Modelo de Defesa Criminal para Desconsideração de Laudo Indireto de Embriaguez ao Volante com Fundamentação em Princípios Constitucionais e Código de Processo Penal

Publicado em: 12/12/2024 Direito Penal Processo Penal Trânsito
Petição de defesa criminal apresentada à Vara Criminal, visando à desconsideração de laudo indireto que comprova teor alcoólico em delito de embriaguez ao volante. Fundamenta-se na ausência de confiabilidade técnica do exame, na violação ao contraditório e ampla defesa, bem como na presunção de inocência, conforme a Constituição Federal e o Código de Processo Penal. A peça requer a nulidade do documento, a possibilidade de contraprova técnica e, subsidiariamente, a absolvição do Requerente diante da insuficiência de provas. Inclui jurisprudências relevantes e detalhamento dos argumentos jurídicos.

DEFESA CRIMINAL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________.

Processo nº: ____________.

Nome do Requerente: ____________.

Nome do Requerido: ____________.

O Advogado que esta subscreve, devidamente constituído nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente DEFESA CRIMINAL, nos termos do art. 396 e seguintes do CPP, em razão da necessidade de desclassificação do laudo indireto que atesta teor alcoólico juntado aos autos dois anos após o acidente, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

O Requerente foi envolvido em um acidente de trânsito ocorrido em ____________, sendo acusado de conduzir veículo automotor sob influência de álcool, conforme disposto no art. 306 da Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro).

Contudo, o laudo que supostamente comprova a dosagem alcoólica foi produzido de forma indireta e somente juntado aos autos dois anos após o ocorrido, sem qualquer respaldo técnico-científico que ateste a confiabilidade do exame ou a manutenção da cadeia de custódia das provas.

Tal situação compromete a validade do referido laudo, configurando flagrante violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa e da presunção de inocência, previstos na CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o art. 306 da Lei 9.503/1997 exige a comprovação da alteração da capacidade psicomotora do condutor por meio de exame técnico ou teste de alcoolemia. No presente caso, o laudo indireto apresentado não atende aos requisitos legais e técnicos necessários para configurar a materialidade do delito.

A produção de prova indireta, especialmente em casos de embriaguez ao volante, deve observar rigorosamente os critérios de confiabilidade e autenticidade, sob pena de nulidade. O CPP, art. 564, IV, dispõe que a ausência de formalidades essenciais ao ato processual acarreta sua nulidade. Ademais, o princípio do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) exige que todas as provas sejam produzidas de forma lícita e idônea.

No caso em tela, o laudo foi produzido sem a presença do Requerente, impossibilitando a realização de contraprova, o que viola o direito à ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV). Além disso, a demora de dois anos para a juntada do documento compromete a integridade da prova e a credibilidade do processo.

Doutrinariamente, o princípio do contraditório é essencial para garantir a paridade de armas entre as partes no processo penal. Segundo Tou"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise dos autos do processo nº ____________, em que figura como Requerente ____________ e como Requerido ____________. A questão submetida à análise versa sobre a validade do laudo indireto apresentado, que atesta a suposta embriaguez do Requerente, dois anos após o ocorrido, em um acidente de trânsito.

Da Fundamentação

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, exige que toda decisão judicial seja devidamente fundamentada, sob pena de nulidade. Nesse sentido, passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados.

Dos Fatos

O Requerente foi acusado de conduzir veículo automotor sob influência de álcool, conforme disposto no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro ( Lei 9.503/1997). Todavia, o único elemento probatório apresentado para comprovar tal conduta foi um laudo indireto, juntado aos autos dois anos após o acidente, sem qualquer respaldo técnico que ateste sua confiabilidade.

A ausência de cadeia de custódia e o lapso temporal para a apresentação do documento geram sérias dúvidas quanto à validade e autenticidade da prova, comprometendo os princípios do contraditório, da ampla defesa e da presunção de inocência, consagrados nos incisos LIV, LV e LVII do art. 5º da CF/88.

Do Direito

O art. 306 da Lei 9.503/1997 exige a comprovação da alteração da capacidade psicomotora por exame técnico ou teste de alcoolemia. No caso em tela, o laudo indireto não atende aos requisitos legais e técnicos necessários, sendo, portanto, insubsistente para a configuração do delito.

A produção de prova indireta deve observar rigorosamente os critérios de confiabilidade e autenticidade. A ausência dessas formalidades essenciais acarretam nulidade, conforme disposto no art. 564, IV, do CPP. Ademais, o princípio do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) exige que todas as provas sejam produzidas de forma lícita e idônea.

Ademais, a presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) impõe que recaia sobre a acusação o ônus de provar a autoria e materialidade do delito, sendo inadmissível condenar o Requerente com base em prova de validade questionável.

Da Jurisprudência

Os Tribunais Superiores têm decidido reiteradamente no sentido de que a configuração do delito de embriaguez ao volante exige provas idôneas e confiáveis:

"Uma vez constatado o estado de embriaguez daquele que conduz veículo automotor em via pública, por exame toxicológico, não há como afastar-se a realização do tipo penal previsto no CTB, art. 306, se não chegou a ser produzida contraprova idônea." (TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP, Rel. Des. Grassi Neto, J. 30/08/2024)
"Crimes de trânsito - Lesão corporal culposa na condução de veículo automotor - Prova contraditória a respeito da dinâmica do acidente - Dúvida razoável que deve favorecer o réu - Absolvição decretada." (TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP, Rel. Des. Alexandre Almeida, J. 24/06/2024)

Conclusão

Diante do exposto, entendo que o laudo indireto apresentado não possui validade jurídica, pois não atende aos requisitos de confiabilidade e autenticidade, comprometendo o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.

Assim, voto no sentido de:

  1. Desconsiderar o laudo indireto, declarando sua nulidade, nos termos do art. 564, IV, do CPP;
  2. Absolver o Requerente, com fundamento no art. 386, VII, do CPP, pela ausência de provas suficientes para a condenação.

É como voto.


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