Modelo de Defesa contra Cancelamento de Benefício LOAS pelo INSS com Exigência de Devolução de Valores Recebidos

Publicado em: 13/03/2025 Direito Previdenciário
Petição apresentada por pessoa idosa e viúva, em resposta à notificação do INSS que cancelou o benefício de prestação continuada (LOAS) e exigiu a devolução de valores recebidos. A defesa fundamenta-se na boa-fé da beneficiária, nos princípios constitucionais da ampla defesa e contraditório, além de jurisprudências do STJ e a proteção da dignidade da pessoa humana. São pleiteados o reconhecimento da boa-fé, a anulação da notificação, a inexigibilidade de devolução de valores e a concessão de justiça gratuita.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE [CIDADE/UF]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Requerente: [INSERIR NOME COMPLETO DA REQUERENTE]

Requerido: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

PREÂMBULO

[NOME COMPLETO DA REQUERENTE], brasileira, viúva, portadora do CPF nº [INSERIR], residente e domiciliada na [ENDEREÇO COMPLETO], vem, por meio de seu procurador infra-assinado, com endereço profissional na [ENDEREÇO COMPLETO DO ADVOGADO], onde receberá intimações, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA em face da notificação recebida do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A Requerente é pessoa idosa e, até o momento, vinha recebendo o benefício de prestação continuada (LOAS), conforme previsto na Lei 8.742/93, art. 20. O benefício foi concedido em razão de sua condição de vulnerabilidade social e econômica.

Após o falecimento de seu cônjuge, [NOME DO MARIDO], a Requerente passou a receber pensão militar deixada por ele, no valor de [VALOR DA PENSÃO]. Em razão disso, o INSS notificou a Requerente, informando o cancelamento do benefício LOAS e exigindo a devolução dos valores recebidos após o início do pagamento da referida pensão.

A Requerente foi surpreendida com a notificação, uma vez que não houve qualquer má-fé de sua parte. A pensão militar foi concedida automaticamente após o falecimento de seu esposo, e a Requerente não foi devidamente orientada sobre a necessidade de comunicar o fato ao INSS.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o benefício de prestação continuada (LOAS) é regido pela Lei 8.742/93, art. 20, que estabelece como requisitos para sua concessão a condição de pessoa idosa ou com deficiência e a situação de vulnerabilidade econômica.

O cancelamento do benefício pela autarquia previdenciária, bem como a exigência de devolução dos valores recebidos, fere os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, previstos no art. 5º, LV, da CF/88. A Requerente não foi previamente informada sobre a necessidade de comunicar a percepção da pensão militar, tampouco foi oportunizado a ela o direito de se manifestar antes do cancelamento do benefício.

Ademais, o entendimento jurisprudencial consolidado é no sentido de que a devolução de valores recebidos de boa-fé pelo segurado é indevida, conforme entendimento do STJ no julgamento do REsp 1.381.734/RS, sob o rito dos "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo

Número: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Requerente: [INSERIR NOME COMPLETO DA REQUERENTE]

Requerido: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

Relatório

Trata-se de processo em que a parte autora, [NOME COMPLETO DA REQUERENTE], busca o reconhecimento da inexigibilidade de devolução de valores recebidos a título de benefício assistencial (LOAS) e a manutenção dos valores percebidos de boa-fé, em função de sua condição de vulnerabilidade econômica e social.

Alega a parte autora que, após o falecimento de seu cônjuge, passou a receber automaticamente pensão militar, sem ter sido previamente orientada sobre a necessidade de comunicar tal fato ao INSS, o que culminou no cancelamento do benefício assistencial e na exigência de devolução de valores. Afirma que não agiu com má-fé e que a exigência de devolução viola os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da ampla defesa e do contraditório.

Fundamentação

Dos Fatos e do Direito

De acordo com o relato dos autos, a parte autora é pessoa idosa e vulnerável economicamente, tendo recebido o benefício de prestação continuada (LOAS), nos termos da Lei 8.742/93, art. 20. Após o recebimento automático de pensão militar, o benefício assistencial foi cancelado pelo INSS, que exigiu a devolução dos valores recebidos concomitantemente.

Conforme o art. 5º, LV, da Constituição Federal, é assegurado aos litigantes em processo administrativo o direito ao contraditório e à ampla defesa. Na presente hipótese, resta evidente a ausência de prévia notificação à autora quanto à necessidade de informar a percepção da pensão militar, violando os princípios constitucionais mencionados.

Ademais, a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é no sentido da impossibilidade de devolução de valores recebidos de boa-fé por beneficiários da previdência social, conforme decidido no REsp Acórdão/STJ, julgado sob o rito dos recursos repetitivos. Observa-se que, no caso em tela, não há elementos que demonstrem má-fé por parte da autora.

Por fim, a exigência de devolução dos valores percebidos implica afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), considerando a idade avançada da autora e sua dependência econômica dos valores recebidos.

Das Jurisprudências

  • STJ - REsp Acórdão/STJ: \"É indevida a devolução de valores recebidos de boa-fé por beneficiários da previdência social, em razão de interpretação equivocada ou erro administrativo do ente previdenciário.\"
  • TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"A ampla defesa e o contraditório são princípios constitucionais que devem ser observados em todos os atos administrativos que impliquem prejuízo ao administrado.\"

Conclusão

Diante do exposto, considerando a ausência de má-fé da Requerente, a violação dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, e o entendimento jurisprudencial acerca da irrepetibilidade de valores recebidos de boa-fé, VOTO no sentido de DAR PROCEDÊNCIA ao pedido da parte autora, para:

  1. Reconhecer a boa-fé da Requerente e declarar a inexigibilidade de devolução dos valores recebidos a título de benefício assistencial (LOAS);
  2. Determinar a anulação da notificação emitida pelo INSS e a exclusão da cobrança dos valores;
  3. Condenar o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

É como voto.

Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado pela parte autora, nos termos acima fundamentados.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[CIDADE], [DATA].

______________________________
[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz Federal


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