Modelo de Resposta à Acusação de Tráfico de Drogas com Pedido de Absolvição Sumária ou Desclassificação para Posse para Uso Pessoal

Publicado em: 25/11/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de Resposta à Acusação de tráfico de drogas em que o acusado contesta as alegações de comercialização de substâncias ilícitas, argumentando que a droga apreendida era destinada ao consumo próprio. A defesa pede a absolvição sumária por ausência de provas suficientes que caracterizem o tráfico, ou, subsidiariamente, a desclassificação para posse para uso pessoal. O modelo aborda a falta de elementos típicos do tráfico, como balança de precisão ou dinheiro, e enfatiza a ausência de comportamento suspeito no momento da abordagem.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da [Vara Criminal] da Comarca de [Cidade/UF]

Processo nº [número do processo]

Acusado: [Nome do Acusado], [estado civil], [profissão], inscrito no CPF sob o nº [número], residente e domiciliado na [endereço completo], e-mail: [e-mail do Acusado].

I - DOS FATOS

O acusado [nome do acusado - somente iniciais] foi denunciado pela prática do crime previsto no CP, art. 33, referente ao tráfico de drogas. Segundo a denúncia, o acusado teria sido surpreendido em posse de uma quantidade de entorpecentes, o que levou à sua prisão em flagrante. A denúncia alega que o acusado estaria envolvido na venda de substâncias ilícitas, sem qualquer base sólida que comprove, de fato, a intenção de comercialização ou envolvimento com o tráfico de drogas.

O acusado, no entanto, nega veementemente as acusações que lhe são imputadas. A quantidade de entorpecentes encontrada com o acusado era ínfima e destinada ao seu uso pessoal, circunstância que descaracteriza o crime de tráfico, sendo enquadrada, no máximo, como posse para consumo pessoal, conforme Lei 11.343/2006, art. 28. Além disso, não foram encontradas provas que indicam a prática de atos relacionados ao tráfico, como dinheiro em grande quantidade, balança de precisão, caderno de anotações, ou quaisquer outros elementos que indiquem a comercialização da substância.

Cabe destacar que, no momento da abordagem, o acusado não apresentou qualquer comportamento que pudesse sugerir a prática de tráfico. O acusado estava sozinho, em um local próximo à sua residência, sem quaisquer sinais de envolvimento em atividades ilícitas. O simples fato de portar uma pequena quantidade de entorpecentes, sem qualquer outro indício que possa configurar o crime de tráfico, deve ser considerado insuficiente para fundamentar a acusação.

Além disso, é importante considerar o contexto social do acusado. [Nome do acusado - somente iniciais] é uma pessoa trabalhadora, possui um histórico de vida sem qualquer envolvimento com atividades criminosas e sempre foi bem visto em sua comunidade. O acusado possui um emprego formal, onde trabalha diariamente para prover o sustento de sua família. Ele também é responsável pelo cuidado de seus pais idosos, desempenhando um papel fundamental no apoio familiar, o que demonstra seu caráter íntegro e afastado de qualquer prática ilícita.

II - DO DIREITO

De acordo com o CF/88, art. 5º, LVII, ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, sendo garantido ao acusado o direito à ampla defesa e ao contraditório. Dessa forma, a simples posse de entorpecentes, sem outros elementos que indiquem a prática do tráfico, não pode ser utilizada como fundamento para a condenação pelo crime de tráfico de drogas. O princípio da presunção de inocência deve ser respeitado, e o ônus da prova recai sobre a acusação, que deve demonstrar, de forma clara e inequívoca, a prática delitiva.

Ainda, conforme a Lei 11.343/2006, art. 28, a posse de drogas para consumo pessoal não configura crime de tráfico, devendo ser analisadas as circunstâncias do caso concreto, tais como a quantidade da substância e a inexistência de elementos que comprovem a comercialização. A quantidade de entorpecentes apreendida era mínima, indicando que a destinação era para consumo próprio, não havendo indícios de que o acusado estivesse envolvido em atividades ilícitas de tráfico. A ausência de elementos característicos de tráfico, como balança de precisão, grandes quantidades de dinheiro ou divisão da droga em porções, reforça a tese de que a droga era para consumo pessoal.

Importante ressaltar que, segundo o CPP, art. 156, cabe ao Ministério Público o ônus da prova em relação à autoria "'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito:

Fatos: O acusado [nome do acusado - somente iniciais] foi denunciado pelo crime de tráfico de drogas (CP, art. 33), sendo surpreendido em posse de uma pequena quantidade de entorpecentes. Segundo a acusação, ele estaria envolvido na comercialização da substância ilícita, mas não existem elementos que comprovem a intenção de venda ou qualquer outra atividade relacionada ao tráfico. A droga encontrada estava destinada ao consumo pessoal, fato corroborado pela pequena quantidade apreendida e pela ausência de instrumentos típicos do tráfico, como balança de precisão ou grandes quantias em dinheiro.

Durante a abordagem, o acusado não apresentou qualquer atitude que indicasse envolvimento com tráfico de drogas. Ele estava próximo à sua residência, sem quaisquer indícios de atividade ilícita. Além disso, o acusado possui um histórico de vida irrepreensível, sem antecedentes criminais, sendo uma pessoa trabalhadora e responsável pelo sustento de sua família e pelo cuidado dos pais idosos.

Direito: Nos termos do CF/88, art. 5º, LVII, o acusado goza da presunção de inocência, não podendo ser considerado culpado até o trânsito em julgado de uma sentença condenatória. O ônus da prova recai sobre o Ministério Público, que deve comprovar de maneira inequívoca a prática do crime de tráfico. No presente caso, a quantidade de droga apreendida era mínima e destinada ao uso pessoal, não havendo qualquer indício que sustente a acusação de tráfico de drogas. A simples posse de entorpecentes, sem a presença de elementos adicionais, não é suficiente para configurar o crime de tráfico.

A Lei 11.343/2006, art. 28, dispõe que a posse de drogas para consumo pessoal não configura crime de tráfico. A falta de elementos como balança de precisão, divisão da droga em porções ou quantias significativas em dinheiro reforça a tese de que a substância apreendida era destinada exclusivamente ao uso pessoal. Ademais, segundo o CPP, art. 156, cabe ao Ministério Público provar a autoria e a materialidade delitiva, o que não foi feito no caso em tela. Não há testemunhas que indiquem qualquer prática de comercialização por parte do acusado.

Considerando o princípio da proporcionalidade, deve-se evitar a criminalização desnecessária de condutas que não apresentem real periculosidade social. A aplicação indevida da legislação antidrogas, sem elementos consistentes que provem a prática do tráfico, constitui uma violação dos direitos fundamentais do acusado, especialmente o direito à liberdade e à dignidade, conforme CF/88, art. 5º, LIV e LV.

Defesas que Podem Ser Opostas pela Parte Contrária:

  1. Natureza da Droga e Quantidade Apreendida: O Ministério Público pode argumentar que a natureza da droga e a quantidade apreendida são indícios suficientes para caracterizar o tráfico, alegando que mesmo pequenas quantidades podem ser utilizadas para comercialização, dependendo do contexto e da forma de apresentação da substância.

  2. Possíveis Testemunhas e Informações da Investigação: Outra possível defesa é a utilização de informações obtidas durante a investigação policial, como testemunhos de moradores locais ou de agentes de segurança que indicariam a possível prática de tráfico. O MP pode buscar reforçar a acusação com qualquer indício, mesmo que mínimo, de movimentação ou venda da droga apreendida.

  3. Presunção de Atividade Ilícita: O Ministério Público pode defender a tese de que o simples porte de substâncias entorpecentes já é indício de envolvimento com atividades ilícitas, utilizando-se do argumento de que a quantidade de drogas em posse do acusado pode não ser destinada exclusivamente ao consumo pessoal, mas a uma eventual comercialização, dependendo de outros fatores subjetivos que possam surgir durante o processo.

Conceitos e Definições do Documento:

  • Presunção de Inocência: Princípio constitucional que estabelece que ninguém será considerado culpado até que uma sentença penal condenatória transite em julgado. Cabe ao Ministério Público provar a culpa do acusado, garantindo que todos tenham direito ao contraditório e à ampla defesa.
  • Tráfico de Drogas: Crime previsto no art. 33 da Lei 11.343/2006, que caracteriza a comercialização, transporte, armazenamento ou entrega de substâncias entorpecentes de forma ilícita, configurando uma infração de alta gravidade e elevada pena.
  • Posse para Consumo Pessoal: Situação em que a pessoa é encontrada em posse de substâncias ilícitas, mas para uso próprio, conforme previsto na Lei 11.343/2006, art. 28. Esta conduta não configura tráfico e está sujeita a medidas socioeducativas, e não à pena privativa de liberdade.
  • Proporcionalidade: Princípio segundo o qual as penas ou sanções impostas devem ser proporcionais ao ato praticado. O excesso punitivo, sem análise adequada das circunstâncias, pode levar à injustiça e à violação de direitos fundamentais.

Considerações Finais: A Resposta à Acusação apresentada visa demonstrar que o acusado não praticou o crime de tráfico de drogas, sendo a droga encontrada destinada exclusivamente ao uso pessoal. A acusação de tráfico baseia-se unicamente na posse de uma pequena quantidade de entorpecente, sem qualquer outro elemento que comprove a comercialização, como dinheiro em grandes quantidades, balança de precisão ou anotações.

A defesa reitera a ausência de provas concretas que possam sustentar a acusação de tráfico, requerendo a absolvição sumária do acusado, ou, subsidiariamente, a desclassificação para o crime de posse para consumo próprio, nos termos da Lei 11.343/2006, art. 28. O princípio da presunção de inocência e o direito ao contraditório e à ampla defesa são garantias fundamentais que devem ser respeitadas, especialmente em casos onde não há provas suficientes da prática de tráfico.

Além disso, é fundamental observar o princípio da proporcionalidade, garantindo que o acusado não seja penalizado de maneira desproporcional em relação aos fatos apresentados. A criminalização de uma conduta sem a análise cuidadosa das circunstâncias e da ausência de elementos que indiquem a prática de tráfico de drogas pode resultar em uma condenação injusta, violando direitos fundamentais do acusado e comprometendo sua dignidade.

 


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Alegações Finais em Processo Penal - Desclassificação de Tráfico para Posse de Drogas com Base no Tema 506/STF

Modelo de Alegações Finais em Processo Penal - Desclassificação de Tráfico para Posse de Drogas com Base no Tema 506/STF

Publicado em: 27/08/2024 Direito Penal Processo Penal

Modelo de alegações finais em processo penal, requerendo a desclassificação do crime de tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33) para posse para consumo pessoal (Lei 11.343/2006, art. 28), com base no Tema 506/STF. A peça aborda fundamentos legais, constitucionais, e jurídicos, com argumentação detalhada e defesas que podem ser opostas.

Acessar

Modelo de Defesa Prévia em Ação Penal por Tráfico de Drogas e Associação para o Tráfico

Modelo de Defesa Prévia em Ação Penal por Tráfico de Drogas e Associação para o Tráfico

Publicado em: 26/10/2024 Direito Penal Processo Penal

Modelo de defesa prévia para acusado de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Contém fundamentação jurídica para desclassificação para posse para consumo e pedido de absolvição sumária. Pronto para uso, com qualificação das partes e citações legislativas.

Acessar

Modelo de Memoriais Finais - Defesa em Ação de Tráfico de Drogas - Art. 33 da Lei de Drogas

Modelo de Memoriais Finais - Defesa em Ação de Tráfico de Drogas - Art. 33 da Lei de Drogas

Publicado em: 25/11/2024 Direito Penal Processo Penal

Memoriais finais apresentados em defesa de M. G. B. da S., acusada de tráfico de drogas nos termos do art. 33 da Lei nº 11.343/2006. A defesa alega ilegalidade na abordagem policial, ausência de provas para caracterização do crime de tráfico e pede a absolvição da acusada, subsidiariamente a desclassificação para posse de droga para uso pessoal, e a revogação da prisão preventiva.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 19,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 29,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 26,63 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 79,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 21,65 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 129,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 15,70 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 219,90

Parcele em até 6x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.