Modelo de Manifestação Requerendo Revogação de Prisão Preventiva por Abuso de Autoridade e Irregularidades Policiais
Publicado em: 18/11/2023 Direito Penal Processo PenalEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___
Processo nº: ___
PREÂMBULO
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, profissão ___, portador do RG nº ___ e CPF nº ___, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua MANIFESTAÇÃO, nos termos do despacho proferido, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DOS FATOS
O réu foi preso em flagrante após uma operação policial realizada em sua residência. Durante a ação, policiais militares especializados invadiram sua casa sem mandado judicial, mataram o cachorro da família, destruíram bens materiais e, posteriormente, alegaram ter encontrado uma mochila contendo drogas e uma balança de precisão. O réu foi espancado pelos agentes e submetido a um corpo de delito forjado, conforme relatado por ele na audiência de custódia.
Na audiência de custódia, o réu negou a posse das drogas e relatou as agressões sofridas. O Ministério Público solicitou a realização de um novo exame de corpo de delito, o qual foi deferido pelo juiz. Contudo, tal determinação não foi cumprida, mesmo após nova ordem judicial e certificação do descumprimento. Apesar disso, a prisão preventiva foi mantida, e foi determinada a abertura de processo na Corregedoria da Polícia Militar para apuração dos fatos.
DO DIREITO
A presente manifestação tem como fundamento o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à integridade física e moral do réu (CF/88, art. 5º, III e XLIX). A atuação dos policiais militares, conforme narrado, violou garantias constitucionais e processuais, configurando abuso de autoridade e comprometendo a lisura da investigação.
A decretação da prisão preventiva, nos termos do CPP, art. 312, exige a presença do fumus comissi delicti e do periculum libertatis. No caso em tela, a ausência de provas idôneas e a existência de indícios de irregularidades na conduta policial tornam a manutenção da prisão preventiva desproporcional e inadequada, ferindo o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII).
A doutrina reforça que a prisão preventiva deve ser medida excepcional, aplicável apenas quando não houver alternativas menos gravosas, conforme preconizado pelo CPP, art. 319. Ademais, a não realização do novo exame de corpo de delito, mesmo após determinação judicial, compromete a instrução processual e reforça a necessidade d"'>...