Modelo de Defesa Administrativa para Declaração de Nulidade de Auto de Infração por Suposta Infração ao Artigo 175 do CTB

Publicado em: 14/12/2024 Administrativo Trânsito
Defesa administrativa apresentada ao Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) pelo Requerente J. P. da S., visando à declaração de nulidade do auto de infração nº 123456789, relativo à suposta prática de competições ou exibições de manobras em via pública, conforme artigo 175 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A defesa argumenta ausência de abordagem no momento da autuação, falta de comprovação da infração e vício no ato administrativo, com base nos princípios da legalidade, ampla defesa e contraditório previstos na Constituição Federal. Inclui pedidos de suspensão de penalidades, intimação do órgão autuador e audiência de conciliação.

DEFESA ADMINISTRATIVA

PREÂMBULO

Ilustríssimo Senhor Diretor do Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN.

Requerente: J. P. da S.
CPF: 000.000.000-00
Endereço: Rua Exemplo, nº 123, Bairro, Cidade/UF, CEP 00000-000
E-mail: [email protected]

Requerido: Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN.

DOS FATOS

O Requerente foi autuado por suposta infração ao artigo 175 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que trata da prática de competições, exibições ou demonstrações de perícia em manobra de veículo sem autorização da autoridade competente. Segundo o auto de infração, o Requerente teria participado de uma exibição de manobras em via pública no dia 10/10/2023.

Contudo, a abordagem realizada pela autoridade de trânsito foi irregular, pois não houve a devida comprovação da prática da infração no momento da autuação. Além disso, o Requerente não foi abordado no local e horário indicados no auto de infração, o que compromete a validade do ato administrativo.

DO DIREITO

A infração prevista no artigo 175 do CTB exige que a prática de competições ou exibições seja devidamente comprovada, o que não ocorreu no presente caso. O ato administrativo de autuação deve observar os princípios da legalidade, da ampla defesa e do contraditório, conforme disposto na CF/88, art. 5º, LV.

Ademais, o ato administrativo goza de presunção relativa de legitimidade, podendo ser afastado mediante prova em contrário, conforme o CPC/2015, art. 373, I. No caso em tela, a ausência de abordagem do Requerente no momento da autuação e a inexistência de provas concretas da prática da infração configuram vícios que tornam o ato nulo.

O CTB, art. 280, § 2º, determina que a infração deve ser comprovada por declaração da autoridade ou agente de trânsito, por aparelho eletrônico ou por testemunhas. No entanto, nenhuma dessas formas de comprovação foi apresentada, o que reforça a nulidade do auto de infração.

DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da legalidade, previsto na CF/88, art. 37, caput, impõe que a Administração Pública só pode agir conforme a lei. No caso em "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de análise de defesa administrativa apresentada pelo Requerente, J. P. da S., em face de autuação realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), sob a alegação de infração ao artigo 175 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A defesa argumenta, em resumo, que a autuação foi irregular, apontando ausência de comprovação da infração, de abordagem no local indicado e vícios no ato administrativo que comprometem sua validade.

Fundamentação

Dos Fatos

O Requerente alega que não houve comprovação da prática de exibições ou manobras em via pública, conforme previsto no artigo 175 do CTB. Além disso, a abordagem não teria ocorrido no local e horário indicados no auto de infração, o que compromete a validade do ato administrativo. A ausência de elementos concretos que comprovem a infração foi destacada na peça defensiva.

Do Direito

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LV, assegura aos administrados o direito ao contraditório e à ampla defesa em processos administrativos. A ausência de comprovação concreta da infração e a inexistência de abordagem in loco configuram cerceamento de defesa. Além disso, o princípio da legalidade, previsto no artigo 37, caput, da Constituição Federal, deve ser estritamente observado pela Administração Pública, o que não se verifica no presente caso.

O artigo 280, § 2º, do CTB, estabelece que a infração deve ser comprovada por declaração da autoridade ou agente de trânsito, por aparelho eletrônico ou por testemunhas. No caso em análise, nenhuma dessas formas de comprovação foi apresentada, o que reforça a nulidade do auto de infração.

Do Princípio da Presunção Relativa de Legitimidade

Embora os atos administrativos sejam dotados de presunção de legitimidade, essa presunção é relativa e pode ser afastada mediante a apresentação de provas em contrário, conforme o disposto no artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015). No caso presente, a ausência de abordagem e de provas concretas da infração evidencia vícios administrativos que tornam o ato nulo.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria reforça a necessidade de observância aos princípios da legalidade e do contraditório nos processos administrativos de trânsito. Ainda que haja presunção de legitimidade dos atos administrativos, esta não é absoluta, podendo ser afastada diante de vícios devidamente comprovados.

"Ação declaratória de nulidade de ato administrativo. Infração de trânsito. Inocorrência de cerceamento de defesa. [...] Presunção de legitimidade dos atos administrativos. [...] Recurso desprovido." (TJSP, Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Marina Freire, julgado em 15/08/2023)

Dispositivo

Diante do exposto, considerando os fatos apresentados, os dispositivos legais e constitucionais aplicáveis, voto no sentido de dar procedência ao pedido do Requerente, declarando a nulidade do auto de infração nº 123456789, com base nos seguintes fundamentos:

  1. Ausência de comprovação efetiva da prática da infração descrita no artigo 175 do CTB;
  2. Irregularidade na abordagem, comprometendo os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório;
  3. Violação do princípio da legalidade, previsto no artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988;
  4. Inobservância das exigências legais previstas no artigo 280, § 2º, do CTB.

Determino, ainda, a suspensão de quaisquer penalidades decorrentes do referido auto de infração, incluindo a pontuação na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do Requerente.

É como voto.

Magistrado: Fulano de Tal
Data: 20 de outubro de 2023


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