Modelo de Defesa Prévia em Processo Penal por Peculato e Falsidade Ideológica - CPP, Art. 396-A

Publicado em: 01/02/2025 Direito Penal Processo Penal
Apresentação de defesa prévia pelas acusadas Áurea Nunes e Saionara Inês Lauffer dos Santos, denunciadas pelos crimes de peculato (CP, art. 312) e falsidade ideológica (CP, art. 299), perante a Vara Criminal da Comarca de Laguna - SC. A peça destaca a ausência de provas concretas para sustentar as imputações, invocando garantias constitucionais da ampla defesa, contraditório e o princípio in dubio pro reo. São requeridos o reconhecimento da inexistência de justa causa para a ação penal ou, subsidiariamente, a absolvição sumária, conforme CPP, arts. 395 e 397, além da produção de provas e diligências necessárias.

DEFESA PRÉVIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE LAGUNA – SC

Processo nº: [inserir número do processo]

Á. N. e S. I. L. dos S., já qualificadas nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 396-A, apresentar sua DEFESA PRÉVIA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PREÂMBULO

As acusadas foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina pela suposta prática dos crimes de peculato e falsidade ideológica, previstos no CP, art. 312 e art. 299, respectivamente. A denúncia foi aditada para incluir novos elementos e detalhamentos sobre os fatos narrados.

DOS FATOS

Segundo a denúncia, em 2009, Saionara, na qualidade de presidente da Associação Broto do Butiá, teria elaborado, com o auxílio de Áurea e outros envolvidos, um projeto fictício para aquisição de cestas básicas, no valor de R$ 58.929,12. A acusação alega que o valor foi solicitado e aprovado de forma irregular, com a participação de uma servidora pública, que teria manipulado o sistema financeiro estadual (SIGEF/SC) para viabilizar o repasse sem as devidas autorizações legais.

Contudo, as acusadas negam veementemente as imputações, afirmando que não participaram de qualquer esquema fraudulento e que as acusações carecem de provas concretas que demonstrem sua participação nos fatos narrados.

DO DIREITO

Inicialmente, é imprescindível destacar que o direito à ampla defesa e ao contraditório, garantido pelo CF/88, art. 5º, LV, deve ser plenamente assegurado às acusadas. A denúncia apresentada carece de elementos probatórios suficientes para sustentar a imputação dos crimes de peculato e falsidade ideológica.

O crime de peculato, previsto no CP, art. 312, exige a comprovação de que o agente tenha se apropriado ou desviado valores públicos em razão de sua função. No caso em tela, não há provas concretas de que as acusadas tenham se apropriado dos valores mencionados ou que tenham agido com dolo específico para desviar recursos públicos.

Quanto ao crime de falsidade ideológica, previsto no CP, art. 299, é necessário demonstrar que as acusadas inseriram ou fizeram inserir declaração falsa ou diversa da que deveria constar em documento público ou particular, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Não há nos autos qualquer elemento que comprove a prática de tal conduta pelas acusadas.

DO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO

Em matéria penal, a dúvida deve sempre favorecer o réu. O princípio do in dubio pro reo, consagrado no CPP, art. 386, VII, determina que, na ausência de provas suficientes para a condenação, deve-se optar pela absolvição.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina contra Á. N. e S. I. L. dos S., acusadas da suposta prática dos crimes de peculato e falsidade ideológica, previstos nos artigos 312 e 299 do Código Penal, respectivamente.

Os fatos narrados indicam que, em 2009, teria sido elaborado um projeto fictício para aquisição de cestas básicas e que recursos públicos no valor de R$ 58.929,12 foram irregularmente desviados, com a participação de uma servidora pública, que manipulou o sistema financeiro estadual para viabilizar o repasse.

As acusadas, por sua vez, negam as imputações e alegam ausência de elementos probatórios concretos que as vinculem aos fatos descritos na denúncia.

Voto

Da análise dos fatos e do direito

Inicialmente, saliento que o julgamento deve observar o princípio da fundamentação das decisões judiciais, previsto no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, o qual exige que todas as decisões sejam devidamente motivadas, sob pena de nulidade.

No caso em tela, a denúncia apresentada pelo Ministério Público carece de elementos probatórios mínimos que demonstrem, de forma inequívoca, a autoria e a materialidade dos crimes imputados às rés.

Dos crimes imputados

O crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal, exige a comprovação de que o agente tenha se apropriado de valores públicos em razão de sua função, ou os desviado. Contudo, não há nos autos qualquer prova concreta que demonstre que as acusadas tenham se apropriado ou desviado os recursos mencionados.

Quanto ao crime de falsidade ideológica, previsto no artigo 299 do Código Penal, é necessário que haja demonstração de que as rés inseriram ou fizeram inserir declarações falsas em documentos com o intuito de prejudicar direito ou criar obrigação. Novamente, os autos não trazem elementos suficientes para sustentar tal alegação.

Princípios constitucionais e processuais aplicáveis

A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LV, assegura aos acusados o direito ao contraditório e à ampla defesa. Além disso, o princípio do in dubio pro reo, consagrado no artigo 386, VII, do Código de Processo Penal, determina que, em caso de dúvida quanto à autoria ou materialidade, deve-se optar pela absolvição do acusado.

Ademais, a doutrina e a jurisprudência são uníssonas ao afirmar que a condenação criminal exige provas robustas e inequívocas, as quais não estão presentes neste caso.

Dispositivo

Diante do exposto, voto pela improcedência da denúncia, absolvendo as rés Áurea Nunes e Saionara Inês Lauffer dos Santos, com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, ante a ausência de provas suficientes para a condenação.

Determino, ainda, o arquivamento do processo em relação às acusadas, ressalvando-se a possibilidade de reabertura da ação penal caso surjam novas provas que demonstrem a materialidade e a autoria do fato.

É como voto.


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