Modelo de Contestação por Negativa Geral em Ação de Perda ou Suspensão do Poder Familiar com Pedido de Tutela de Urgência

Publicado em: 22/02/2024 CivelProcesso CivilConstitucional Familia
Contestação apresentada pelo Ministério Público em ação de perda ou suspensão do poder familiar, alegando ausência de fundamentos jurídicos para a medida extrema. O documento destaca a proteção constitucional e legal da convivência familiar, conforme o princípio do melhor interesse da criança, e aborda a improcedência da tutela de urgência solicitada. Inclui análise de jurisprudências, fundamentos no ECA e na CF/88, e requer produção de provas e audiência de conciliação.

CONTESTAÇÃO POR NEGATIVA GERAL

PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR

TUTELA DE URGÊNCIA

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Infância e Juventude da Comarca de ___.

Processo nº: ___

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, por intermédio de seu representante legal, com fundamento no CPC/2015, art. 319, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO POR NEGATIVA GERAL, nos autos da ação de perda ou suspensão do poder familiar proposta por ___ (nome da parte autora, abreviado conforme instruções), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A presente ação versa sobre a perda ou suspensão do poder familiar de ___ (nome da parte ré, abreviado conforme instruções), genitora de ___ (nomes dos filhos, abreviados conforme instruções), sob alegação de negligência e incapacidade de prover o cuidado necessário aos menores.

Conforme consta nos autos, a genitora enfrenta situação de vulnerabilidade econômica e social, sendo acompanhada por programas de assistência social e recebendo apoio da rede de proteção. Não obstante, a parte autora alega que tais condições configuram motivo suficiente para a destituição do poder familiar, pleiteando, ainda, a concessão de tutela de urgência para afastamento imediato dos menores do convívio com a genitora.

O Ministério Público, no exercício de sua função constitucional de defesa da ordem jurídica e dos interesses sociais, contesta os fundamentos apresentados, conforme se expõe a seguir.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a Constituição Federal de 1988, em seu CF/88, art. 227, caput, estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar e comunitária, além de protegê-los de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reforça essa diretriz ao dispor, em seu ECA, art. 23, que a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. O §1º do mesmo artigo determina que, na ausência de outros motivos que justifiquem a medida, a criança ou o adolescente deve ser mantido em sua família de origem, a qual deve ser incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.

Ademais, o ECA, art. 28, §1º, preconiza a primazia da família natural, sendo a colocação em família substituta medida excepcional, a ser adotada apenas quando esgotadas todas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente no seio de sua família de origem.

O princípio do melhor interesse da criança, consagrado no CF/88, art. 227 e no ECA, art. 4º, deve nortear a análise do presente caso. Tal princípio exige que sejam priorizadas soluções que promovam a preservação dos vínculos familiares, sem"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Dos Fatos

A presente ação trata da perda ou suspensão do poder familiar de ____, genitora de ____, sob a alegação de negligência e incapacidade de prover os cuidados necessários aos menores. A parte autora pleiteia a tutela de urgência para o afastamento imediato dos menores do convívio da genitora, tendo como fundamento a situação de vulnerabilidade econômica e social desta.

Apesar disso, os relatórios técnicos mais recentes indicam que, com as medidas protetivas adequadas, é possível a reintegração familiar, sem que haja risco concreto e imediato à integridade física ou psicológica dos menores.

Do Direito

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seus arts. 23 e 28, reforça que a falta de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a destituição do poder familiar, devendo a prioridade ser a manutenção da criança em sua família natural, salvo em situações excepcionais.

O princípio do melhor interesse da criança, previsto no art. 227 da CF/88 e no art. 4º do ECA, exige que sejam priorizadas medidas que preservem os vínculos familiares sempre que possível, assegurando o desenvolvimento integral dos menores.

Com base nos autos, não há elementos que comprovem risco iminente à segurança dos menores que justifique o afastamento imediato ou a destituição do poder familiar.

Da Jurisprudência

1. STJ (3ª T.) - RECURSO ESPECIAL 2.140.879 - SC - Reconhecida a primazia da família natural, determinando a implementação de plano de reintegração familiar com base em pareceres técnicos favoráveis.

2. STJ (3ª T.) - RECURSO ESPECIAL 2.108.750 - GO - Necessidade de ampla dilação probatória em ações envolvendo crianças e adolescentes, observando-se o contraditório e a ampla defesa.

3. TJSP (6ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP - Campinas - Indeferimento de tutela de urgência por ausência de provas inequívocas, reforçando a necessidade de análise adequada do caso.

Conclusão

Em atenção ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação das decisões judiciais, entendo que a presente ação deve observar o princípio do melhor interesse da criança, bem como os dispositivos legais e constitucionais aplicáveis.

Assim, voto pela improcedência do pedido de perda ou suspensão do poder familiar, determinando a manutenção dos menores no convívio com a genitora, mediante a implementação das medidas protetivas indicadas nos pareceres técnicos, conforme o disposto no ECA, art. 23, §1º.

Ademais, determino o indeferimento da tutela de urgência, por ausência de prova inequívoca do risco concreto e iminente à integridade dos menores, conforme o CPC/2015, art. 300.

Por fim, determino a realização de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII, visando à solução consensual do litígio, além da produção de provas complementares para subsidiar a decisão final.

Decisão

Ante o exposto, julgo improcedente o pedido de perda ou suspensão do poder familiar formulado pela parte autora, determinando a manutenção dos menores no convívio de sua genitora, condicionada ao cumprimento das medidas protetivas indicadas.

Determino, ainda, a continuidade do acompanhamento técnico e o desenvolvimento de um plano de ação para assegurar a proteção integral das crianças, em observância ao princípio do melhor interesse.

É como voto.

[Local e Data]

[Magistrado]


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