Modelo de Embargos à Execução Fiscal: Desconstituição de Penhora Indevida sobre Imóvel não Pertencente ao Embargante

Publicado em: 06/05/2024 Processo Civil Execução Fiscal Impenhorabilidade
Petição inicial de embargos à execução fiscal, fundamentada no CPC/2015 e na Lei 6.830/80, com o objetivo de anular penhora sobre imóvel que não pertence ao embargante, tendo em vista a inexistência de transferência de propriedade decorrente de promessa de compra e venda não efetivada. O documento destaca a aplicação dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, além de apresentar jurisprudências relevantes e requerer a suspensão dos atos executórios.

EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE _________

Processo nº: [inserir número do processo]

Embargante: [inserir nome do embargante]

Embargado: [inserir nome do embargado]

Qualificação das partes:

O embargante, [nome completo], [estado civil], [profissão], inscrito no CPF sob o nº [número], residente e domiciliado em [endereço completo], vem, por meio de seu advogado, com endereço eletrônico [e-mail do advogado], à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 914 e na Lei 6.830/80, art. 16, §1º, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL, nos autos da execução promovida por [nome do embargado], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O embargante é parte na execução fiscal em trâmite neste juízo, na qual foi penhorado um imóvel descrito como um terreno registrado em seu nome. Contudo, o referido terreno está vinculado a uma promessa de compra e venda registrada na certidão de ônus do imóvel, mas que nunca foi efetivada. Atualmente, no local, existe um prédio com 17 apartamentos, cuja escritura está em nome de terceiro, sem que tenha ocorrido o desmembramento da escritura.

O embargante destaca que o imóvel penhorado não é de sua propriedade, mas apenas objeto de uma promessa de compra e venda que não se concretizou, permanecendo apenas na expectativa. Assim, a penhora realizada é indevida e deve ser anulada.

DO DIREITO

Inicialmente, é importante destacar que a promessa de compra e venda registrada na certidão de ônus do imóvel não transfere a propriedade do bem, conforme dispõe o CCB/2002, art. 1.245, §1º. A propriedade somente se transfere com o registro do título translativo no registro de imóveis, o que não ocorreu no presente caso.

Ademais, a penhora realizada sobre o terreno é indevida, uma vez que o embargante não possui a propriedade do imóvel, mas apenas uma expectativa de direito decorrente da promessa de compra e venda. Tal situação não confere ao embargante a titularidade do bem, impossibilitando a constrição judicial sobre o mesmo.

Além disso, a execução fiscal deve observar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, de modo a evitar prejuízos indevidos ao executado. A manutenção da penhora sobre o imóvel, que não pertence ao embargante, configura violação a esses princípios, sendo necessária sua desconstituição.

JURISPRUDÊNCIAS

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Processo nº: [inserir número do processo]

Embargante: [inserir nome do embargante]

Embargado: [inserir nome do embargado]

Relatório

Trata-se de embargos à execução fiscal opostos pelo embargante contra o embargado, nos quais se discute a validade da penhora de um imóvel que, segundo o embargante, não lhe pertence, mas está vinculado a uma promessa de compra e venda que não foi concretizada.

Os autos foram devidamente instruídos com a documentação pertinente, e a parte embargada foi intimada para apresentar impugnação, tendo exercido o contraditório. O feito encontra-se em condições de julgamento.

Fundamentação

DOS FATOS

O embargante alega que o imóvel penhorado não é de sua propriedade, mas apenas objeto de uma promessa de compra e venda não concretizada. Conforme consta nos autos, o referido imóvel já se encontra ocupado por terceiros, sem que tenha havido desmembramento ou transferência formal da propriedade.

DO DIREITO

A análise jurídica do caso remete à interpretação do artigo 1.245, §1º do Código Civil, que estabelece que a propriedade de bens imóveis somente se transfere com o registro do título translativo no registro de imóveis. No presente caso, não há qualquer comprovação de que tenha sido realizado o registro de transferência para o embargante.

A penhora, conforme os princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade, deve incidir sobre bens efetivamente pertencentes ao executado. Permitir a constrição de um bem que não se encontra na titularidade do embargante configura afronta a tais princípios, além de violar o direito de propriedade de terceiros (CF/88, artigo 5º, XXII).

Ademais, em conformidade com o CPC/2015, o processo deve respeitar os princípios da ampla defesa e do contraditório. No caso em tela, a manutenção da penhora sobre o imóvel seria desproporcional e injusta, considerando que o embargante não é proprietário do bem e que terceiros poderiam ser prejudicados pela medida.

JURISPRUDÊNCIA

Os tribunais têm se posicionado de forma reiterada em situações similares. Transcrevo abaixo jurisprudências relevantes:

  1. STJ: AgInt no AREsp. Acórdão/STJ, que reforça a necessidade de observância da autenticidade e titularidade do bem penhorado nos embargos à execução.
  2. TJSP: Apelação Cível Acórdão/TJSP, que afirma que a ausência de garantia integral do débito implica na inadmissibilidade de penhora sobre bens de terceiros.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no artigo 93, IX da Constituição Federal e no artigo 1.245, §1º do Código Civil, voto pela procedência dos embargos à execução fiscal, para declarar a nulidade da penhora realizada sobre o imóvel descrito na inicial, reconhecendo a inexistência de propriedade do embargante sobre o bem.

Condeno o embargado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 do CPC/2015, fixados em [inserir percentual ou valor].

É como voto.

[Local], [data].

__________________________

Magistrado


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