Modelo de Resposta à Acusação em Caso de Lesão Corporal no Contexto de Violência Doméstica com Base no Art. 129 do Código Penal e Lei Maria da Penha
Publicado em: 25/11/2024 Direito Penal Processo PenalRESPOSTA À ACUSAÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___
Processo nº: __________
Acusado: __________
A. J. dos S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 396-A do Código de Processo Penal (CPP), apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
PREÂMBULO
O acusado foi denunciado pela prática do crime previsto no art. 129, § 9º, do Código Penal (CP), combinado com o art. 5º, inciso I, da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha). Contudo, a presente peça busca demonstrar a ausência de elementos suficientes para a manutenção da acusação, bem como a necessidade de análise mais aprofundada dos fatos e provas constantes nos autos.
DOS FATOS
Segundo a denúncia, o acusado teria, no contexto de violência doméstica, causado lesões corporais à sua ex-companheira, M. F. de S. L., em data e local especificados nos autos. A narrativa acusatória baseia-se, em grande parte, no depoimento da suposta vítima e em laudo médico que atesta a existência de lesões.
O acusado, entretanto, nega veementemente os fatos narrados, afirmando que não praticou qualquer ato de violência contra a suposta vítima e que os eventos descritos na denúncia não correspondem à realidade.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que, para a configuração do crime de lesão corporal no contexto da Lei Maria da Penha, é imprescindível a comprovação da materialidade e da autoria do delito. No caso em tela, a acusação carece de elementos probatórios robustos que sustentem a condenação do acusado.
O art. 129, § 9º, do CP exige que a lesão corporal seja praticada contra pessoa com quem o agente mantenha ou tenha mantido relação íntima de afeto, no contexto de violência doméstica. Contudo, a palavra da vítima, embora relevante, não pode ser considerada isoladamente, devendo ser corroborada por outros elementos de prova, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.
Ademais, o princípio da presunção de inocência, consagrado no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), impõe que a dúvida razoável seja interpretada em favor do acusado. No presente caso, a fragilidade das provas apresentadas não permite a formação de um juízo de certeza quanto à culpabilidade do réu.
DO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Nos termos do art. 5º, inciso LV, da CF/88, é assegurado ao acusado o direito à ampla defesa e ao contraditório. Assim, é imprescindível que todas as provas sejam analisadas de forma criteriosa, garantindo-se ao réu a o"'>...