Modelo de Pedido de Penhora e Adjudicação de Bens Móveis em Execução de Contrato de Locação: Requerimento de Avaliação, Liberação de Imóvel e Satisfação Parcial de Crédito

Publicado em: 30/10/2024 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Modelo de petição dirigida ao Juízo Cível, na qual a exequente, locadora de imóvel urbano, requer a penhora e adjudicação dos bens móveis deixados pela executada (locatária inadimplente) no imóvel, após despejo judicial. O pedido fundamenta-se na inércia da executada, na necessidade de liberação do imóvel para nova locação e nos princípios da função social da propriedade e efetividade da execução. Inclui pleito de nomeação de avaliador, expedição de mandado de imissão na posse, condenação em custas e honorários, bem como fundamentação jurídica com base no CPC/2015 (arts. 835, 848, 870, 876, 805, 797) e jurisprudência recente do TJSP. Documento adequado para execuções de débitos locatícios com abandono de bens móveis e necessidade de rápida solução para liberação do imóvel.

PETIÇÃO DE REQUERIMENTO DE PENHORA E ADJUDICAÇÃO DE BENS MÓVEIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileira, solteira, empresária, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº X.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], na qualidade de locadora e exequente nos autos do processo nº XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor o presente REQUERIMENTO DE PENHORA E ADJUDICAÇÃO DE BENS MÓVEIS em face de M. F. de S. L., brasileira, casada, comerciante, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 00000-000, [Cidade/UF], na qualidade de locatária e executada.

3. DOS FATOS

A exequente celebrou contrato de locação de imóvel urbano com a executada, tendo esta inadimplido suas obrigações contratuais, o que ensejou a propositura de ação de despejo cumulada com cobrança.

No curso do despejo, foi determinada a desocupação do imóvel, tendo a exequente assumido, por determinação judicial, a condição de depositária fiel dos bens móveis deixados pela executada no local, conforme termo de depósito juntado aos autos.

Apesar de regularmente intimada, a executada não buscou a retirada dos bens móveis, tampouco apresentou manifestação ou requerimento ao juízo para reavê-los, demonstrando total desinteresse na sua recuperação.

Ressalte-se que o crédito exequendo é substancialmente superior ao valor estimado dos bens móveis deixados no imóvel, conforme laudo prévio de avaliação, o que inviabiliza a satisfação integral do débito apenas com a alienação dos referidos bens.

Ademais, a permanência dos bens no imóvel impede a exequente de promover nova locação, gerando-lhe prejuízos contínuos e afrontando o princípio da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXII e XXIII).

Diante desse cenário, faz-se necessário o requerimento de penhora e adjudicação dos bens móveis, com nomeação de avaliador, para que a exequente possa liberar o imóvel e mitigar os prejuízos decorrentes da inadimplência da executada.

Por fim, destaca-se que a medida ora pleiteada encontra respaldo na legislação processual vigente, bem como na jurisprudência pátria, conforme será demonstrado a seguir.

4. DO DIREITO

4.1 DA POSSIBILIDADE DE PENHORA E ADJUDICAÇÃO DE BENS MÓVEIS

O CPC/2015, art. 835, I, prevê expressamente a possibilidade de penhora de bens móveis, sendo tal modalidade plenamente aplicável ao caso em tela, diante da inércia da executada e da necessidade de satisfação do crédito exequendo.

Nos termos do CPC/2015, art. 876, é facultado ao exequente requerer a adjudicação dos bens penhorados, caso não haja licitantes em hasta pública ou diante da ausência de interesse do executado, como ocorre no presente caso.

O CPC/2015, art. 848 dispõe que, não havendo impugnação ou manifestação do executado, poderá o exequente requerer a adjudicação dos bens pelo valor da avaliação, observando-se o devido processo legal e o contraditório.

4.2 DA NOMEAÇÃO DE AVALIADOR

Para garantir a regularidade do procedimento e a justa fixação do valor dos bens, requer-se a nomeação de avaliador, nos termos do CPC/2015, art. 870, assegurando-se a observância dos princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

4.3 DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DA NECESSIDADE DE LIBERAÇÃO DO IMÓVEL

A manutenção dos bens da executada no imóvel locado, sem qualquer manifestação de interesse por parte desta, impede a exequente de exercer plenamente seu direito de propriedade e de dar destinação econômica ao bem, afrontando o princípio da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXII e XXIII).

O CPC/2015, art. 805 consagra o princípio da menor onerosidade para o devedor, porém, no caso concreto, a permanência dos bens no imóvel gera prejuízo desproporcional à exequente, que não pode utilizar ou alugar o imóvel, razão pela qual a adjudicação se apresenta como medida adequada e razoável.

4.4 DA ADEQUAÇÃO DA MEDIDA E DO PREJUÍZO SUPORTADO PELA EXEQUENTE

A adjudicação dos bens móveis é medida que visa não apenas a satisfação do crédito, mas também a mitigação dos prejuízos suportados pela exequente, em consonância com os princípios da e"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de requerimento formulado por A. J. dos S., exequente e locadora, nos autos de execução movida em face de M. F. de S. L., locatária e executada, em decorrência de inadimplemento contratual relativo a contrato de locação de imóvel urbano.

A exequente narra que, após a desocupação do imóvel por força de decisão judicial, assumiu a condição de depositária fiel dos bens móveis deixados pela executada, os quais permanecem no imóvel, inviabilizando sua plena utilização e nova locação. Ressalta que a executada, embora regularmente intimada, permaneceu inerte quanto à retirada dos bens, evidenciando desinteresse.

Diante desse quadro, requer: (i) a penhora dos bens móveis, (ii) a nomeação de avaliador, (iii) a adjudicação dos bens pelo valor da avaliação, (iv) expedição de mandado de imissão na posse, (v) intimação da executada para manifestação, (vi) condenação da executada ao pagamento das custas e honorários, e (vii) designação de audiência de conciliação/mediação, caso pertinente.

II. Fundamentação

1. Do Conhecimento do Pedido

Presentes os requisitos de admissibilidade e regularidade formal, conheço do pedido.

2. Dos Fatos e do Direito Aplicável

É incontroverso que a executada deixou bens móveis no imóvel locado após a desocupação judicialmente determinada, não tendo manifestado interesse em reavê-los, mesmo após regular intimação.

O art. 835, I, do CPC/2015 expressamente admite a penhora de bens móveis, e o art. 876 autoriza a adjudicação desses bens pelo exequente, em caso de ausência de licitantes ou de interesse do executado, mediante avaliação.

O procedimento previsto no art. 848 do CPC/2015 assegura ao exequente o direito de requerer a adjudicação pelo valor da avaliação, caso inexista impugnação ou manifestação do executado, como no presente caso.

A nomeação de avaliador, nos termos do art. 870 do CPC/2015, é medida necessária à fixação justa do valor dos bens, garantindo o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

Ressalta-se, ainda, que a permanência dos bens no imóvel impede o exercício pleno do direito de propriedade pela exequente, afrontando o princípio da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXII e XXIII), e lhe causa prejuízos contínuos, sem que se vislumbre excesso de execução ou ofensa ao princípio da menor onerosidade ao devedor (CPC/2015, art. 805).

3. Do Dever de Fundamentação

Cumpre destacar que o presente voto observa o disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal/1988, que exige dos magistrados a fundamentação das decisões judiciais, sob pena de nulidade.

A medida ora deferida encontra respaldo não apenas na legislação processual, mas também na jurisprudência pátria, como ilustram os julgados do TJSP (Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP e Acórdão/TJSP), que reconhecem a possibilidade de adjudicação dos bens móveis em situações análogas, sobretudo quando o valor dos bens é inferior ao crédito exequendo e não há prejuízo ao executado.

4. Da Conclusão

Diante do exposto, preenchidos os requisitos legais e considerando o desinteresse da executada, julgo procedente o pedido formulado pela exequente.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento nos arts. 835, I, 848, 870 e 876 do CPC/2015, e nos arts. 5º, XXII e XXIII, e 93, IX da CF/88, DEFIRO:

  • a penhora dos bens móveis deixados pela executada no imóvel, com a lavratura do respectivo auto;
  • a nomeação de avaliador para proceder à avaliação dos bens penhorados;
  • a adjudicação dos bens móveis à exequente, pelo valor da avaliação, expedindo-se o termo de adjudicação;
  • a expedição de mandado de imissão na posse dos bens adjudicados, autorizando a exequente a promover a retirada ou destinação dos mesmos, liberando o imóvel para nova locação;
  • a intimação da executada, na pessoa de seu advogado, para, querendo, manifestar-se sobre o presente requerimento, no prazo legal, nos termos do contraditório;
  • a condenação da executada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, cuja fixação se dará oportunamente;
  • faculto à exequente a indicação de outras provas que entender pertinentes.
  • Designo audiência de conciliação/mediação, caso as partes manifestem interesse ou se a executada apresentar manifestação relevante, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015.

P. R. I. [Publique-se. Registre-se. Intimem-se.]

[Cidade], [data].


___________________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Requerimento de Adjudicação Compulsória Extrajudicial de Imóvel por Sucessores: Regularização de Propriedade para Fins de Inventário com Fundamentação na Lei 14.382/2022 e Código Civil

Modelo de Requerimento de Adjudicação Compulsória Extrajudicial de Imóvel por Sucessores: Regularização de Propriedade para Fins de Inventário com Fundamentação na Lei 14.382/2022 e Código Civil

Publicado em: 16/04/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário

Modelo completo de requerimento dirigido ao Cartório de Registro de Imóveis para adjudicação compulsória extrajudicial de imóvel, elaborado por viúva e herdeiros de promitente comprador falecido. O documento detalha a aquisição do imóvel por contrato de compra e venda, a quitação do preço, a impossibilidade de escritura definitiva devido ao óbito, e a necessidade de regularização dominial para partilha em inventário. Fundamenta-se no CCB/2002, art. 1.418, na Lei 14.382/2022 e na Lei de Registros Públicos ( Lei 6.015/1973), demonstrando a legitimidade dos sucessores para requerer a adjudicação e apresentando todos os documentos comprobatórios e anuência dos herdeiros. Inclui pedidos específicos para registro do imóvel em nome dos sucessores e jurisprudência atualizada.

Acessar

Modelo de Manifestação para Adjudicação de Bem Imóvel em Processo de Inventário para Quitação de Débitos Condominiais

Modelo de Manifestação para Adjudicação de Bem Imóvel em Processo de Inventário para Quitação de Débitos Condominiais

Publicado em: 13/02/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário

Petição apresentada em processo de inventário requerendo a adjudicação de bem imóvel, com fundamento nos artigos 876 e 877 do CPC/2015. O pedido baseia-se na desistência do inventariante e do terceiro interessado, bem como na existência de débitos condominiais vinculados ao imóvel. A adjudicação é solicitada como forma de quitação parcial ou total da dívida, respeitando o princípio da menor gravosidade e os requisitos legais. Inclui fundamentação doutrinária, jurisprudências relevantes e pedidos específicos, como a intimação das partes interessadas e a expedição de mandado de adjudicação.

Acessar

Modelo de Ação de Adjudicação Compulsória de Imóvel por Cessão de Direitos Hereditários

Modelo de Ação de Adjudicação Compulsória de Imóvel por Cessão de Direitos Hereditários

Publicado em: 18/11/2024 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário

Modelo de petição inicial para Ação de Adjudicação Compulsória de imóvel adquirido por cessão de direitos hereditários. Inclui fundamentos legais e constitucionais, além de argumentação sobre os princípios da boa-fé objetiva, segurança jurídica e função social da propriedade.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.