Modelo de Habeas Corpus com Pedido Liminar: Requerimento de Revogação de Prisão Preventiva por Falta de Fundamentação Idônea

Publicado em: 09/01/2025 Direito Penal Processo Penal
Petição de habeas corpus com pedido liminar, impetrada perante o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, visando à revogação da prisão preventiva de O. C. da S., sob alegação de ilegalidade e ausência de fundamentação idônea. O documento argumenta que a prisão preventiva foi decretada com base em elementos genéricos e abstratos, contrariando os princípios constitucionais da presunção de inocência e da excepcionalidade da prisão preventiva. A peça fundamenta-se nos artigos 5º, LXVIII, da Constituição Federal e 647 do Código de Processo Penal, além de citar jurisprudências do STJ e TJSP que reforçam a necessidade de decisão fundamentada em elementos concretos. Como pedido subsidiário, pleiteia a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, conforme previsto no artigo 319 do CPP.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) RELATOR(A) DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR

Impetrante: Advogado(a) de O. C. da S., devidamente inscrito(a) na OAB/MG sob o nº XXXXX, com endereço profissional na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, Estado MG, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected].

Paciente: O. C. da S., brasileiro, casado, motorista autônomo, portador do RG nº XXXXX e CPF nº XXXXX, atualmente recolhido no Presídio X, situado na Rua Y, nº Z, Cidade W, Estado MG, CEP XXXXX-XXX.

Autoridade Coatora: Juíza de Direito da Vara Criminal da Comarca de X, Estado de Minas Gerais.

PREÂMBULO

O Impetrante, com fulcro nos artigos 5º, LXVIII, da Constituição Federal de 1988 (CF/88) e 647 e seguintes do Código de Processo Penal (CPP), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar o presente HABEAS CORPUS em favor do Paciente, O. C. da S., que se encontra preso preventivamente desde 12/12/2024, em razão de decisão proferida pela Juíza da Vara Criminal da Comarca de X, sob o fundamento de garantia da ordem pública e integridade das vítimas, conforme decisão datada de 19/12/2024, cuja intimação ocorreu apenas em 09/01/2025.

O presente remédio constitucional visa garantir a liberdade do Paciente, que se encontra preso de forma ilegal e arbitrária, conforme será demonstrado a seguir.

DOS FATOS

O Paciente foi preso preventivamente em 12/12/2024, por suposta prática de crimes ocorridos há mais de dois anos. A prisão foi decretada a pedido da Delegada responsável pelo inquérito, sob a alegação de gravidade dos fatos e risco à ordem pública.

Em 17/12/2024, foi protocolado pedido de liberdade provisória, o qual foi indeferido em 19/12/2024, sob o argumento de que a liberdade do Paciente representaria risco à ordem pública e à integridade das vítimas. Contudo, a Defesa somente foi intimada da decisão em 09/01/2025.

O Paciente é primário, possui bons antecedentes, residência fixa há mais de cinco anos e trabalha como motorista autônomo há mais de dez anos. Não foi ouvido em nenhuma fase do inquérito e nega veementemente os fatos que lhe são imputados.

DO DIREITO

A prisão preventiva deve ser medida excepcional, conforme dispõe o CPP, art. 312, sendo cabível apenas quando presentes os requisitos do fumus comissi delicti e periculum libertatis, devidamente fundamentados em elementos "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de habeas corpus com pedido liminar impetrado em favor de O. C. da S., atualmente recolhido no Presídio X, sob a alegação de prisão preventiva ilegal e arbitrária, decretada pela Juíza da Vara Criminal da Comarca de X, Estado de Minas Gerais.

O Impetrante sustenta que a decisão carece de fundamentação idônea e que o Paciente possui condições pessoais favoráveis, solicitando a revogação da prisão preventiva ou, subsidiariamente, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do artigo 319 do Código de Processo Penal (CPP).

A liminar foi indeferida, e o Ministério Público manifestou-se pela manutenção da prisão preventiva.

II. Fundamentação

Nos termos do artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, toda decisão judicial deve ser devidamente fundamentada, sob pena de nulidade. A prisão preventiva, sendo medida de exceção, exige a presença dos pressupostos do fumus comissi delicti e periculum libertatis, devidamente demonstrados em elementos concretos e atuais, como dispõe o artigo 312 do CPP.

No caso em análise, a decisão que decretou a prisão preventiva limitou-se a mencionar a gravidade abstrata do delito e supostos riscos à ordem pública, sem indicar elementos concretos que justifiquem a necessidade da medida extrema.

Ademais, a prisão preventiva não pode ser utilizada como antecipação de pena, em afronta ao princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, LVII, da Constituição Federal. Ressalto, ainda, que o Paciente é primário, possui bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita, o que demonstra a possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, conforme artigo 319 do CPP.

Os precedentes jurisprudenciais reforçam a necessidade de fundamentação idônea para a decretação da prisão preventiva:

  • STJ (6ª T.) - HABEAS CORPUS 730.518 - PE: "A prisão preventiva deve ser fundamentada em motivos concretos e contemporâneos, não sendo admissível sua decretação com base em considerações genéricas sobre a gravidade do delito ou a comoção social gerada pelo fato."
  • STJ (6ª T.) - HABEAS CORPUS 776.169 - RS: "Menções à gravidade em abstrato do delito e à necessidade de resposta à criminalidade não constituem fundamento idôneo para justificar a prisão preventiva."

Portanto, entendo que a prisão preventiva do Paciente configura constrangimento ilegal, passível de correção por meio do presente habeas corpus.

III. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal, e nos artigos 647 e 648, I, do Código de Processo Penal, voto no sentido de:

  1. Conceder a ordem de habeas corpus para revogar a prisão preventiva do Paciente, determinando a imediata expedição de alvará de soltura, caso não esteja preso por outro motivo;
  2. Subsidiariamente, aplicar ao Paciente medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do artigo 319 do CPP, a critério do Juízo de origem;
  3. Intimar o Ministério Público para ciência da decisão.

É como voto.


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