Modelo de Impugnação à Petição do INSS em Ação de Aposentadoria por Tempo de Contribuição com Reconhecimento de Atividade Especial

Publicado em: 13/02/2025 Processo Civil
O documento refere-se a uma impugnação apresentada por N. M. B. em processo previdenciário que tramita na 5ª Vara do Juizado Especial Federal de Juiz de Fora/MG. O autor contesta a petição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que pleiteia a revogação de uma Requisição de Pequeno Valor (RPV) expedida com base em decisão judicial transitada em julgado. Argumenta-se que o INSS não impugnou os cálculos no momento oportuno, violando princípios de segurança jurídica e boa-fé processual. A impugnação fundamenta-se no Código de Processo Civil (CPC), na Constituição Federal e em jurisprudências do STJ, reforçando a irrepetibilidade de valores recebidos de boa-fé. Ao final, solicita-se o indeferimento do pedido do INSS, a manutenção da decisão homologatória e a condenação da autarquia em honorários advocatícios.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 5ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE JUIZ DE FORA/MG

Processo nº 0007327-78.2017.4.01.3801

IMPUGNAÇÃO À PETIÇÃO DO INSS

N. M. B., já qualificado nos autos em epígrafe, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar IMPUGNAÇÃO à petição apresentada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos termos que seguem:

PREÂMBULO

Trata-se de processo em que o autor, após concordar com os cálculos apresentados pela autarquia ré, teve a expedição da Requisição de Pequeno Valor (RPV) solicitada. Contudo, o INSS apresentou petição requerendo a revogação da RPV, alegando que houve equívoco nos cálculos e que o autor não teria direito ao benefício, além de pleitear a devolução dos valores recebidos.

DOS FATOS

O autor ingressou com a presente ação visando à concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, com o reconhecimento de períodos de atividade especial. Após decisão favorável, os cálculos foram apresentados e homologados, com a consequente expedição da RPV.

Posteriormente, o INSS peticionou alegando erro nos cálculos e requerendo a revogação da RPV, sob a justificativa de que o autor não teria direito ao benefício e, portanto, deveria devolver os valores recebidos. Tal alegação, contudo, carece de fundamento jurídico e fático, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

Inicialmente, destaca-se que a expedição da RPV decorreu de decisão judicial transitada em julgado, sendo inadmissível a tentativa do INSS de desconstituir tal decisão por meio de simples petição.

Nos termos do CPC/2015, art. 509, §4º, a execução deve observar os limites do título executivo judicial, sendo vedado ao executado rediscutir o mérito da decisão já transitada em julgado. Ademais, o princípio da segurança jurídica, consagrado no CF/88, art. 5º, XXXVI, impede a modificação de decisões judiciais definitivas.

Quanto à alegação de erro nos cálculos, é importante ressaltar que os valores foram homologados pelo juízo, após análise detalhada, não havendo qualquer impugnação por parte do INSS no momento oportuno. Assim, a tentativa de desconstituir a RPV configura comportamento contraditório, vedado pelo princípio da boa-fé processual (CPC/2015, art. 5º).

Por fim, a pretensão de devolução dos valores recebidos pelo autor não encontra amparo legal,"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Cuida-se de impugnação apresentada pelo autor N. M. B., nos autos do processo nº Acórdão/TJSP, em trâmite perante a 5ª Vara do Juizado Especial Federal de Juiz de Fora/MG, em face de petição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O autor requer a manutenção da decisão que homologou os cálculos e determinou a expedição da Requisição de Pequeno Valor (RPV), enquanto o INSS pleiteia a revogação da RPV sob alegação de erro nos cálculos e pleito de devolução de valores recebidos pelo autor.

Fundamentação

Nos termos do art. 93, IX da Constituição Federal de 1988, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Passo, então, à análise dos fatos e do direito aplicável ao caso.

1. Da Irretratabilidade da Coisa Julgada

Inicialmente, cabe destacar que o pedido do INSS de revogação da RPV encontra óbice no princípio da segurança jurídica, consagrado no art. 5º, inciso XXXVI da Constituição Federal, que assegura a imutabilidade da coisa julgada. A decisão que determinou a expedição da RPV transitou em julgado, não podendo ser desconstituída por simples petição da autarquia.

2. Dos Limites da Execução

De acordo com o art. 509, §4º, do Código de Processo Civil de 2015, a execução deve observar os limites do título executivo. O INSS não impugnou os cálculos no momento oportuno, tendo os mesmos sido devidamente homologados pelo juízo. Assim, a tentativa de rediscutir o mérito da decisão judicial configura comportamento contraditório, em afronta ao princípio da boa-fé processual (art. 5º do CPC/2015).

3. Da Irrepetibilidade dos Valores Recebidos de Boa-fé

Quanto à pretensão de devolução dos valores recebidos pelo autor, tal pedido não encontra respaldo legal. Nos termos da Súmula 106 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), valores pagos em cumprimento de decisão judicial, ainda que posteriormente revista, não são passíveis de repetição, desde que recebidos de boa-fé.

4. Jurisprudências Aplicáveis

Destaco, ainda, a jurisprudência do STJ no REsp Acórdão/STJ, relatoria da Ministra Assusete Magalhães, segundo a qual a execução de sentença deve observar os parâmetros fixados no título executivo, sendo vedada a rediscussão de questões já decididas.

Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, julgo procedente o pedido formulado pelo autor e, consequentemente:

  1. Determino o indeferimento do pedido do INSS de revogação da Requisição de Pequeno Valor (RPV);
  2. Ratifico a decisão que homologou os cálculos apresentados e determinou a expedição da RPV;
  3. Condeno o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, §3º, do Código de Processo Civil de 2015.

Publique-se. Intimem-se.

Juiz de Fora/MG, ___ de __________ de 2024.

______________________________

Magistrado


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