de elementos típicos na conduta do querelado.

Outrossim, o STJ, na Ação Penal Acórdão/STJ, reconheceu que imputações genéricas e descontextualizadas não configuram crimes contra a honra, devendo a queixa-crime ser rejeitada com base no artigo 395 do CPP.

III. Conclusão e Voto

Diante do exposto, com fundamento no artigo 93, IX, da Constituição Federal, e no artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal, voto no sentido de:

  1. Rejeitar a presente Queixa-Crime, em razão da ausência de justa causa e atipicidade das condutas atribuídas ao querelado;
  2. Reconhecer, subsidiariamente, a exclusão de ilicitude com base no artigo 142, inciso III, do Código Penal;
  3. Determinar o arquivamento do feito;
  4. Condenar o querelante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da lei.

IV. Dispositivo

Assim, julgo improcedente a Queixa-Crime apresentada por R. B. de N. contra M. de L. D., nos termos da fundamentação supra.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data.

Juiz de Direito


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