Modelo de Defesa Prévia em Denúncia de Apropriação Indébita com Fundamentação Jurídica e Pedido de Absolvição

Publicado em: 19/05/2024 Direito Penal
Apresentação de Defesa Prévia por parte de acusado de apropriação indébita (art. 168 do Código Penal), contestando a denúncia com base na ausência de dolo específico e insuficiência de provas, conforme o disposto no art. 396-A do Código de Processo Penal. São requeridos a rejeição da denúncia por falta de justa causa, a produção de provas caso necessário, e a absolvição do réu, com base nos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e presunção de inocência. O documento inclui ainda fundamentação jurídica robusta e jurisprudências correlatas.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, casado, contador, portador do RG nº __________ e do CPF nº __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do CPP, art. 396-A, apresentar sua DEFESA PRÉVIA em face da denúncia que lhe imputa a prática do crime de apropriação indébita, previsto no art. 168 do Código Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

Segundo a denúncia, o acusado, na qualidade de contador, teria recebido valores de um cliente para o pagamento de tributos e, ao invés de realizar o recolhimento integral, teria desviado parte do montante para fins próprios, configurando, assim, o crime de apropriação indébita.

Contudo, a narrativa apresentada pela acusação carece de elementos probatórios suficientes para demonstrar a prática do delito, especialmente no que tange ao dolo específico exigido para a configuração do tipo penal, qual seja, o animus rem sibi habendi (intenção de assenhorar-se definitivamente do bem alheio).

DO DIREITO

A denúncia apresentada não preenche os requisitos do CPP, art. 41, uma vez que não descreve de forma clara e objetiva a conduta criminosa imputada ao acusado, limitando-se a alegações genéricas e desprovidas de comprovação concreta.

O crime de apropriação indébita, previsto no CP, art. 168, exige a presença de dolo específico, ou seja, a intenção deliberada de se apropriar de bem alheio de forma definitiva. No caso em tela, não há elementos que comprovem tal intenção por parte do acusado, configurando-se, no máximo, uma má administração financeira, passível de discussão na esfera cível, mas não na criminal.

Ademais, a presunção de inocência, garantida pelo CF/88, art. 5º, LVII, impõe que a condenação penal somente ocorra quando houver provas inequívocas da autoria e da materialidade do delito, o que não se verifica no presente caso.

JURISPRUDÊNCIAS

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Simulação de Voto

Simulação de Voto

PREÂMBULO

Trata-se de análise de recurso interposto no âmbito da denúncia que imputa ao acusado A. J. dos S. a prática do crime de apropriação indébita, previsto no artigo 168 do Código Penal. O presente voto busca analisar os fatos, os fundamentos constitucionais e legais, bem como a jurisprudência pertinente, a fim de decidir sobre o mérito da questão posta.

DOS FATOS

Consta na denúncia que o acusado, contador de profissão, teria recebido valores de um cliente para o pagamento de tributos e, ao invés de realizar o recolhimento integral, teria desviado parte do montante para fins próprios, configurando, assim, o delito de apropriação indébita.

Contudo, a defesa sustenta que não há provas suficientes que demonstrem o dolo específico necessário para a configuração do crime, alegando que houve, no máximo, má gestão financeira, que deveria ser discutida na esfera cível.

DO DIREITO

A análise da denúncia revela que esta não preenche integralmente os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal, pois não descreve de forma clara e objetiva a conduta do acusado, limitando-se a alegações genéricas e não comprovadas.

O artigo 168 do Código Penal exige a presença do dolo específico — animus rem sibi habendi —, ou seja, a intenção deliberada de se apropriar de bem alheio de forma definitiva. No presente caso, os elementos apresentados não demonstram tal intenção, sendo insuficientes para imputar a prática do crime ao acusado.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LVII, assegura o princípio da presunção de inocência, que determina que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim, a ausência de provas inequívocas da autoria e da materialidade do delito impede a condenação do réu.

JURISPRUDÊNCIA

A jurisprudência dos Tribunais reforça o entendimento de que a configuração do crime de apropriação indébita exige a comprovação do dolo específico. Destaco os seguintes precedentes:

  • TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: "O crime de apropriação indébita exige prova inequívoca do dolo específico de assenhoramento do bem. À luz do princípio da presunção de inocência e da insuficiência de provas para demonstrar o dolo específico, impõe-se a absolvição da ré."
  • TJSP (11ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: "Ausência de demonstração do dolo específico - Preliminares afastadas, mas insuficiência probatória impede a condenação."

DO VOTO

Em análise ao conjunto probatório e aos fundamentos apresentados, verifica-se que a denúncia não apresenta elementos concretos e suficientes para demonstrar a prática do delito imputado ao acusado.

O princípio da presunção de inocência, consagrado no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, impõe que a condenação penal somente seja proferida diante de provas robustas e inequívocas. No caso, a narrativa acusatória não demonstra a intenção deliberada do acusado de se apropriar dos valores recebidos, sendo insuficiente para configurar o crime de apropriação indébita.

Ademais, a denúncia carece de clareza na descrição da conduta imputada, infringindo o artigo 41 do Código de Processo Penal, o que compromete o contraditório e a ampla defesa.

Diante disso, voto por:

  1. Rejeitar a denúncia nos termos do artigo 395, inciso III, do Código de Processo Penal, pela ausência de justa causa para a ação penal.
  2. Subsidiariamente, caso não seja acolhido o pedido de rejeição, voto pela absolvição do acusado, com fundamento no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, pela ausência de provas suficientes para a condenação.

CONCLUSÃO

Concluo, portanto, pelo reconhecimento da ausência de elementos probatórios capazes de sustentar a denúncia, garantindo-se, assim, o respeito aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e da presunção de inocência.

Assim voto.

___________________________
Nome do Magistrado
Cargo


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