Modelo de Impugnação à Penhora de Quotas Sociais sem Instauração de Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica em Execução de Título Extrajudicial
Publicado em: 10/04/2025 CivelProcesso CivilEmpresaIMPUGNAÇÃO À PENHORA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de __________ – Tribunal de Justiça do Estado de __________.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
F. A. de S.**, já qualificado nos autos da Ação de Execução de Título Extrajudicial, processo nº ____________, que lhe move **B. M. C. Ltda.**, também já qualificada, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com endereço eletrônico profissional ____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPC/2015, art. 525, §11, apresentar a presente:
IMPUGNAÇÃO À PENHORA
em face da decisão que deferiu a penhora de quotas sociais de titularidade do executado em empresas que não integram o polo passivo da presente execução, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
3. SÍNTESE DOS FATOS
Trata-se de execução promovida pela exequente **B. M. C. Ltda.** em face do executado **F. A. de S.**, na qual foi determinada, por decisão judicial, a penhora das quotas sociais de titularidade do executado nas seguintes sociedades:
- Empresa 1
- Empresa 2
- Empresa 3
Referidas empresas, contudo, não possuem qualquer relação com os fatos discutidos na presente execução, tampouco integram o polo passivo da demanda. A decisão judicial ainda determinou a penhora de eventuais lucros e dividendos a serem distribuídos ao executado por tais sociedades, sem que tenha sido instaurado o competente Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica, nos termos do CPC/2015, art. 133.
4. DOS FUNDAMENTOS DA IMPUGNAÇÃO
A decisão que deferiu a penhora das quotas sociais de titularidade do executado em sociedades que não integram o polo passivo da execução carece de fundamentação legal, especialmente por desconsiderar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas envolvidas.
A penhora de quotas sociais, embora admitida pelo ordenamento jurídico (CPC/2015, art. 835, IX), deve observar os princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LIV e LV), bem como a regra da responsabilidade patrimonial objetiva do devedor (CPC/2015, art. 789).
No presente caso, a constrição recaiu sobre patrimônio de sociedades distintas, sem que tenha sido instaurado o Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica, o que viola frontalmente o CPC/2015, art. 133, que exige a instauração do incidente com contraditório e ampla defesa quando se pretende atingir o patrimônio de pessoa jurídica diversa do devedor.
Ademais, a decisão judicial não demonstrou a inexistência de outros bens penhoráveis de titularidade do executado, tampouco justificou a adoção de medida tão gravosa, contrariando o princípio da menor onerosidade da execução (CPC/2015, art. 805).
5. DO DIREITO
A penhora de quotas sociais é medida excepcional e deve observar os limites da responsabilidade patrimonial do devedor. O CPC/2015, art. 789 dispõe que o devedor responde com seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações. Assim, a constrição deve recair sobre bens de titularidade do executado, e não sobre o patrimônio de terceiros.
A jurisprudência é pacífica no sentido de que a penhora de quotas sociais prescinde da desconsi"'>...