Modelo de Impugnação à Contestação em Ação de Obrigação de Fazer para Fornecimento de Órtese Craniana

Publicado em: 25/08/2024 Administrativo
Modelo de petição de impugnação à contestação apresentada por prefeitura municipal, que alega ilegitimidade passiva em ação para fornecimento de órtese craniana, sustentando que a obrigação seria do Estado e não do município. A peça contesta ainda a negativa de pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais. Contém fundamentação legal, constitucional e jurídica, com argumentação detalhada e possíveis defesas.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE [NOME DA COMARCA]

Processo n°: [número do processo]

Requerente: M. M. de L., representado por seu genitor M. A. de L.
Requerido: Prefeitura Municipal de Águas de Lindóia

Objeto: Impugnação à Contestação

M. M. DE L., menor impúbere, representado por seu genitor M. A. de L., já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem, por seu advogado infra-assinado, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente

IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

nos termos do CPC/2015, art. 350, em face das alegações apresentadas pela Prefeitura Municipal de Águas de Lindóia na contestação, com fundamento nos fatos e razões de direito a seguir expostos:

I. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA ALEGADA PELA PREFEITURA

A Requerida alega preliminar de ilegitimidade passiva, sustentando que o ente legítimo para figurar no polo passivo seria o Estado de São Paulo, uma vez que o tratamento pleiteado, incluindo o fornecimento de órtese craniana, não estaria inserido nas obrigações da esfera municipal.

Contudo, tal alegação não merece prosperar. O CF/88, art. 196 estabelece que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos. O CF/88, art. 198 dispõe sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), de forma descentralizada e com direção única em cada esfera de governo.

A responsabilidade pela saúde pública é solidária entre os entes federativos, conforme entendimento pacificado pelo STF no julgamento do Tema 793/STF. Dessa forma, o Município de Águas de Lindóia possui responsabilidade solidária pela prestação dos serviços de saúde, incluindo o fornecimento de órteses e próteses, independentemente de serem de alta ou baixa complexidade.

Portanto, a tentativa de afastar a responsabilidade do Município ao argumento de que a obrigação seria exclusivamente do Estado não se sustenta, devendo ser rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva.

II. DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS

Como já mencionado, o CF/88, art. 198, estabelece que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de forma descentralizada. A legislação correlata, em esp"'>...

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Informações complementares

NARRATIVA DE FATO E DIREITO

Esta impugnação à contestação é elaborada para rebater as alegações apresentadas pela Prefeitura Municipal de Águas de Lindóia em ação de obrigação de fazer, na qual se pleiteia o fornecimento de órtese craniana para um menor de idade. A Prefeitura alega ilegitimidade passiva, afirmando que a responsabilidade pelo fornecimento do tratamento é do Estado de São Paulo, e contesta a condenação ao pagamento de honorários advocatícios.

A impugnação defende a responsabilidade solidária do Município na prestação de serviços de saúde, conforme estabelecido pela Constituição Federal e pela legislação correlata. Argumenta-se que a negativa de fornecimento do tratamento essencial e urgente obrigou o Requerente a buscar o Judiciário, o que justifica a condenação da Requerida ao pagamento de honorários advocatícios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O modelo de impugnação à contestação apresentado é adequado para situações em que o ente público tenta afastar sua responsabilidade em prestar serviços de saúde, transferindo-a para outra esfera de governo. A peça processual deve demonstrar a responsabilidade solidária dos entes federativos e a importância da condenação em honorários advocatícios, garantindo a efetividade dos direitos fundamentais do cidadão.

AÇÃO COLETIVA DE TRABALHO PROPOSTA PELO SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DE BRASÍLIA/DF CONTRA O BANCO BRADESCO S/A, PLEITEANDO PAGAMENTO DE FGTS NÃO RECOLHIDO

Notas Jurídicas


  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.

  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e eventualmente podem ser úteis ao consulente.

  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgar algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico, não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".

  • Pense nisso: Obviamente a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Caso um tribunal ou um magistrado não seja capaz de justificar sua decisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X, e da lei em face da Constituição para aferir-se a constitucionalidade da lei. Vale lembrar que a Constituição não pode negar-se a si própria. Regra que se aplica à esfera administrativa. Decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder" – Lei 8.112/1990, art. 116, VI –, mas não é só, reforça o dever do Servidor Público, em "cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais" – Lei 8.112/1990, art. 116, IV. A própria CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma, o próprio cidadão está autorizado a não cumprir estas ordens partindo de quem quer que seja. Quanto ao servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais, comete a mais grave das faltas, que é uma agressão ao cidadão e à nação brasileira, já que nem o Congresso Nacional tem legitimidade material para negar os valores democráticos e os valores éticos e sociais do povo, ou melhor, dos cidadãos. Não deve cumprir ordens manifestamente ilegais. Para uma instituição que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legalidade das suas decisões, todas as suas decisões atuais e pretéritas, sejam do judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão é obrigado, muito menos um servidor público, a cumprir esta decisão. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidor público e o cidadão de cumprir estas ordens ilegais.

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1. Princípios que Regem o Instituto Jurídico do FGTS:

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um direito trabalhista assegurado aos empregados, destinado a protegê-los em caso de demissão sem justa causa. O recolhimento do FGTS é uma obrigação do empregador, e sua ausência pode ser objeto de ação judicial para exigir o cumprimento dessa obrigação. No caso de ação coletiva, o sindicato representa os interesses dos empregados lesados.

Legislação: CF/88, art. 7º, III – Estabelece o direito ao FGTS para todos os trabalhadores.
Lei 8.036/1990, art. 15 – Define a obrigação do empregador de depositar o FGTS até o dia 7 de cada mês.

Jurisprudência:
FGTS e Princípios Fundamentais
Obrigação de Recolhimento do FGTS

2. Legitimidade Ativa do Sindicato:

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Brasília/DF possui legitimidade ativa para propor ação coletiva de trabalho em defesa dos direitos dos trabalhadores que representa. Essa legitimidade decorre de sua função institucional de defender os interesses coletivos e individuais homogêneos dos trabalhadores.

Legislação: CF/88, art. 8º, III – Assegura a legitimidade dos sindicatos para representar os direitos coletivos e individuais da categoria.
Lei 8.073/1990, art. 2º – Define a competência dos sindicatos para atuar em defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria.

Jurisprudência:
Legitimidade Ativa do Sindicato
Ação Coletiva do Sindicato

3. Objeto Jurídico Protegido:

O objeto jurídico da ação coletiva é a defesa do direito ao recolhimento do FGTS pelos trabalhadores da categoria representada pelo sindicato, abrangendo todos aqueles que tiveram o direito violado no período indicado na petição inicial. A proteção desse direito visa garantir a segurança financeira dos trabalhadores em caso de dispensa sem justa causa.

Legislação: Lei 8.036/1990, art. 19-A – Assegura o direito ao recolhimento do FGTS, mesmo em caso de descumprimento por parte do empregador.
Lei 8.078/1990, art. 81, I – Dispõe sobre a defesa dos interesses e direitos individuais homogêneos, que são passíveis de serem tutelados por ação coletiva.

Jurisprudência:
Objeto Jurídico em Ação Coletiva
Recolhimento de FGTS como Objeto Jurídico

4. Legitimidade Passiva do Banco Bradesco S/A:

O Banco Bradesco S/A, na qualidade de empregador, possui legitimidade passiva para responder pela ação coletiva de cobrança de FGTS, uma vez que é a instituição responsável pelo não recolhimento do fundo durante o período apontado. A empresa deve ser citada para apresentar defesa e responder pelas alegações feitas na petição inicial.

Legislação: CPC/2015, art. 18 – Define a legitimidade passiva do réu no processo civil.
Lei 8.036/1990, art. 15 – Determina a obrigação do empregador em realizar os depósitos do FGTS.

Jurisprudência:
Legitimidade Passiva do Empregador
Ação Coletiva e Legitimidade Passiva

5. Prazo Prescricional para Cobrança do FGTS:

O prazo prescricional para a cobrança do FGTS não recolhido é de cinco anos, contados a partir da data em que o empregador deveria ter efetuado o recolhimento. A prescrição atinge o direito de pleitear judicialmente os valores não recolhidos, sendo relevante observar o período de abrangência da ação.

Legislação: CF/88, art. 7º, XXIX – Estabelece o prazo prescricional para ações relativas a créditos resultantes das relações de trabalho.
Súmula 362/STJ – Dispõe sobre o prazo prescricional para ações de cobrança do FGTS.

Jurisprudência:
Prazo Prescricional em Ação de FGTS
Prescrição em Ação Coletiva de FGTS

6. Provas Documentais Obrigatórias:

A petição inicial da ação coletiva deve ser instruída com documentos que comprovem a ausência de recolhimento do FGTS, como extratos bancários dos trabalhadores, folhas de pagamento e demais registros que evidenciem a falta dos depósitos. A ausência dessas provas pode comprometer a eficácia da demanda.

Legislação: CPC/2015, art. 320 – Define a necessidade de juntada de documentos essenciais à petição inicial.
Lei 8.036/1990, art. 17 – Estabelece a obrigatoriedade da documentação que comprove o recolhimento do FGTS.

Jurisprudência:
Juntada de Provas em Ação de FGTS
Documentação Necessária em Ação Coletiva

7. Citação e Intimação das Partes:

A citação do Banco Bradesco S/A é o ato processual que confere ciência à empresa da existência da ação coletiva e determina o prazo para apresentação de defesa. A intimação do sindicato, por sua vez, deve assegurar o contraditório e a ampla defesa em todas as fases processuais.

Legislação: CPC/2015, art. 238 – Define a citação como o ato pelo qual o réu é chamado a juízo.
CPC/2015, art. 272 – Trata da intimação das partes e seus representantes.

Jurisprudência:
Citação e Intimação no Processo Coletivo
Intimação em Ação Coletiva

8. Fundamentos Constitucionais da Ação Coletiva:

A ação coletiva de trabalho proposta pelo sindicato tem como fundamento constitucional os direitos e garantias previstos na CF/88, especialmente aqueles relacionados à proteção dos direitos trabalhistas, à liberdade sindical e ao direito de ação para defesa dos interesses coletivos da categoria.

Legislação: CF/88, art. 8º, III – Garante a atuação dos sindicatos na defesa dos direitos coletivos.
CF/88, art. 7º, III – Assegura o direito ao FGTS como uma das garantias dos trabalhadores.

Jurisprudência:
Fundamentos Constitucionais em Ação Coletiva
Garantias Trabalhistas e Ação Coletiva

9. Direito Material na Ação Coletiva:

O direito material envolvido na ação coletiva é o direito ao recebimento dos depósitos de FGTS, que é uma obrigação do empregador e uma garantia para o trabalhador. O não recolhimento configura violação aos direitos trabalhistas e pode gerar a obrigação de indenização ou regularização dos valores devidos.

Legislação: Lei 8.036/1990, art. 15 – Define o direito ao FGTS e a obrigatoriedade do empregador em fazer o recolhimento.
CF/88, art. 7º, III – Garante o FGTS como direito dos trabalhadores urbanos e rurais.

Jurisprudência:
Direito Material em Ação Coletiva de FGTS
Obrigação de Recolhimento em Ação Coletiva

10. Honorários Advocatícios na Ação Coletiva:

A condenação em honorários advocatícios em ação coletiva segue os parâmetros estabelecidos no CPC/2015, observando-se a sucumbência e os valores envolvidos. Os honorários podem ser devidos tanto em favor do sindicato quanto do réu, dependendo do desfecho da ação.

Legislação: CPC/2015, art. 85 – Estabelece as regras para fixação de honorários advocatícios sucumbenciais.
CPC/2015, art. 87 – Trata da sucumbência recíproca e seus efeitos na ação.

Jurisprudência:
Honorários Advocatícios em Ação Coletiva
Sucumbência em Ação Coletiva de FGTS

11. Defesas Possíveis na Contestação:

Na contestação, o Banco Bradesco S/A pode alegar, entre outras defesas, a inexistência de obrigação de recolhimento de FGTS no período indicado, a prescrição parcial ou total do direito pleiteado, ou a regularidade dos depósitos. A defesa deve ser robusta e fundamentada em provas e documentos que demonstrem a legalidade da conduta do empregador.

Legislação: CPC/2015, art. 336 – Define as matérias que podem ser alegadas como defesa preliminar na contestação.
CPC/2015, art. 337 – Estabelece as defesas de mérito que podem ser arguidas pelo réu.

Jurisprudência:
Defesas em Contestação de Ação Coletiva
Contestação em Ação de FGTS

12. Prazo Decadencial e Prescricional:

Embora o prazo prescricional para cobrança do FGTS seja de cinco anos, é importante observar a decadência de outros direitos relacionados, como o prazo para impugnação de atos administrativos que resultaram na ausência de recolhimento. A decadência pode ser arguida como defesa pelo réu, dependendo das circunstâncias do caso.

Legislação: CF/88, art. 7º, XXIX – Define o prazo prescricional de cinco anos para créditos trabalhistas.
CCB/2002, art. 207 – Trata da decadência e sua aplicação aos direitos não exercidos dentro do prazo legal.

Jurisprudência:
Prazo Decadencial em Ação de FGTS
Prescrição e Decadência em Ação Coletiva


Notas Finais:
Este documento visa oferecer um suporte jurídico detalhado na elaboração de uma petição inicial para ação coletiva de trabalho proposta por um sindicato. A organização dos tópicos e a fundamentação jurídica fornecem uma base sólida para a defesa dos direitos dos trabalhadores em uma ação de cobrança de FGTS não recolhido.

 

 


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