Modelo de Impugnação à Contestação em Ação de Usucapião Especial Rural - Comarca de Pitanga/PR

Publicado em: 16/09/2024 AgrarioCivelProcesso Civil
Apresentação de impugnação à contestação em ação de usucapião especial rural movida por Claudemiro dos Santos, Claudineia dos Santos e Marileia dos Santos contra Cícero Cezar Grande, na ___ª Vara Cível da Comarca de Pitanga/PR. O documento reafirma os direitos dos autores à usucapião e combate as alegações do réu, com base em fundamentos jurídicos como posse contínua, produtiva e pacífica por mais de 30 anos, conforme o Código Civil e o CPC. São abordados temas como a legitimidade das partes, identificação da área e refutação de alegações como contrato de comodato verbal. Inclui jurisprudências e pedidos de procedência da ação.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PITANGA – ESTADO DO PARANÁ

Processo nº 0003333-21.2020.8.16.0136

IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

CLAUDEMIRO DOS SANTOS, CLAUDINEIA DOS SANTOS e MARILEIA DOS SANTOS, já qualificados nos autos da ação de USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL em epígrafe, que movem em face de CICERO CEZAR GRANDE, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores, apresentar a presente IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO, com fundamento no CPC/2015, art. 350, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PREÂMBULO

Os autores reiteram os termos da inicial, reafirmando o direito à usucapião especial rural da área em questão, e impugnam, de forma específica, os argumentos apresentados na contestação, demonstrando a improcedência das alegações do réu.

DOS FATOS

Os autores residem e utilizam a área objeto da presente ação há mais de 30 anos, tendo o pai do autor Claudemiro, Sr. Antônio dos Santos, iniciado a posse em razão de acordo verbal com o proprietário original, como forma de remuneração por serviços prestados. Desde então, a área tem sido utilizada como meio de subsistência da família, sendo explorada de forma produtiva e contínua.

O réu, por sua vez, alega que a posse dos autores decorre de contrato de arrendamento e, posteriormente, de comodato verbal, o que não condiz com a realidade dos fatos, conforme será demonstrado.

DO DIREITO

I - DA LEGITIMIDADE DAS PARTES

O réu alega que a esposa do requerido não foi citada, em afronta ao CPC/2015, art. 73, §1º. Contudo, tal alegação não prospera, pois a ação foi proposta contra o proprietário registral do imóvel, sendo desnecessária a citação de sua esposa, uma vez que a posse é exercida exclusivamente pelos autores.

II - DA IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA

O réu argumenta que a área não foi devidamente identificada, mas os documentos apresentados pelos autores, como o croqui e a descrição da área, são suficientes para delimitar o imóvel objeto da ação. Ademais, eventual dúvida quanto à identificação pode ser sanada por meio de perícia técnica, conforme previsto no CPC/2015, art. 464.

III - DA POSSE PRODUTIVA

Os autores exercem posse produtiva sobre a área, utilizando-a para cultivo e sustento familiar, preenchendo os requisitos do CC/2002, art. 1.239. A alegação do réu de que a posse decorre de comodato verbal não encontra respaldo, pois não há qualquer prova document"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Processo nº 0003333-21.2020.8.16.0136

Vistos, etc.

Analisam-se os autos da presente ação de usucapião especial rural ajuizada por Claudemiro dos Santos, Claudineia dos Santos e Marileia dos Santos em face de Cícero Cezar Grande. A presente decisão se fundamenta no princípio da motivação das decisões judiciais, conforme disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988.

Dos Fatos

Os autores alegam que exercem a posse da área objeto da ação há mais de 30 anos, de forma produtiva, contínua e ininterrupta, com a finalidade de sustento familiar. Por outro lado, o réu sustenta que a posse decorre de contrato de arrendamento e, posteriormente, de comodato verbal.

Do Direito

Da Usucapião Especial Rural

Conforme dispõe o art. 1.239 do Código Civil de 2002, o possuidor que, por 5 anos ininterruptos, sem oposição, utiliza área rural não superior a 50 hectares para seu sustento e de sua família, adquire a propriedade mediante usucapião. No presente caso, os autores demonstram que exercem a posse há mais de 30 anos, configurando-se, assim, os requisitos legais para a aquisição da propriedade por usucapião.

Da Continuidade e do Animus Domini

Os elementos probatórios constantes nos autos evidenciam que a posse exercida pelos autores é contínua, ininterrupta e revestida do animus domini, conforme exigido pelo art. 1.238 do Código Civil. Além disso, a alegação de que a posse decorre de contrato de comodato verbal não foi corroborada por provas documentais ou testemunhais apresentadas pelo réu.

Da Identificação da Área

Os documentos apresentados pelos autores, em especial o croqui e a descrição da área, comprovam a delimitação do imóvel objeto da ação. Nos termos do art. 464 do Código de Processo Civil de 2015, eventual dúvida quanto à identificação da área pode ser sanada por perícia técnica, caso seja necessário.

Da Análise dos Recursos Interpostos

No tocante aos recursos interpostos pelo réu, entendo que não foram apresentados elementos suficientes para infirmar as alegações dos autores. Assim, conheço dos recursos, mas julgo-os improcedentes.

Da Jurisprudência Aplicável

Ressalto que a posição adotada encontra respaldo na jurisprudência dos nossos Tribunais:

1. Ação de Reintegração de Posse

“Autores que lograram provar sua posse, bem como o esbulho praticado pelos réus, preenchendo os requisitos do CPC/2015, art. 561. Réus que, em que pese alegar que inexistiu contrato de comodato entre as partes, não lograram demonstrar a existência de contrato de cessão onerosa de direitos sobre parte do imóvel.” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Salles Vieira, J. em 03/10/2024)

Conclusão

Diante do exposto, com fulcro no art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado pelos autores, reconhecendo o domínio dos requerentes sobre a área descrita na inicial, com fundamento no art. 1.239 do Código Civil.

Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, §2º, do Código de Processo Civil.

Dispositivo

Ante o exposto, resolvo o mérito nos termos do art. 487, I, do Código de Processo Civil, para:

  1. Declarar o domínio dos autores sobre a área descrita na inicial;
  2. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa;
  3. Determinar a expedição do mandado de registro da propriedade no cartório competente, após o trânsito em julgado.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Pitanga, ___ de __________ de 2024.

_________________________________________
Magistrado(a)
Vara Cível da Comarca de Pitanga – PR


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