Modelo de Contrarrazões de Apelação em Processo Penal: Defesa de Ré Absolvida pelo Tribunal do Júri Contra Recurso do Ministério Público

Publicado em: 15/05/2024 Constitucional Direito Penal Processo Penal
Apresentação de contrarrazões ao recurso de apelação interposto pelo Ministério Público contra decisão do Tribunal do Júri que absolveu a ré acusada de crime doloso contra a vida. O documento fundamenta a manutenção da decisão dos jurados com base na soberania dos veredictos garantida pela Constituição Federal (art. 5º, XXXVIII, "d") e no conjunto probatório apresentado nos autos, destacando o respeito ao princípio do in dubio pro reo e a limitação de valor probatório de confissões realizadas na fase inquisitorial. Inclui fundamentação jurídica, jurisprudência relevante e pedidos de manutenção integral da decisão de absolvição.

CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

Processo nº: [Número do Processo]

Apelante: Ministério Público

Apelada: [Nome da Ré - Ex.: M. F. da S.]

Por seus advogados regularmente constituídos, vem a Apelada, nos autos do processo em epígrafe, apresentar suas CONTRARRAZÕES ao recurso de apelação interposto pelo Ministério Público, nos termos do artigo 600 do Código de Processo Penal (CPP), requerendo o seu regular processamento e posterior remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça.

PREÂMBULO

Colenda Câmara,

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo Ministério Público, que alega que a decisão proferida pelo Tribunal do Júri foi manifestamente contrária às provas dos autos, requerendo a anulação do julgamento e a realização de novo júri. Contudo, conforme será demonstrado, a decisão dos jurados encontra-se devidamente amparada no conjunto probatório, devendo ser mantida em respeito à soberania dos veredictos, conforme disposto na Constituição Federal de 1988, art. 5º, XXXVIII, "d".

DOS FATOS

O Ministério Público sustenta que a decisão do Tribunal do Júri foi manifestamente contrária às provas dos autos, argumentando que, na fase inquisitorial, a ré teria confessado que mandou matar a amante de seu esposo. Contudo, durante a instrução processual, a ré negou veementemente tal acusação, afirmando que jamais contratou qualquer pessoa para ceifar a vida da vítima.

Os jurados, ao analisarem o conjunto probatório, optaram por absolver a ré, decisão esta que se encontra em conformidade com os princípios constitucionais e legais aplicáveis, especialmente o princípio da soberania dos veredictos.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o Tribunal do Júri é o órgão competente para julgar os crimes dolosos contra a vida, sendo garantida a soberania de seus veredictos, conforme disposto na Constituição Federal de 1988, art. 5º, XXXVIII, "d".

O Código de Processo Penal, art. 593, III, "d", prevê que a decisão do Tribunal do Júri somente poderá ser anulada quando for manifestamente contrária à prova dos autos. No entanto, tal hipótese não se verifica no presente caso, uma vez que a decisão dos jurados encontra respaldo no conjunto probatório.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a decisão do júri somente será considerada manifestamente contrária às provas dos autos quando não houver qualquer suporte probatório que a justifique, o que não é o caso dos autos. A absolvição da ré foi fundamentada na análise das provas e na dúvida razoável quanto à sua part"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo Ministério Público, que requer a anulação da decisão proferida pelo Tribunal do Júri, alegando que esta foi manifestamente contrária às provas dos autos. A decisão em questão absolveu a ré, com base no princípio da soberania dos veredictos, conforme estabelece a Constituição Federal de 1988, art. 5º, XXXVIII, "d".

Voto

Análise Hermenêutica dos Fatos e do Direito

O Tribunal do Júri, em sua competência constitucional, decidiu pela absolvição da ré, após análise do conjunto probatório apresentado. O Ministério Público sustenta que há elementos suficientes para a condenação, com base em confissão realizada na fase inquisitorial. Contudo, a ré negou veementemente tal acusação durante a instrução processual.

Nos termos do art. 155 do Código de Processo Penal, "o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, sendo vedada a condenação baseada exclusivamente em elementos colhidos na fase investigativa". Portanto, a confissão extrajudicial não pode ser considerada prova suficiente para fundamentar a anulação da decisão do júri.

Ademais, a soberania dos veredictos é princípio basilar do Tribunal do Júri, previsto na Constituição Federal de 1988, art. 5º, XXXVIII, "d". A decisão dos jurados encontra respaldo no conjunto probatório, e não há qualquer elemento que demonstre que esta foi manifestamente contrária às provas dos autos.

Jurisprudência Aplicável

Conforme jurisprudência consolidada:

  1. TJSP (2ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: "A decisão a que alude o CPP, art. 593, III, 'd' é somente aquela sem qualquer amparo no quadro probatório, diante do princípio constitucional da soberania dos veredictos."
  2. STJ, REsp. Acórdão/STJ: "É obrigatória a intimação da parte recorrida para apresentação de contrarrazões ao recurso de apelação, sob pena de violação ao contraditório e à ampla defesa."

Conclusão

Conclui-se que a decisão do Tribunal do Júri está fundamentada no conjunto probatório apresentado nos autos, não havendo elementos que autorizem a sua anulação. Ressalta-se que, em caso de dúvida, deve prevalecer o princípio do in dubio pro reo, em respeito aos direitos e garantias fundamentais da ré.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, voto pelo não provimento do recurso interposto pelo Ministério Público, mantendo-se a decisão do Tribunal do Júri que absolveu a ré, considerando a soberania dos veredictos e a ausência de prova manifestamente contrária à decisão dos jurados.

Determino, ainda, a condenação do apelante ao pagamento das custas processuais, se cabíveis.

Termos Finais

É como voto.

[Localidade], [Data]

Magistrado: [Nome do Magistrado]


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