Modelo de Impugnação e Pedido de Indenização Contra Booking.com por Hospedagem Inexistente

Publicado em: 21/11/2024 Consumidor
Modelo de petição em face da Booking.com para impugnação da prestação de serviço defeituosa, solicitando reparação por danos materiais e morais devido a reserva inexistente e a consequente situação vexatória enfrentada por um grupo de viajantes, composto majoritariamente por idosos. Inclui os fundamentos jurídicos que respaldam a responsabilidade da plataforma por falha na prestação dos serviços, bem como o pedido de indenização por prejuízos financeiros, morais e a devolução de pontos de milhagem.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

Processo n.º: [número do processo]
Requerentes: [nomes dos requerentes], e-mails: [endereços eletrônicos]
Requerida: BOOKING.COM, inscrita no CNPJ sob o nº [número do CNPJ], com sede na [endereço da sede]

I. DOS FATOS

No dia 24 de setembro de 2024, um grupo de oito pessoas, dentre elas cinco idosos, desembarcou no aeroporto de Roma, Itália, com a expectativa de desfrutar de uma estadia tranquila em uma hospedagem previamente reservada por meio da plataforma Booking.com. A reserva, confirmada sob o número de protocolo 4297500338, referia-se a um imóvel localizado na Via Ridolfino Venuti, Interno 8, piso 4, Nomentano, 00162 Roma, no valor total de R$3.843 (623,70 euros).

Entretanto, ao chegarem ao endereço indicado, o grupo se deparou com uma situação alarmante: não havia qualquer sinal da hospedagem no local e o andar mencionado na reserva sequer existia. Diante dessa adversidade, os viajantes tentaram contatar os vizinhos do local, que confirmaram que nunca houve uma propriedade disponível para hospedagem naquele endereço, evidenciando assim que se tratava de uma oferta inexistente.

A Booking.com se apresenta como a única porta de contato em toda a negociação realizada, não permitindo qualquer interação direta com o proprietário do imóvel. Essa centralização das informações e da comunicação trouxe imensa dificuldade aos consumidores no momento crítico, pois, ao se depararem com a inexistência do imóvel, não tinham alternativa direta para resolver o problema. Em meio ao desespero e à falta de alternativas viáveis, o grupo tentou resolver a pendência ainda no local, utilizando os telefones disponíveis na plataforma. Foram várias as tentativas de contato com a central de atendimento da Booking.com, sendo que, após insistência, foram informados que a empresa entraria em contato com o suposto proprietário da hospedagem. Contudo, essa comunicação nunca se concretizou, e a equipe da Booking.com não retornou as ligações realizadas pelos clientes, que precisaram insistir por diversas vezes até serem direcionados para outra locação.

O processo de resolução se arrastou por mais de três horas, durante as quais os viajantes enfrentaram não apenas a frustração e o estresse da situação inesperada, mas também condições extremamente adversas, como a fome, a chuva e o desconforto de carregar suas malas sem um destino certo. A angústia foi ainda maior pelo fato de cinco dos membros do grupo serem idosos, o que aumentou significativamente o desgaste físico e emocional de todos os envolvidos. Após um longo período de espera e negociação com dois atendentes diferentes — Gisele na primeira ligação e Matheus na segunda — foi proposta uma alternativa: uma nova hospedagem que atendesse às necessidades do grupo.

Contudo, essa nova opção ficava localizada do outro lado da cidade, o que exigiu que os viajantes utilizassem serviços de transporte por aplicativo (Uber), gerando custos adicionais devido à urgência da situação e à distância considerável. Ademais, como a nova reserva foi feita em cima da hora, o valor da hospedagem alternativa era consideravelmente mais alto para acomodar as oito pessoas, e não atendia ao mesmo padrão e expectativa que o grupo tinha com a reserva original. Esse agravante reforçou o prejuízo financeiro sofrido pelos viajantes, que se viram forçados a aceitar uma solução insuficiente e mais onerosa.

Durante esse processo tumultuado, que durou mais de quatro horas, os viajantes acumularam diversos comprovantes relacionados à reserva original, ao transporte por aplicativo (Uber) e à alimentação em um restaurante nas proximidades enquanto aguardavam por uma solução. Esses documentos servem como evidência concreta dos transtornos enfrentados e das despesas extras incorridas devido à falha na prestação do serviço pela Booking.com. Além do desgaste físico e emocional, também houve um desgaste financeiro considerável, com despesas que jamais deveriam ter sido assumidas pelo grupo, caso a reserva tivesse sido cumprida conforme acordado.

II. DO DIREITO

Os fatos narrados configuram uma evidente violação dos direitos dos consumidores, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei 8.078/1990. O art. 6º, III, do CDC estabelece o direito à informação adequada e clara sobre os produtos e serviços contratados, bem como à proteção contra práticas abusivas e a imposição de condições desfavoráveis. A Booking.com, ao não assegurar a existência da hospedagem ofertada e ao não prestar assistência adequada no momento de necessidade dos clientes, infringiu não apenas o dever de boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), mas tam"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

No dia 24 de setembro de 2024, um grupo de oito viajantes, entre os quais cinco idosos, desembarcou no aeroporto de Roma, na Itália, esperando uma estadia tranquila em uma hospedagem reservada pela plataforma Booking.com. A reserva foi confirmada para um imóvel situado na Via Ridolfino Venuti, em Roma, no valor total de R$3.843. No entanto, ao chegarem, constataram que o endereço indicado não correspondia a nenhuma hospedagem, e que o andar mencionado sequer existia. Vizinhos do local confirmaram que não havia nenhuma propriedade para hospedagem naquele endereço, revelando que se tratava de uma oferta inexistente.

A Booking.com, sendo a única intermediária do contrato, falhou ao não garantir que a hospedagem existisse, impossibilitando a comunicação direta com o proprietário. Várias tentativas de contato com a central de atendimento resultaram em informações vagas e promessas não cumpridas de que o proprietário seria contatado. A solução oferecida pela plataforma, após horas de negociação, envolveu uma hospedagem alternativa do outro lado da cidade, com custos de transporte e tarifas de hospedagem superiores aos inicialmente acordados.

O grupo de viajantes enfrentou um período de mais de quatro horas de transtornos, que incluíram chuva, fome, desgaste emocional e desconforto significativo, especialmente para os cinco idosos que compunham o grupo. Tais fatos configuram uma clara violação dos direitos dos consumidores, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC), especialmente no que se refere ao direito à informação adequada, à boa-fé objetiva e à proteção contra práticas abusivas.

Defesas Opostas pela Parte Contrária

A Booking.com poderá argumentar que se trata de um mero intermediário, não tendo responsabilidade sobre a veracidade das informações prestadas pelos proprietários dos imóveis anunciados. No entanto, tal defesa é infundada, pois a plataforma exerce papel ativo na intermediação da contratação e na centralização da comunicação, sendo portanto solidariamente responsável pela oferta e pelos serviços disponibilizados aos consumidores, conforme estabelece o CDC, art. 14.

A empresa também poderá alegar que ofereceu uma solução alternativa em um prazo razoável, minimizando assim os transtornos enfrentados pelos requerentes. Todavia, a solução foi tardia, insuficiente e onerosa para os viajantes, que se viram obrigados a arcar com custos adicionais e a suportar um desgaste desnecessário, que extrapola o âmbito de um mero aborrecimento.

Conceitos e Definições

  • Boa-fé Objetiva: Princípio do direito civil e do direito do consumidor que impõe aos contratantes um comportamento leal, transparente e de cooperação, visando à execução correta e fiel das obrigações contratuais.

  • Dano Moral: Prejuízo de ordem não patrimonial que atinge os direitos da personalidade, como honra, dignidade e bem-estar, passível de indenização por ser um dano injustamente causado a outrem.

  • Responsabilidade Solidária: No contexto das relações de consumo, a responsabilidade solidária significa que todos os envolvidos na cadeia de fornecimento de um produto ou serviço respondem conjuntamente pelos danos causados ao consumidor.

Considerações Finais

A presente ação busca garantir a justa reparação dos danos materiais e morais sofridos pelos requerentes, em razão da falha evidente na prestação do serviço contratado através da Booking.com. A empresa, ao se colocar como intermediária exclusiva, assumiu o dever de garantir a veracidade das informações e a existência da hospedagem ofertada. A negligência em assegurar esses elementos, bem como a demora e ineficácia na solução do problema, resultaram em um dano que vai além do mero transtorno.

Assim, é imprescindível que a Booking.com seja responsabilizada, tanto para assegurar o direito dos consumidores afetados quanto para desestimular futuras condutas negligentes que possam lesar outros consumidores. O reconhecimento dos direitos dos requerentes não apenas faz justiça ao caso concreto, mas também contribui para a proteção dos direitos dos consumidores como um todo, garantindo a credibilidade e segurança nas relações de consumo.


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