Modelo de Defesa e Fundamentação Jurídica em Recurso Inominado de Imóvel Alienado com Alegada Impenhorabilidade
Publicado em: 21/11/2024 Processo CivilRECURSO INOMINADO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO [VARA COMPETENTE] DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/UF]
Processo nº: [número do processo]
Recorrente: [Nome do Recorrente - ex.: L. K. S. M.]
Recorrido: [Nome do Recorrido - ex.: J. F. B. C.]
[NOME COMPLETO DA PARTE, REPRESENTANDO SUA QUALIFICAÇÃO], (estado civil, profissão, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência), nos autos da Ação de Execução de Título Extrajudicial, que move contra [NOME DO EXECUTADO], vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final subscreve, interpor o presente RECURSO INOMINADO, com fulcro no CPC/2015, art. 994, VII, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
EGRÉGIO TRIBUNAL,
I - DOS FATOS
Trata-se de Ação de Execução de Título Extrajudicial, na qual houve a penhora do bem imóvel de titularidade do Executado, em razão de sua revelia e da falta de indicação de bens passíveis de penhora. A ausência de manifestação do Executado resultou na decisão de penhora do referido bem, visando à satisfação do crédito do Exequente, que há tempos busca a quitação de seu crédito. Posteriormente, o Executado apresentou embargos à execução, alegando que o imóvel penhorado se trata de bem de família e, portanto, requerendo sua impenhorabilidade, nos termos da Lei 8.009/1990, art. 1º, que visa garantir a proteção do patrimônio mínimo necessário à dignidade da pessoa humana e à subsistência da entidade familiar.
Entretanto, no decorrer da análise dos fatos, constatou-se que o Executado alienou o imóvel a terceiros por meio de procuração pública irrevogável e irretratável, outorgando poderes ao procurador para que pudesse transferir o bem para si ou para quem indicasse, demonstrando claramente a intenção de burlar a penhora e frustrar a satisfação do crédito do Exequente. Essa manobra evidencia a má-fé do Executado ao tentar se desfazer do bem penhorado de modo a evitar o cumprimento da obrigação que lhe é devida.
Adicionalmente, foi verificado que o imóvel penhorado possui uma dupla destinação, sendo utilizado não apenas como residência do Executado, mas também como estabelecimento comercial, onde funciona a empresa de fotografia de titularidade do Executado. Dessa forma, não se pode aplicar a proteção prevista na Lei 8.009/1990, já que o referido bem não é destinado exclusivamente à moradia familiar, mas também serve como fonte de renda e possui destinação comercial, o que descaracteriza sua impenhorabilidade.
Cabe ressaltar que o bem de família é protegido pela legislação justamente para garantir a dignidade da pessoa e da família, mas essa proteção não pode ser utilizada de maneira abusiva para burlar a execução e frustrar credores de boa-fé. O fato de o imóvel ser utilizado parcialmente para fins comerciais demonstra que ele não atende aos requisitos de bem exclusivamente residencial, razão pela qual não pode ser beneficiado pela proteção da impenhorabilidade.
II - DO DIREITO
Nos termos da Lei 8.009/1990, art. 1º, a impenhorabilidade do bem de família visa proteger o patrimônio mínimo necessário à subsistência e dignidade da família. Contudo, tal proteção é restrita ao imóvel que seja exclusivamente residencial e utilizado como "'>...