Modelo de Defesa Administrativa contra Auto de Infração por Falha na Iluminação da Placa Traseira

Publicado em: 17/12/2024 Administrativo Trânsito
Defesa administrativa apresentada ao Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) por C. E. da S., pleiteando a nulidade de auto de infração com fundamento no art. 250, III, do CTB, referente à condução de veículo com iluminação da placa traseira apagada. A peça argumenta, com base no princípio da razoabilidade e no direito ao contraditório e ampla defesa, que a falha era imperceptível ao condutor no momento da abordagem, afastando dolo ou culpa. Em caráter subsidiário, requer a conversão da penalidade em advertência por escrito, nos termos do art. 267 do CTB, considerando a primariedade do requerente e a ausência de prejuízo à segurança.

DEFESA ADMINISTRATIVA

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO

PREÂMBULO

Requerente: C. E. da S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº XX, Bairro Y, Cidade Z, Estado W, endereço eletrônico: [email protected].

Requerido: Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN).

Processo Administrativo nº XXXXXXX.

DOS FATOS

O Requerente foi surpreendido com a lavratura de um auto de infração de trânsito, com fundamento no art. 250, III, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que trata da condução de veículo automotor sem que a iluminação da placa traseira esteja devidamente funcional. A infração foi constatada durante abordagem de rotina por agente de trânsito.

Ocorre que, no momento da abordagem, o Requerente não tinha ciência de que a lâmpada da iluminação da placa traseira estava queimada, uma vez que tal falha não é perceptível ao condutor durante a condução do veículo, especialmente em condições normais de uso. Não houve qualquer indicação prévia ou alerta que pudesse informar o Requerente acerca do problema.

Assim, a lavratura do auto de infração se deu de forma desproporcional e sem considerar a ausência de dolo ou culpa do condutor, que não tinha meios de identificar a falha apontada.

DO DIREITO

O art. 250, III, do CTB dispõe que constitui infração de trânsito conduzir o veículo com a iluminação da placa traseira apagada. No entanto, para que haja a configuração da infração, é necessário que o condutor tenha ciência ou meios razoáveis de identificar a falha apontada, o que não ocorreu no presente caso.

O princípio da razoabilidade, previsto implicitamente na CF/88, art. 5º, caput, deve ser observado na aplicação das normas de trânsito. Não é razoável exigir que o condutor, durante a condução do veículo, tenha condições de verificar o funcionamento da lâmpada da placa traseira, especialmente porque tal verificação só é possível com o veículo estacionado e em condições específicas de iluminação.

Ademais, o art. 265 do CTB assegura ao infrator o amplo direito de defesa em processos administrativos de trânsito, o que inclui a análise de circunstâncias que demonstrem a ausência de dolo ou culpa na con"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de recurso administrativo interposto por C. E. da S. em face do auto de infração lavrado pelo Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), com fundamento no art. 250, III, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que trata da condução de veículo automotor sem que a iluminação da placa traseira esteja devidamente funcional.

O Requerente alega ausência de dolo ou culpa na infração, sob o argumento de que não tinha meios razoáveis de identificar a falha apontada no momento da condução do veículo. Requer a nulidade do auto de infração ou, subsidiariamente, a conversão da penalidade em advertência por escrito, nos termos do art. 267 do CTB.

Voto

O presente caso exige análise hermenêutica entre os fatos narrados e os fundamentos legais e constitucionais aplicáveis. Inicialmente, destaco que o art. 250, III, do CTB caracteriza como infração de trânsito a condução de veículo automotor com a iluminação da placa traseira apagada. No entanto, para configuração da infração, é imperioso que o condutor tenha ciência ou meios razoáveis de identificar a falha apontada.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, exige que as decisões judiciais sejam fundamentadas. Assim, passo à análise dos fatos e fundamentos apresentados.

Análise dos Fatos

Consta nos autos que o Requerente foi abordado em uma operação de rotina, onde foi constatada a falha na iluminação da placa traseira. Contudo, o Requerente argumenta que tal falha era imperceptível durante a condução do veículo, não havendo qualquer indício de dolo ou negligência de sua parte.

A ausência de dolo ou culpa é corroborada pela impossibilidade prática de verificar a iluminação da placa traseira durante a condução do veículo, especialmente em condições normais de uso. Ademais, não consta nos autos a comprovação de que o Requerente tenha sido previamente alertado acerca da falha.

Fundamentos Legais e Constitucionais

A aplicação do art. 250, III, do CTB deve observar o princípio da razoabilidade, implícito no art. 5º da CF/88, bem como o devido processo legal e o direito ao contraditório, garantidos pelo art. 265 do CTB. Exigir do condutor a verificação constante da iluminação da placa traseira, durante a condução do veículo, extrapola os limites da razoabilidade e proporcionalidade.

A presunção de legitimidade dos atos administrativos, como os autos de infração, não é absoluta e deve ser afastada diante de elementos de prova que demonstrem a ausência de culpa ou dolo, conforme entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência.

Jurisprudência Aplicável

Em casos semelhantes, os tribunais têm reconhecido a necessidade de observância do devido processo legal e da análise das circunstâncias fáticas que demonstrem a ausência de culpa do condutor:

  • TJSP (11ª Câmara de Direito Público) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de defesa (CTB, art. 265)."
  • TJSP (7ª Turma Recursal de Fazenda Pública) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: "Ato administrativo que goza de presunção de legitimidade e veracidade - Conduta suficientemente descrita no auto de infração, sendo corretamente tipificada - Código de enquadramento que não prejudica o exercício do direito de defesa."

Conclusão

Diante do exposto, entendo que o auto de infração lavrado contra o Requerente não observou os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, uma vez que a falha apontada era imperceptível durante a condução do veículo, e não houve qualquer demonstração de dolo ou negligência.

Por outro lado, reconheço que a falha material existiu, ainda que involuntária, o que autoriza a aplicação de medida educativa, conforme disposto no art. 267 do CTB.

Decisão

Pelo exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, para determinar a conversão da penalidade de multa em advertência por escrito, nos termos do art. 267 do CTB.


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