Modelo de Manifestação em Processo Cível - Requerimentos Relativos a Imóvel Comum, Dívidas de Água e Esgoto e Partilha de Bens
Publicado em: 06/02/2025 Civel Direito Imobiliário SucessãoMANIFESTAÇÃO
Processo nº 201572000228
Vara Cível da Comarca de Japaratuba-SE
Requerida: A. T. DOS S.
A. T. DOS S., já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua manifestação, nos seguintes termos:
I. DOS FATOS
A parte autora, até a presente data, permanece inadimplente com relação às dívidas de água e esgoto vinculadas ao imóvel em litígio, cujo registro de ligação nº 0002294222 apresenta um débito de R$ 9.781,82. Tal inadimplência tem causado transtornos pessoais à requerida.
Além disso, o autor descumpre ordem judicial quanto à devolução do valor correspondente ao bem móvel (motocicleta), permanecendo sem qualquer liquidação por mais de nove anos. Ademais, o autor não demonstra qualquer empenho para a venda do imóvel comum, único bem adquirido durante a união estável, impedindo a partilha de 50% para cada parte.
Por fim, o autor tem se beneficiado exclusivamente do uso do imóvel desde março de 2015, sem qualquer compensação à requerida, configurando enriquecimento sem causa.
II. DO DIREITO
O direito da requerida encontra amparo nos princípios da boa-fé objetiva e da função social da propriedade, previstos na CF/88, art. 5º, XXIII, e no CCB/2002, art. 421. A utilização exclusiva do imóvel pelo autor, sem qualquer compensação, viola o princípio do equilíbrio entre as partes e configura enriquecimento sem causa, vedado pelo CCB/2002, art. 884.
Quanto à dívida de água e esgoto, a responsabilidade pelo pagamento recai sobre o autor, que é o único beneficiário do imóvel. Tal obrigação decorre do princípio da vedação ao abuso de direito, previsto no CCB/2002, art. 187.
Ademais, a ausência de esforços para a venda do imóvel comum impede a partilha equitativa, violando o direito da requerida à meação, garantido pelo CCB/2002, art. 1.725.
Doutrina
Segundo Pablo Stolze Gagliano, em sua obra "Novo Curso de Direito Civil", a vedação ao enriquecimento sem causa é um princípio basilar do ordenamento jurídico, que visa impedir que uma das partes obtenha vantagem patrimonial indevida em detrimento de outra. Tal princípio é aplicável em casos de uso exclusivo de bens comuns sem compensação ao coproprietário.
Maria Helena Diniz, em "Curso de Direito Civil Brasileiro", reforça que a função social da propriedade impõe ao titular do bem a obrigação de utilizá-"'>...