Modelo de Impugnação à Contestação em Ação de Indenização por Danos Morais e Cumprimento de Obrigação de Baixa de Empresa e Quitação de Débitos Decorrentes de Acordo de Divórcio

Publicado em: 25/10/2024 Civel Familia
Modelo de impugnação à contestação apresentada em ação de indenização por danos morais e obrigação de fazer, na qual a autora requer a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais, bem como o cumprimento integral de acordo de divórcio homologado judicialmente, consistente na quitação de débitos empresariais e baixa da empresa. O documento traz a identificação das partes, a síntese da contestação, a impugnação específica dos argumentos do réu, fundamentação jurídica baseada em responsabilidade civil contratual, dano moral presumido, princípios aplicáveis, jurisprudência e pedidos finais. Indicado para casos em que uma das partes descumpre acordo homologado em ação de família, resultando em negativação do nome e prejuízos à parte contrária.
1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Votorantim – Estado de São Paulo

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº: 1005545-53.2021.8.26.0663
Autora: M. F. de S. L., brasileira, solteira, empresária, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: autora@email.com, residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, Votorantim/SP.
Réu: A. J. dos S., brasileiro, divorciado, empresário, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: reu@email.com, residente e domiciliado na Rua W, nº Q, Bairro T, Votorantim/SP.

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

O Réu apresentou contestação alegando, em síntese, que:
(i) a Autora omitiu fatos relevantes que teriam impedido o encerramento da empresa, principalmente a impossibilidade de quitação integral das dívidas;
(ii) o acordo de divórcio não especificou os valores das dívidas, sendo desconhecidos por ambas as partes à época;
(iii) o Réu diligenciou perante os credores, parcelou as dívidas e está cumprindo o acordo;
(iv) não houve omissão ou inércia do Réu, que inclusive quitou débitos protestados e aderiu ao “Super Refiz” para regularização de débitos municipais;
(v) inexiste ato ilícito, dano ou nexo causal a ensejar indenização por danos morais;
(vi) a Autora não comprovou dano efetivo, tampouco negativação de seu nome;
(vii) eventual condenação configuraria enriquecimento ilícito, sendo o valor pleiteado excessivo;
(viii) requereu produção de provas, especialmente testemunhal.

4. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO

Inicialmente, impugna-se, de forma expressa e específica, cada um dos argumentos apresentados pelo Réu:

  • Omissão de fatos relevantes e impossibilidade de quitação integral das dívidas: A Autora jamais omitiu fatos relevantes. Ao contrário, detalhou na inicial todas as execuções fiscais e protestos existentes em seu nome, resultantes da inadimplência da empresa, conforme documentos juntados (fls. 52/81). A alegação de impossibilidade de quitação integral não exime o Réu de sua obrigação, assumida expressamente no acordo de divórcio, de quitar integralmente os débitos e dar baixa na empresa até 31/03/2022, sob pena de responder por perdas, danos e danos morais.
  • Desconhecimento dos valores das dívidas à época do acordo: O fato de as partes não conhecerem o montante exato das dívidas não afasta a responsabilidade do Réu, que assumiu obrigação objetiva de quitação, sendo irrelevante a alegação de desconhecimento para fins de exclusão de responsabilidade (CCB/2002, art. 389).
  • Diligências do réu e parcelamento das dívidas: O parcelamento das dívidas não afasta o inadimplemento, pois a obrigação era de quitação integral e baixa da empresa até data certa. O inadimplemento parcial ou tardio configura descumprimento contratual, ensejando responsabilidade civil (CCB/2002, art. 389).
  • Inexistência de ato ilícito, dano ou nexo causal: Restou comprovado nos autos que a Autora teve seu nome incluído no CADIN e foi alvo de protestos, em decorrência da inadimplência da empresa, cuja responsabilidade de regularização era do Réu. O nexo causal está evidenciado, pois a omissão do Réu resultou diretamente na negativação do nome da Autora.
  • Ausência de comprovação de dano: A Autora juntou aos autos certidões de protesto e relatório do Serasa (fls. 70/72), comprovando a negativação de seu nome. O dano moral, neste caso, é presumido, conforme entendimento consolidado do STJ (REsp 1.386.424).
  • Enriquecimento ilícito e valor excessivo da indenização: Não há que se falar em enriquecimento ilícito, pois a indenização visa reparar o abalo moral sofrido pela Autora, decorrente da conduta omissiva do Réu. O valor pleiteado é compatível com a extensão do dano e os parâmetros jurisprudenciais (CCB/2002, art. 944).
  • Produção de provas: A matéria é eminentemente documental e de direito, estando os fatos devidamente comprovados nos autos. Contudo, a Autora não se opõe à produção de outras provas que o Juízo entender necessárias.

Portanto, todos os argumentos do Réu restam impugnados, devendo prevalecer a narrativa e os pedidos da inicial.

5. DA MANUTENÇÃO DOS PEDIDOS INICIAIS

Diante da ausência de fatos novos capazes de afastar a responsabilidade do Réu, requer-se a integral manutenção dos pedidos formulados na petição inicial, especialmente a condenação do Réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 20.000,00, além da obrigação de dar baixa na empresa e quitar integralmente os débitos, conforme pactuado no acordo de divórcio.

6. DO DIREITO

a) Responsabilidade Civil Contratual
O Réu assumiu, por força do acordo homologado judicialmente, a obrigação de quitar todas as dívidas da empresa e dar baixa na mesma, até data certa, sob pena de responder por perdas, danos e danos morais. O inadimplemento contratual, nos termos do CCB/2002, art. 389, gera o dever de indenizar.

b) Dano Moral Presumido
A inclusão do nome da Autora em cadastros restritivos de crédito (CADIN e Serasa), em razão de protestos e execuções fiscais, c"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação ajuizada por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., ambos qualificados nos autos do processo nº 1005545-53.2021.8.26.0663, em trâmite perante a 2ª Vara da Comarca de Votorantim/SP. Pleiteia a autora a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 20.000,00, bem como a obrigação de quitar as dívidas da empresa comum e promover sua baixa, conforme pactuado em acordo de divórcio homologado judicialmente.

O réu apresentou contestação, alegando, em síntese, a inexistência de ilicitude, dano ou nexo causal, bem como a ausência de comprovação de dano efetivo e enriquecimento ilícito pela autora. Requereu a produção de provas. A autora impugnou especificamente todos os argumentos da defesa, reiterando os pedidos iniciais.

II. Fundamentação

1. Da Observância do Art. 93, IX, da Constituição Federal

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade". Assim, passo à motivação do presente voto.

2. Da Responsabilidade Civil Contratual

O acordo de divórcio celebrado entre as partes, homologado judicialmente, impôs ao réu a obrigação de quitar integralmente as dívidas da empresa e promover sua baixa até 31/03/2022, sob pena de responder por perdas, danos e danos morais. Restou incontroverso nos autos que o réu não cumpriu integralmente tais obrigações, resultando na negativação do nome da autora junto ao CADIN e órgãos de proteção ao crédito, conforme comprovado por certidões e relatórios acostados.

O art. 389 do Código Civil dispõe que "não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado". O desconhecimento do valor exato das dívidas à época do acordo não afasta a responsabilidade do réu, que assumiu obrigação objetiva, sendo irrelevante para fins de exclusão do dever de indenizar.

3. Do Dano Moral Presumido

Conforme jurisprudência consolidada (REsp 1.386.424/STJ), a inscrição indevida do nome do consumidor em cadastros restritivos de crédito configura dano moral in re ipsa, prescindindo de comprovação do prejuízo concreto. No caso, a autora teve seu nome protestado e inscrito no CADIN em decorrência da omissão do réu, o que gera abalo à sua honra e dignidade.

4. Dos Princípios Constitucionais e Legais Aplicáveis

Incidem ao caso os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da legalidade (CF/88, art. 5º, II), impondo o dever de cumprir integralmente os acordos celebrados e reparar danos decorrentes de conduta ilícita.

5. Do Ônus da Prova

Nos termos do art. 373, II, do CPC/2015, competia ao réu demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, o que não ocorreu. A documentação trazida pela autora comprova tanto a inadimplência quanto a negativação, enquanto o réu não logrou êxito em comprovar a regularização tempestiva das obrigações assumidas.

6. Do Quantum Indenizatório

O valor pleiteado de R$ 20.000,00 a título de danos morais mostra-se razoável e proporcional à extensão do dano, considerando a intensidade do sofrimento, o caráter pedagógico e os parâmetros jurisprudenciais (CCB/2002, art. 944). Nada impede, contudo, eventual adequação pelo juízo da execução, caso se revele necessário.

7. Da Obrigação de Fazer

Restando comprovado o descumprimento do acordo homologado judicialmente, impõe-se a condenação do réu a promover a baixa da empresa e quitar integralmente os débitos, sob pena de multa diária, como forma de assegurar a efetividade do julgado.

8. Da Produção de Provas

Entendo que a matéria é eminentemente documental e de direito, estando os fatos suficientemente comprovados, sendo desnecessária a produção de provas adicionais neste momento. Ressalva-se, entretanto, a possibilidade de produção de outras provas em fase de cumprimento de sentença, caso necessário.

9. Da Jurisprudência

STJ, REsp 1.386.424: "A inscrição ou manutenção indevida do nome do consumidor em cadastros de inadimplentes gera dano moral presumido, dispensando-se a demonstração do prejuízo."
TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Negaram provimento ao recurso, ficando majorados os honorários advocatícios sucumbenciais a serem suportados pela apelante."

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  1. Condenar o réu A. J. dos S. ao pagamento de indenização por danos morais à autora, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), acrescido de juros e correção monetária a contar do evento danoso;
  2. Determinar que o réu promova a quitação integral das dívidas da empresa e providencie sua baixa, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de multa diária de R$ 200,00, limitada a R$ 10.000,00;
  3. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 15% sobre o valor da condenação;
  4. Fica prejudicado o exame de provas suplementares, ressalvada a possibilidade de sua produção em fase de liquidação/cumprimento de sentença, se necessário.

IV. Conclusão

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Votorantim/SP, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________
Magistrado


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