Modelo de Defesa Prévia em Processo Criminal: Incompetência do Juízo e Ausência de Justa Causa em Contexto de Denúncia por Violência Doméstica

Publicado em: 24/02/2025 Direito Penal Processo Penal
Defesa prévia apresentada no âmbito de processo criminal, com base no art. 396-A do CPP, em que o acusado responde por denúncia de lesão corporal em contexto de violência doméstica. A peça argumenta pela incompetência do juízo especializado em violência doméstica, dado que não há vínculo afetivo entre as partes, e pela ausência de justa causa para a ação penal, considerando a inexistência de provas robustas e a configuração de legítima defesa. Inclui fundamentação jurídica detalhada, jurisprudências pertinentes e pedidos relacionados à rejeição da denúncia e remessa ao juízo competente.

DEFESA PRÉVIA

PROCESSO Nº XXXXXXX

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

A. J. dos S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA PRÉVIA, com fulcro no art. 396-A do CPP, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

PREÂMBULO

O denunciado foi acusado de praticar o crime previsto no art. 129, §13, do Código Penal, sob a alegação de que teria agredido fisicamente a suposta vítima, Sra. M. F. de S. L., em contexto de violência doméstica. No entanto, conforme será demonstrado, a denúncia carece de justa causa, além de haver manifesta incompetência do juízo, uma vez que não se configura o vínculo afetivo necessário para a aplicação da Lei Maria da Penha.

DOS FATOS

Conforme narrado na denúncia, o acusado e a suposta vítima teriam se envolvido em uma discussão que culminou em agressões mútuas. Contudo, é importante destacar que:

  • O acusado e a suposta vítima não mantinham qualquer vínculo afetivo, não sendo namorados, companheiros ou cônjuges.
  • A suposta vítima também teria agredido o acusado, conforme relatos e evidências apresentadas.
  • O Conselho Superior do Ministério Público já havia arquivado queixa anterior envolvendo as partes, reconhecendo a ausência de elementos suficientes para a persecução penal.

DO DIREITO

1. DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO

Nos termos do art. 5º, inciso LIII, da CF/88, ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. A aplicação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) exige a configuração de vínculo afetivo entre as partes, conforme entendimento consolidado pelo STJ. No presente caso, inexistindo tal vínculo, resta configurada a incompetência do juízo especializado em violência doméstica.

2. DA AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA

Conforme o art. 395, inciso III, do CPP, a denúncia deve ser rejeitada quando faltar justa causa para a ação penal. No caso em tela, a ausência de provas robustas que demonstrem a autoria e materialidade do delito, bem como a existência de "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº XXXXXXX

Trata-se de apreciação judicial de defesa prévia apresentada por A. J. dos S., no qual foram debatidos os seguintes pontos: incompetência do juízo, ausência de justa causa, e legítima defesa, nos termos do art. 396-A do Código de Processo Penal.

Voto

Em análise à denúncia apresentada pelo Ministério Público e à defesa prévia do acusado, passo a decidir com base nos fatos e fundamentos constitucionais e legais aplicáveis ao caso concreto.

1. Da Incompetência do Juízo

Nos termos do art. 5º, inciso LIII, da Constituição Federal de 1988, \"ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente\". No caso em questão, a aplicação da Lei Maria da Penha requer a existência de vínculo afetivo entre as partes, o que, conforme alegado na defesa e corroborado nos autos, não se configurou. Assim, reconheço a incompetência do juízo especializado em violência doméstica, devendo os autos ser remetidos ao juízo competente.

2. Da Ausência de Justa Causa

O art. 395, inciso III, do Código de Processo Penal estabelece que a denúncia será rejeitada quando faltar justa causa para a ação penal. A análise dos autos revela a ausência de provas robustas que demonstrem a autoria e materialidade do delito, além de evidências de agressões mútuas entre as partes. Assim, entendo que não há justa causa para o prosseguimento da ação penal.

3. Da Legítima Defesa

Conforme o art. 25 do Código Penal, considera-se legítima defesa a prática de atos necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente. O conjunto probatório indica que o acusado reagiu às agressões perpetradas pela suposta vítima, configurando legítima defesa. Não havendo elementos que afastem tal tese, aplica-se o princípio do in dubio pro reo.

4. Das Jurisprudências Apresentadas

A análise das jurisprudências destacadas pela defesa reforça o entendimento de que, na ausência de elementos probatórios consistentes, deve prevalecer a absolvição do acusado. As decisões citadas, oriundas do Tribunal de Justiça de São Paulo, consolidam o entendimento de que o princípio do in dubio pro reo é aplicável em casos de dúvida sobre a autoria e materialidade do delito.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, voto no sentido de:

  1. Reconhecer a incompetência do juízo e determinar a remessa dos autos ao juízo competente;
  2. Rejeitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público, nos termos do art. 395, inciso III, do Código de Processo Penal, por ausência de justa causa;
  3. Subsidiariamente, caso não seja reconhecida a incompetência do juízo, absolver o acusado com base no art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal, por ter agido em legítima defesa.

É como voto.

[Localidade], [Data].

[Nome do Magistrado]

Juiz de Direito


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