Modelo de Resposta à acusação criminal em defesa de A. C. da P. por lesão corporal leve em contexto de violência doméstica, alegando legítima defesa, ausência de provas e requerendo absolvição com base no CPP, art. 386

Publicado em: 28/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de resposta à acusação criminal em processo por lesão corporal leve no âmbito da Lei Maria da Penha, apresentando defesa fundamentada na legítima defesa, insuficiência probatória, princípios constitucionais e jurisprudência favorável, com pedidos de absolvição ou redução de pena, produção de provas e manifestação do Ministério Público.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de Osvaldo Cruz/SP.
Processo nº 1500160-51.2024.8.26.0408

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. C. da P., brasileiro, solteiro, comerciante, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Osvaldo Cruz/SP, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected], por intermédio de seu advogado, M. F. de S. L., inscrito na OAB/SP sob o nº 123.456, com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 456, Centro, Osvaldo Cruz/SP, CEP 17700-001, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO nos termos do CPP, art. 396 e seguintes, em face da denúncia ofertada pelo Ministério Público, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DA DENÚNCIA

O Ministério Público denunciou A. C. da P. como incurso nas sanções do CP, art. 129, § 13, combinado com a Lei 11.340/2006, art. 5º, III (Lei Maria da Penha), sob a alegação de que, em data não especificada, durante discussão com sua companheira, T., teria arremessado uma garrafa de cerveja em sua direção e, posteriormente, a agredido com um rodo, causando-lhe lesão corporal leve.

4. DOS FATOS

Conforme consta dos autos, A. C. da P. e sua companheira T. estavam juntos em sua residência, consumindo bebidas alcoólicas, quando se iniciou uma discussão. A vítima, em seu depoimento, admitiu ter sido a primeira a agredir fisicamente o acusado, desferindo-lhe um soco no rosto. Diante do entrevero, o acusado, exaltado, teria arremessado uma garrafa de cerveja na direção da vítima, não havendo confirmação de que a atingiu. Posteriormente, segundo a versão da vítima, A. C. da P. teria utilizado um rodo para agredi-la, causando lesão corporal leve.

Ressalte-se que a dinâmica dos fatos foi marcada por agressões recíprocas, sendo a vítima a primeira a iniciar o confronto físico, conforme reconhecido em seu próprio depoimento. Não há nos autos elementos que demonstrem de forma inequívoca a intenção do acusado de causar lesão, tampouco que sua conduta tenha extrapolado os limites da legítima defesa.

Ademais, não há laudo pericial detalhado que comprove a extensão das lesões supostamente sofridas pela vítima, nem testemunhas presenciais imparciais que corroborem integralmente a versão acusatória.

5. DO DIREITO

5.1. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA E DA FRAGILIDADE PROBATÓRIA

O acusado foi denunciado com base no CP, art. 129, § 13, que prevê o crime de lesão corporal leve praticada em contexto de violência doméstica. Entretanto, a materialidade e autoria delitivas não restaram suficientemente comprovadas, havendo dúvida razoável quanto à dinâmica dos fatos e à intenção do acusado.

O CPP, art. 386, VII, determina que o juiz absolverá o réu quando não houver prova suficiente para a condenação. No caso em tela, a própria vítima reconhece ter iniciado as agressões, o que fragiliza a tese acusatória e revela um contexto de agressões mútuas, sem que se possa afirmar, com segurança, que o acusado agiu com dolo de lesionar.

A jurisprudência é firme no sentido de que, em situações de dúvida ou de agressões recíprocas, deve prevalecer o princípio do in dubio pro reo, absolvendo-se o acusado (CF/88, art. 5º, LVII).

5.2. DA LEGÍTIMA DEFESA

O CP, art. 25 prevê a legítima defesa como excludente de ilicitude, permitindo a reação proporcional à injusta agressão. No caso, a vítima admitiu ter iniciado o confronto físico, desferindo um soco no rosto do acusado. Assim, a reação de A. C. da P. pode ser compreendida como tentativa de se defender da agressão inicial, não havendo elementos que evidenciem excesso ou desproporcionalidade em sua conduta.

A ausência de provas robustas acerca do dolo de lesionar, bem como o contexto de reciprocidade das agressões, impõem o reconhecimento da legítima defesa ou, ao menos, a absolvição por insuficiência probatória (CPP, art. 386, VI e VII).

5.3. DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

O princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º,"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público em face de A. C. da P., denunciado como incurso nas sanções do CP, art. 129, § 13, combinado com a Lei 11.340/2006, art. 5º, III (Lei Maria da Penha), sob a alegação de que teria, em contexto de discussão doméstica, arremessado uma garrafa de cerveja em direção à vítima, sua companheira T., e em seguida a agredido com um rodo, causando-lhe lesão corporal leve.

Em sua resposta à acusação, a defesa sustenta, em síntese, a ausência de prova suficiente para condenação, a ocorrência de agressões recíprocas, a possibilidade de legítima defesa e a atipicidade da conduta, pleiteando a absolvição do acusado.

II. Fundamentação

1. Dos Fatos e Provas

Da análise dos autos, verifica-se que os fatos decorreram de discussão em ambiente doméstico, com ambas as partes sob efeito de bebida alcoólica. A própria vítima, em depoimento, confirmou ter sido a primeira a agredir fisicamente o acusado, desferindo-lhe um soco no rosto. O acusado, por sua vez, teria arremessado uma garrafa em direção à vítima e, posteriormente, utilizado um rodo para agredi-la, resultando em lesão leve.

Ressalte-se que a dinâmica dos fatos aponta para agressões mútuas, não havendo consenso sobre a intenção do acusado em causar lesão, tampouco elementos probatórios robustos que confirmem a versão acusatória de forma inequívoca.

Destaca-se ainda a ausência de laudo pericial detalhado acerca da extensão das lesões e a inexistência de testemunhas imparciais que corroborem integralmente a acusação.

2. Do Direito

a) Da Insuficiência de Prova e do Princípio in dubio pro reo

Conforme dispõe o CPP, art. 386, VII, \"o juiz absolverá o réu quando não houver prova suficiente para a condenação\". No caso em tela, há dúvida razoável sobre a dinâmica dos fatos e a presença de dolo específico por parte do acusado, especialmente diante da confissão da vítima de que iniciou as agressões.

A CF/88, art. 5º, LVII, prevê que \"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória\", consagrando o princípio da presunção de inocência. Assim, diante da ausência de certeza quanto à autoria e materialidade do delito, impõe-se a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

b) Da Legítima Defesa

O CP, art. 25 reconhece a legítima defesa como excludente de ilicitude, desde que haja reação proporcional à injusta agressão. No presente caso, a vítima foi a primeira a agredir o acusado, sendo plausível a tese defensiva de que a conduta subsequente se deu como reação à agressão inicial, não havendo nos autos elementos que apontem para excesso ou desproporcionalidade.

c) Dos Princípios Constitucionais e Jurisprudência

O devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) exige que a condenação se funde em provas claras e inequívocas, o que não se verifica nos autos. A dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) reforça a necessidade de evitar condenações injustas.

Jurisprudências recentes dos Tribunais de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) e do Rio de Janeiro (TJRJ) têm decidido pela absolvição em casos de violência doméstica quando há agressões recíprocas e dúvida quanto ao dolo ou à autoria, como nos seguintes precedentes:
\"Lesão corporal no contexto de violência doméstica - Prova frágil - Versão do réu de ter, apenas, se defendido da agressão da vítima, não desmentida - Absolvição de rigor - Recurso provido.\" (TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP)
\"Ocorreu um episódio de confronto na vida do casal, no qual o apelante e a ofendida praticaram agressões recíprocas. Há dúvida se o acusado tinha dolo de lesionar ou queria se defender. (...) Absolvição nos parece o caminho mais adequado.\" (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ)

3. Das Garantias Constitucionais do Magistrado

Este voto fundamenta-se na CF/88, art. 93, IX, que determina: \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, a presente decisão é devidamente fundamentada no conjunto fático-probatório, nos princípios constitucionais e na legislação penal e processual penal vigente.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal e, com fulcro no CPP, art. 386, VII, absolvo A. C. da P., diante da ausência de provas suficientes para a condenação, restando reconhecida, ainda, a plausibilidade da legítima defesa.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Considerações Finais

Destaco que, caso sobrevenha recurso das partes, conheço do recurso, uma vez presentes os requisitos de admissibilidade, remetendo os autos ao Tribunal para apreciação.

Assim decido, com respaldo na Constituição Federal (art. 93, IX), garantindo a fundamentação e publicidade da presente decisão.

Osvaldo Cruz/SP, __ de ________ de 2024.

Juiz de Direito


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