Modelo de Defesa Prévia em Caso de Tráfico de Drogas: Nulidade de Provas, Incompetência de Juízo e Revogação de Prisão Preventiva
Publicado em: 04/05/2024 Direito PenalDEFESA PRÉVIA
Processo nº XXXXXXX
PREÂMBULO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___________.
Nome do Acusado: R. S. de A.
Por intermédio de seu advogado constituído, conforme instrumento de mandato anexo, com endereço profissional na Rua ________, nº ____, Bairro _______, Cidade ________, Estado _______, CEP _______, e e-mail ________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA PRÉVIA, nos termos do CPP, art. 396-A, em razão da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DOS FATOS
O acusado foi denunciado pela suposta prática do crime de tráfico de drogas, previsto na Lei 11.343/2006, art. 33, caput. Segundo a denúncia, policiais militares ingressaram na residência do acusado sem mandado judicial, alegando informações de terceiros sobre a existência de drogas no local. Durante a ação, nenhuma droga foi encontrada em posse do acusado, sendo apreendidas substâncias em local diverso e sem a devida comprovação de vínculo com o réu.
Ademais, a defesa já havia protocolado pedido de revogação da prisão preventiva, que, até o momento, não foi analisado, configurando grave violação ao princípio da celeridade processual e à urgência da medida.
Por fim, a denúncia menciona elementos que indicam a possível transnacionalidade do tráfico, o que atrai a competência da Justiça Federal, conforme disposto no CPP, art. 109, V.
DO DIREITO
1. DA INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
A Constituição Federal assegura, no CF/88, art. 5º, XI, a inviolabilidade do domicílio, permitindo o ingresso de autoridades apenas em casos de flagrante delito, desastre, para prestar socorro ou mediante ordem judicial. No caso em tela, os policiais ingressaram na residência do acusado sem mandado judicial e sem qualquer justificativa plausível de flagrante delito, configurando grave violação ao direito fundamental do réu.
Além disso, a ausência de fundadas razões contemporâneas ao ingresso no domicílio torna ilícitas as provas obtidas, conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, prevista no CF/88, art. 5º, LVI.
2. DA NULIDADE DO FLAGRANTE
O flagrante é nulo, pois não houve apreensão de drogas em posse do acusado e as informações que fundamentaram a ação policial são frágeis e baseadas em denúncias anônimas, sem qualquer investigação prévia. A ausência de provas conclusivas viola o CPP, art. 302, que exige elementos concretos para a configuração do flagrante delito.