Modelo de Impugnação à Manifestação do Requerido: Defesa da Legalidade da Penhora nos Rostos dos Autos e Rejeição de Alegações Baseadas em Antiguidade do Débito e Honorários Advocatícios

Publicado em: 25/10/2024 AdvogadoProcesso Civil
Modelo de petição de impugnação à manifestação apresentada pelo requerido em processo de cumprimento de sentença, na qual o exequente contesta argumentos relacionados à alegada antiguidade do débito (mais de 10 anos) e à impenhorabilidade dos valores provenientes de honorários advocatícios. O documento defende a legitimidade da penhora nos rostos dos autos, fundamentando-se no Código de Processo Civil (CPC/2015) e em jurisprudência atualizada, aborda a ausência de prescrição, a inadequação da tese de impenhorabilidade dos honorários e a preclusão de matérias já decididas, requerendo a manutenção da constrição judicial e o prosseguimento da execução. Inclui pedidos formais, indicação de provas, interesse em audiência de conciliação e menção expressa a princípios constitucionais e processuais pertinentes.

IMPUGNAÇÃO À MANIFESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __ – Tribunal de Justiça do Estado de __.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, advogado, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº 0.000.000, endereço eletrônico: aj.santos@email.com, residente e domiciliado à Rua Alfa, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000, exequente nos autos em epígrafe, vem, por seu advogado infra-assinado, nos autos do processo em que figura como requerido M. F. de S. L., brasileira, casada, empresária, inscrita no CPF sob o nº 111.111.111-11, endereço eletrônico: mfslima@email.com, residente e domiciliada à Rua Beta, nº 200, Bairro Jardim, Cidade/UF, CEP 11111-111, apresentar a presente IMPUGNAÇÃO À MANIFESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de cumprimento de sentença no qual foi determinada a penhora nos rostos dos autos de outro processo, visando garantir o pagamento de débito reconhecido judicialmente. O requerido, M. F. de S. L., apresentou manifestação alegando que os débitos são antigos, remontando a mais de 10 anos, e que os valores objeto da penhora decorrem de honorários advocatícios devidos em outro processo.

O exequente, ora impugnante, foi intimado para se manifestar acerca das alegações do requerido, especialmente quanto à suposta impossibilidade da penhora em razão da natureza dos créditos e da antiguidade do débito.

A presente impugnação visa demonstrar a inconsistência das alegações do requerido, bem como a legalidade e legitimidade da penhora realizada nos autos, observando-se os princípios constitucionais e processuais aplicáveis.

4. DA MANIFESTAÇÃO DO REQUERIDO

O requerido sustenta que a penhora nos rostos dos autos seria indevida por dois motivos principais: (i) os débitos exequendos teriam mais de 10 anos, e (ii) os valores penhorados em outro processo seriam provenientes de honorários advocatícios, o que, segundo sua tese, inviabilizaria a constrição.

Inicialmente, cumpre esclarecer que a alegação de antiguidade do débito não encontra respaldo legal para afastar a penhora, salvo se comprovada a prescrição, o que não foi sequer arguido de forma adequada ou instruído com elementos mínimos. Ademais, a natureza dos créditos penhorados – honorários advocatícios – não constitui, por si só, óbice à constrição judicial, salvo se demonstrada a impenhorabilidade legal, o que não restou comprovado nos autos.

O requerido limita-se a apresentar argumentos genéricos, sem qualquer lastro probatório ou fundamento jurídico robusto, buscando apenas procrastinar o feito e evitar o adimplemento de obrigação reconhecida judicialmente.

5. DO DIREITO

5.1. DA LEGITIMIDADE DA PENHORA NOS ROSTOS DOS AUTOS
A penhora nos rostos dos autos é medida prevista no ordenamento jurídico brasileiro, sendo admitida como forma de garantir a satisfação do crédito do exequente, especialmente quando o devedor possui créditos a receber em outros processos judiciais (CPC/2015, art. 797 e art. 854). O instituto visa assegurar a efetividade da tutela jurisdicional, em consonância com o princípio da efetividade da execução e da boa-fé processual (CPC/2015, art. 6º).

5.2. DA INEXISTÊNCIA DE IMPENHORABILIDADE DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O crédito decorrente de honorários advocatícios, embora revestido de natureza alimentar, não é absolutamente impenhorável, conforme entendimento consolidado na jurisprudência. A impenhorabilidade prevista no CPC/2015, art. 833, IV, refere-se a salários, vencimentos e proventos, não abrangendo, de forma absoluta, os honorários advocatícios, sobretudo quando não comprovada a destinação exclusiva à subsistência do advogado.

5.3. DA IRRELEVÂNCIA DA ANTIGUIDADE DO DÉBITO SEM PRESCRIÇÃO
A alegação de que o débito possui mais de 10 anos carece de relevância jurídica, pois, nos termos do CCB/2002, art. 205, a prescrição da pretensão executória ocorre em 10 anos, salvo disposição legal em contrário. Não havendo decisão transitada em julgado reconhecendo a prescrição, não há que se falar em extinção da execução ou em impedimento à penhora.

5.4. DA PRECLUSÃO E COISA JULGADA
Questões relativas à origem do crédito, natureza dos valores penhorados"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto

Cuida-se de cumprimento de sentença em que foi determinada penhora nos rostos dos autos de outro processo, visando garantir o pagamento de débito reconhecido judicialmente. O requerido, M. F. de S. L., apresentou manifestação na qual sustenta, em síntese, que: (i) os débitos exequendos seriam antigos, superiores a 10 anos; e (ii) os valores penhorados corresponderiam a honorários advocatícios, o que, na sua ótica, inviabilizaria a constrição.

O exequente, por sua vez, impugna as alegações, defendendo a legalidade da penhora e a inexistência de óbice à constrição dos valores, por ausência de demonstração de impenhorabilidade legal ou reconhecimento de prescrição.

1. Admissibilidade

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço da impugnação à manifestação apresentada pelo exequente, uma vez que devidamente fundamentada e tempestiva.

2. Mérito

2.1. Da Penhora nos Rostos dos Autos

Nos termos dos arts. 797 e 854 do CPC/2015, a penhora sobre crédito de que o executado seja titular em outro processo judicial é medida legítima e eficaz para assegurar a satisfação do crédito do exequente. O instituto da penhora visa justamente garantir a efetividade da prestação jurisdicional e concretizar o direito reconhecido judicialmente, em consonância com o princípio constitucional do acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV).

2.2. Da Natureza dos Créditos Penhorados

A alegação de que os valores objeto da penhora decorrem de honorários advocatícios não constitui, por si só, óbice à constrição judicial. Embora os honorários advocatícios tenham natureza alimentar, a jurisprudência pátria entende que sua impenhorabilidade não é absoluta, sendo possível a constrição, desde que não comprovada a destinação exclusiva dos valores à subsistência do advogado, o que não restou demonstrado nos autos (CPC/2015, art. 833, IV).

2.3. Da Antiguidade do Débito e da Prescrição

Quanto à alegação de que o débito possui mais de 10 anos, cumpre registrar que, nos termos do art. 205 do Código Civil, o prazo prescricional é de 10 anos, salvo disposição legal diversa. Não havendo decisão transitada em julgado reconhecendo a prescrição, nem prova de que tal matéria tenha sido regularmente arguida, não há que se falar em impedimento à penhora ou à continuidade da execução.

2.4. Da Preclusão e Coisa Julgada

As matérias levantadas pelo requerido deveriam ter sido arguidas no momento processual oportuno, sob pena de preclusão (CPC/2015, art. 525). Ressalta-se, ainda, que a rediscussão de questões já decididas afronta o princípio da coisa julgada (CF/88, art. 5º, XXXVI).

2.5. Dos Princípios Constitucionais e da Fundamentação

A decisão judicial deve ser fundamentada, nos termos do art. 93, IX, da CF/88, e observar os princípios da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III). Neste caso, não se verifica violação a tais princípios, tampouco se constata abuso ou excesso na medida constritiva.

3. Jurisprudência Aplicável

Destaco precedentes dos tribunais pátrios que corroboram este entendimento:

  • TJRJ, Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Cesar Felipe Cury, j. 06/11/2024: “A impugnação à penhora, ao se limitar à liberação de bens, não implica a extinção do processo ou a diminuição do crédito executado. Portanto, nos termos da jurisprudência do STJ, é incabível a condenação do exequente em honorários sucumbenciais.”
  • TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP, Rel. Des. Hertha Helena de Oliveira, j. 19/02/2025: “Questões que deveriam ter sido discutidas na fase de conhecimento não podem ser rediscutidas na fase de cumprimento de sentença, em observância à preclusão e à coisa julgada.”
  • TJRJ, Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Arthur Narciso De Oliveira Neto, j. 05/12/2024: “Quando a impugnação tiver como fundamento o excesso na execução, o devedor deverá indicar o valor que reputa correto, bem como apresentar memória de cálculo, sob pena de rejeição liminar da impugnação.”

4. Dispositivo

Ante o exposto, conheço da impugnação e julgo-a procedente, para rejeitar integralmente as alegações do requerido, mantendo-se a penhora nos rostos dos autos e determinando o regular prosseguimento da execução.

Reconheço, ainda, a preclusão e a coisa julgada quanto às matérias já decididas, nos termos do art. 525 do CPC/2015, não havendo que se falar em extinção da execução ou em levantamento da penhora.

Condeno o requerido ao pagamento das custas processuais e, caso haja resistência injustificada, honorários advocatícios, a serem fixados oportunamente.

Intimem-se as partes para prosseguimento do feito, com a efetivação da constrição judicial.

Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.


Cidade/UF, 20 de junho de 2024.

___________________________________________
Juiz(a) de Direito


Fundamentação nos termos do art. 93, IX, da CF/88.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Ação de Promoção por Preterição: Pedido de Reconhecimento de Direito à Progressão Funcional e Pagamento de Diferenças Salariais em Face do Estado do Maranhão

Modelo de Ação de Promoção por Preterição: Pedido de Reconhecimento de Direito à Progressão Funcional e Pagamento de Diferenças Salariais em Face do Estado do Maranhão

Publicado em: 31/01/2025 AdvogadoProcesso Civil

A presente ação judicial é movida por um policial militar contra o Estado do Maranhão, requerendo o reconhecimento de seu direito à promoção por preterição à graduação de 1º Sargento, com efeitos retroativos à data em que deveria ter sido promovido. Fundamentada na Lei 6.513/95, no Decreto Estadual nº 19.833/2003, e nos princípios constitucionais da legalidade e isonomia, a ação também busca a condenação do réu ao pagamento das diferenças salariais relativas ao período de preterição, respeitado o prazo prescricional de cinco anos, acrescidas de juros e correção monetária. O pedido é embasado em jurisprudências e doutrinas que reforçam o direito à progressão funcional e à reparação pelos danos financeiros e morais sofridos.

Acessar

Modelo de Contestação Trabalhista do Conselho Regional de Economia da 16ª Região à Reclamação Proposta pelo Sindicato dos Servidores em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional

Modelo de Contestação Trabalhista do Conselho Regional de Economia da 16ª Região à Reclamação Proposta pelo Sindicato dos Servidores em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional

Publicado em: 05/12/2024 AdvogadoProcesso Civil

Contestação apresentada pelo Conselho Regional de Economia da 16ª Região à Reclamação Trabalhista proposta pelo Sindicato dos Servidores em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional do Estado de Sergipe. O documento aborda os pedidos de auxílio alimentação, progressão funcional e reflexos em verbas trabalhistas, contestando os fundamentos sob a luz da CLT e jurisprudências aplicáveis. A Reclamada defende o caráter indenizatório do auxílio alimentação, a inexistência de pendências quanto à progressão funcional e a ausência de reflexos em verbas de natureza indenizatória. Requer a improcedência dos pedidos, produção de provas e condenação da Reclamante ao pagamento de honorários advocatícios.

Acessar

Modelo de Pedido de Penhora e Adjudicação de Bens Móveis em Execução de Contrato de Locação: Requerimento de Avaliação, Liberação de Imóvel e Satisfação Parcial de Crédito

Modelo de Pedido de Penhora e Adjudicação de Bens Móveis em Execução de Contrato de Locação: Requerimento de Avaliação, Liberação de Imóvel e Satisfação Parcial de Crédito

Publicado em: 30/10/2024 AdvogadoProcesso Civil

Modelo de petição dirigida ao Juízo Cível, na qual a exequente, locadora de imóvel urbano, requer a penhora e adjudicação dos bens móveis deixados pela executada (locatária inadimplente) no imóvel, após despejo judicial. O pedido fundamenta-se na inércia da executada, na necessidade de liberação do imóvel para nova locação e nos princípios da função social da propriedade e efetividade da execução. Inclui pleito de nomeação de avaliador, expedição de mandado de imissão na posse, condenação em custas e honorários, bem como fundamentação jurídica com base no CPC/2015 (arts. 835, 848, 870, 876, 805, 797) e jurisprudência recente do TJSP. Documento adequado para execuções de débitos locatícios com abandono de bens móveis e necessidade de rápida solução para liberação do imóvel.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.