Modelo de Defesa Preliminar em Ação Penal por Apropriação Indébita com Base no Art. 396-A do CPP

Publicado em: 22/08/2024 Direito Penal Processo Penal Direito Previdenciário
Apresentação de defesa preliminar em ação penal movida contra Fulano de Tal, acusado de apropriação indébita de veículo pertencente à empresa empregadora. O documento fundamenta a ausência de dolo específico, solicita a aplicação do princípio do in dubio pro reo e requer a absolvição sumária com base na falta de provas suficientes, conforme o artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal. Alternativamente, pleiteia a desclassificação para infração administrativa ou trabalhista, com produção de provas e realização de audiência de instrução e julgamento, se necessário.

DEFESA PRELIMINAR

Processo nº XXXXXXX

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, motorista, portador do RG nº XXXXXXX e inscrito no CPF sob o nº XXXXXXX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, Estado V, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, Estado V, onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, apresentar sua

DEFESA PRELIMINAR

com fundamento no artigo 396-A do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PREÂMBULO

O acusado foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 168, §1º, inciso III, do Código Penal, sob a alegação de que, de forma consciente e voluntária, teria se apropriado indevidamente de coisa alheia móvel, consistente em um veículo marca Fiat Mobi Easy, cor branca, placas RLD3G08, de propriedade da empresa EQS Engenharia, o qual detinha para desempenhar os serviços para os quais fora empregado. Segundo a denúncia, o acusado teria se ausentado do trabalho por três dias consecutivos sem justificativa e, posteriormente, utilizado o veículo fora dos horários estipulados no contrato de trabalho, inclusive emprestando-o a terceiro não identificado.

DOS FATOS

O acusado, na qualidade de funcionário da empresa EQS Engenharia, utilizava o veículo Fiat Mobi Easy, cor branca, placas RLD3G08, para o desempenho de suas funções laborais. No entanto, devido a problemas pessoais e de saúde, ausentou-se do trabalho por três dias consecutivos, sem apresentar justificativa formal, o que gerou a interpretação equivocada de que teria se apropriado indevidamente do veículo.

Importante destacar que o acusado não tinha a intenção de se apropriar do bem, tampouco de causar prejuízo à empresa. O uso do veículo fora do horário de trabalho ocorreu de forma esporádica e sem dolo específico de apropriação, sendo que o empréstimo a terceiro não identificado foi um ato isolado, sem qualquer intenção criminosa.

DO DIREITO

O crime de apropriação indébita, previsto no artigo 168 do Código Penal, exige, para sua configuração, a presença do elemento subjetivo do dolo, ou seja, a intenção clara e inequívoca de se apropriar de coisa alheia móvel. No caso em tela, não há provas suficientes que demonstrem que o acusado agiu com dolo específico de se apropriar do veículo.

Ademais, o princípio do in dubio pro reo, consagrado no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, determina que, na ausência de provas robustas e inequívocas acerca da autoria e da materialidade do delito, deve-se absolver o acusado. A jurisprudência pátria é pacífica ao afirmar que nenhuma acusação penal se presume provada, cabendo ao Ministério Público o ônus de comprovar, de forma inequívoca, a culpabilidade do réu.

Além disso, o uso do veículo fora do horário de trabalho e o empréstimo a te"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise de denúncia formulada contra o réu Fulano de Tal, acusado da prática do crime previsto no artigo 168, §1º, inciso III, do Código Penal, sob a alegação de apropriação indébita de veículo pertencente à empresa EQS Engenharia.

Análise Hermenêutica

Dos Fatos

Conforme consta nos autos, o acusado, na qualidade de funcionário da empresa, utilizava o veículo Fiat Mobi Easy, cor branca, placas RLD3G08, para o desempenho de suas funções laborais. Devido a problemas pessoais e de saúde, o réu ausentou-se do trabalho por três dias consecutivos, sem justificativa formal, o que gerou o entendimento de apropriação indevida do veículo.

Contudo, a conduta narrada nos autos não demonstra, de forma inequívoca, a intenção de se apropriar do bem alheio, sendo que o uso do veículo fora do horário de trabalho, bem como o empréstimo a terceiro, não configuram, por si só, o dolo específico necessário para a tipificação do crime de apropriação indébita.

Do Direito

Para a configuração do delito de apropriação indébita, descrito no artigo 168 do Código Penal, é indispensável a demonstração do dolo específico, ou seja, a intenção de apropriar-se definitivamente de coisa alheia móvel. Em análise ao conjunto probatório, não há elementos suficientes que comprovem a existência desse elemento subjetivo.

O princípio do in dubio pro reo, consagrado no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, determina que, na ausência de provas robustas e inequívocas, deve o acusado ser absolvido. A jurisprudência pátria é pacífica neste sentido, conforme os precedentes que seguem:

"Prova reunida nos autos que não conseguiu esclarecer quem dirigia o automóvel roubado no momento da abordagem. [...] Hipótese que não permite decretar eventual compartilhamento do veículo de proveniência delituosa, eis que inexiste lastro probatório idôneo e específico sobre a vertente criminosa imputada ao acusado. [...] Provimento do recurso, a fim de absolver o réu da imputação do CP, art. 180, com fulcro no CPP, art. 386, VII."
TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ - Rel.: Des. Carlos Eduardo Freire Roboredo - J. em 25/04/2024
"Embora a materialidade do delito seja inconteste, notadamente em vista do resultado do laudo pericial, não há nos autos elementos que demonstrem, de forma contundente, a autoria delitiva. [...] Há dúvida razoável a respeito dos fatos, o que deve beneficiar a defesa, com base no princípio in dubio pro reo."
TJSP - Apelação Criminal Acórdão/TJSP - Rel.: Des. Xisto Albarelli Rangel Neto - J. em 21/11/2024

Fundamentos Jurídicos

Com base na interpretação sistemática e teleológica das normas constitucionais e infraconstitucionais, especialmente à luz do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que determina que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, concluo que não há elementos probatórios suficientes para a condenação do acusado.

Ademais, a conduta narrada pode, no máximo, configurar infração de natureza trabalhista, a ser dirimida em esfera administrativa ou cível, não cabendo, no caso em tela, a aplicação de sanção penal.

Conclusão

Ante o exposto, voto no sentido de julgar improcedente a denúncia formulada pelo Ministério Público, absolvendo o réu Fulano de Tal com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

Por fim, determino o arquivamento do presente feito, sem prejuízo de outras medidas cabíveis na esfera administrativa ou trabalhista, caso sejam necessárias.

Decisão

É como voto.

[Localidade], [Data]

Magistrado: ________________________________


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