Modelo de Habeas Corpus com Pedido de Trancamento de Ação Penal por Ilicitude de Provas e Flagrante Preparado
Publicado em: 15/11/2023 Direito Penal Processo PenalHABEAS CORPUS COM PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL
PREÂMBULO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___.
O advogado que esta subscreve, devidamente constituído nos termos do instrumento de mandato anexo, vem, com fundamento no CF/88, art. 5º, LXVIII, impetrar o presente HABEAS CORPUS com pedido de liminar em favor de F. A. da S., brasileiro, estado civil ___, profissão ___, portador do CPF nº ___, residente e domiciliado em ___, contra ato ilegal praticado pela autoridade coatora, o Delegado de Polícia da ___ Delegacia de Polícia da Comarca de ___, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
DOS FATOS
O paciente foi indevidamente acusado de prática delitiva, sendo instaurada ação penal que tem como base principal a prova obtida por meio do celular da suposta vítima. Contudo, verifica-se que houve flagrante preparado pela Polícia Militar, que, de forma ilícita, manipulou o aparelho celular da vítima, inserindo informações que macularam a integridade da prova.
A conduta da autoridade policial violou os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, além de comprometer a validade da prova principal utilizada para embasar a acusação. Tal situação configura flagrante ilegalidade, ensejando o trancamento da ação penal em curso.
DO DIREITO
O presente habeas corpus fundamenta-se na flagrante violação de direitos constitucionais do paciente, especialmente o direito à ampla defesa e ao devido processo legal, previstos no CF/88, art. 5º, LIV e LV.
A doutrina é pacífica ao reconhecer que o flagrante preparado, caracterizado pela indução ou provocação do agente pela autoridade policial, é considerado ilegal e inadmissível como prova. A manipulação do celular da vítima pela Polícia Militar comprometeu a autenticidade da prova, tornando-a imprestável para sustentar a ação penal.
Nos termos do CPP, art. 157, as provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis e devem ser desentranhadas dos autos. A atuação da autoridade policial, ao inserir informações no celular da vítima, violou o princípio da cadeia de custódia da prova, previsto no CPP, art. 158-A.
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