Modelo de Declaração de Posse Mansa, Pacífica e Ininterrupta para Instrução de Ação de Usucapião Extraordinária Rural com Fundamentação no Código Civil e Jurisprudência

Publicado em: 16/04/2025 AgrarioCivelProcesso Civil
Modelo de declaração formal em que os possuidores de imóvel rural, juntamente com seus genitores, atestam o exercício de posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta por mais de 30 anos sobre área de 74 alqueires, visando instruir eventual ação de usucapião extraordinária. O documento apresenta a qualificação das partes, exposição detalhada dos fatos, fundamentos jurídicos baseados no CCB/2002, art. 1.238 e CCB/2002, art. 1.204), princípios constitucionais da função social da propriedade e dignidade da pessoa humana, além de citar jurisprudência recente sobre o tema. Inclui pedido de reconhecimento da posse qualificada, produção de provas e outras providências processuais conforme o CPC/2015, art. 319. Indicado para instrução de demandas relativas à regularização fundiária e aquisição de propriedade pela via originária da usucapião.
DECLARAÇÃO
QUALIFICAÇÃO DOS DECLARANTES

Os abaixo assinados, J. e esposa M. dos S., R. e esposa S. dos S. e F. e esposo A. dos S., todos brasileiros, casados, residentes e domiciliados na área rural situada dentro de um perímetro de 74 (setenta e quatro) alqueires, localizada na zona rural deste município, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [inserir e-mails dos declarantes], vêm, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar a presente DECLARAÇÃO, nos termos do CPC/2015, art. 319, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

EXPOSIÇÃO DOS FATOS

Os declarantes, acima qualificados, afirmam que residem e exercem posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta há mais de 30 (trinta) anos sobre a mesma área de 74 (setenta e quatro) alqueires, juntamente com seus genitores, A. e T.. Desde o início da ocupação, a posse foi exercida de forma pública, sem qualquer oposição de terceiros, realizando benfeitorias, cultivando a terra e promovendo a gestão produtiva do imóvel, transformando-o em local de moradia e trabalho para toda a família.

Ressaltam que a posse foi transmitida de forma legítima e pacífica pelos genitores aos filhos, ora declarantes, que continuam a residir e explorar economicamente a área, mantendo o mesmo padrão de uso e conservação. Não houve, durante todo o período, qualquer contestação, litígio ou interrupção da posse, sendo esta reconhecida por toda a comunidade local.

Os fatos narrados demonstram, de maneira inequívoca, a existência de posse qualificada, com animus domini (intenção de dono), por período superior ao exigido pela legislação vigente para fins de reconhecimento de usucapião extraordinária.

DO DIREITO

A presente declaração fundamenta-se nos princípios constitucionais da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII) e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), bem como nas normas infraconstitucionais que disciplinam a aquisição da propriedade pela posse prolongada e qualificada.

O Código Civil Brasileiro de 2002 estabelece, em seu art. 1.238, que aquele que, por 15 (quinze) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquirir-lhe-á a propriedade, independentemente de título e boa-fé, podendo esse prazo ser reduzido para 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

No caso em tela, os declarantes, juntamente com seus genitores, exercem a posse sobre o imóvel há mais de 30 (trinta) anos, de forma contínua, mansa e pacífica, realizando benfeitorias e estabelecendo moradia habitual, o que preenche todos os requisitos legais para o reconhecimento da aquisição da propriedade pela via da usucapião extraordinária, conforme previsto no CCB/2002, art. 1.238.

Ressalta-se, ainda, que a transmissão da posse dos genitores aos filhos encontra respaldo no CCB/2002, art. 1.204, que admite a sucessão na posse, permitindo que os herdeiros continuem a contagem do tempo de posse para fins de usucapião.

O exercício da posse com animus domini pode ser comprovado por qualquer meio de prova, inclusive testemunhal, documental e pericial, conforme entendimento consolidado dos tribunais pátrios.

Por fim, destaca-se o princípio da segurança jurídica, que visa proteger situações consolidadas pelo tempo, conferindo estabilidade às relações jurídicas e sociais.

Assim, diante da posse prolongada, qualificada e incontestada, os declarantes fazem jus ao reconhecimento da situação fática e jurídica ora declarada.

JURISPRUDÊNCIAS

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de pedido formulado por J. e esposa M. dos S., R. e esposa S. dos S. e F. e esposo A. dos S., todos qualificados nos autos, que requerem o reconhecimento do exercício de posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta, há mais de 30 (trinta) anos, sobre área rural de 74 (setenta e quatro) alqueires, juntamente com seus genitores, A. e T., para fins de instrução de eventual ação de usucapião extraordinária ou para outros fins legais.

Alegam os requerentes que a posse se dá de forma pública, sem oposição, com realização de benfeitorias, gestão produtiva e moradia habitual, sendo transmitida legitimamente dos genitores para os filhos, ora declarantes.

Fundamentação

Dos Fatos e da Prova

A análise dos autos demonstra que os requerentes realmente exercem posse sobre o imóvel rural há mais de 30 anos, de modo contínuo, pacífico e público, conforme relatado e corroborado por elementos documentais e testemunhais, não havendo notícia de oposição de terceiros ou de interrupção do exercício possessório.

Ademais, restou comprovada a transmissão legítima da posse entre os genitores e os filhos, em conformidade com o CCB/2002, art. 1.204.

Do Direito

A CF/88, art. 5º, XXIII, o princípio da função social da propriedade, bem como, CF/88, art. 1º, III, a dignidade da pessoa humana. Tais princípios servem de base para o reconhecimento de direitos fundiários àqueles que, pelo trabalho e permanência prolongada, consolidaram situação de fato e direito.

O CCB/2002, art. 1.238 prevê a aquisição da propriedade por usucapião extraordinária àquele que, por 15 anos, sem interrupção ou oposição, possuir como seu um imóvel, independentemente de título e boa-fé, sendo o prazo reduzido para 10 anos quando se tratar de moradia habitual ou realização de obras/produtividade.

No caso dos autos, a posse por período superior a 30 anos, a moradia habitual e a realização de benfeitorias preenchem todos os requisitos legais para o reconhecimento da usucapião extraordinária.

Ressalta-se, ainda, que a sucessão na posse pelos filhos encontra respaldo no CCB/2002, art. 1.204, permitindo a soma dos períodos possessórios.

Destaco, ainda, o princípio da segurança jurídica, que visa proteger situações consolidadas pelo tempo, conferindo estabilidade às relações jurídico-sociais.

Jurisprudência

Os tribunais pátrios têm reconhecido a aquisição da propriedade pela via extraordinária, a exemplo dos recentes julgados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que acolheram pedidos semelhantes, diante de posse mansa, pacífica e prolongada, com animus domini, conforme ementas transcritas nos autos.

Da Fundamentação Constitucional da Decisão

Em obediência a CF/88, art. 93, IX, que exige a devida fundamentação das decisões judiciais, este voto encontra-se devidamente motivado, com a devida apreciação dos fatos e do direito aplicável, à luz dos princípios constitucionais e legais pertinentes.

Voto

Diante do exposto, conheço do pedido, tendo em vista o preenchimento dos requisitos legais e constitucionais, e JULGO PROCEDENTE o pedido dos declarantes, reconhecendo o exercício da posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta, há mais de 30 anos, sobre a área rural de 74 alqueires, juntamente com os genitores, para fins de instrução de eventual ação de usucapião extraordinária, nos termos do CCB/2002, art. 1.238, CF/88, art. 5º, XXIII e CF/88, art. 1º, III.

Defiro a produção de todas as provas em direito admitidas, inclusive testemunhal e documental, caso necessário, bem como atribuo à causa o valor fiscal indicado, e oportunizo, caso necessário, a realização de audiência de conciliação/mediação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, nos termos acima.

Certidão de Julgamento

[Município], [dia] de [mês] de [ano].

_______________________________________________
Magistrado(a) Relator(a)

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