Modelo de Pedido de Revogação de Prisão Preventiva por Falta de Requisitos Legais e Ausência de Participação em Crime de Tráfico de Drogas – Caso de Universitário Primário com Residência Fixa

Publicado em: 16/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de petição para revogação de prisão preventiva, direcionada ao Juízo Criminal, em favor de réu universitário, primário, com residência fixa e bons antecedentes, acusado injustamente de envolvimento em tráfico de drogas. O pedido sustenta a inexistência dos requisitos do CPP, art. 312, a possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas (CPP, art. 319), e fundamenta-se em provas documentais, confissão do corréu e jurisprudência atualizada. Requer-se a revogação da custódia cautelar ou, subsidiariamente, a substituição por medidas menos gravosas, com apoio nos princípios constitucionais e processuais penais.

PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ª Vara Criminal da Comarca de Guarulhos/SP
Processo n. 1509716-98.2025.8.26.0228

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente:
M. S. L. S., brasileiro, solteiro, universitário, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Guarulhos/SP, CEP XXXXX-XXX, e-mail: matheus@email.com.

Advogado:
A. J. dos S., OAB/SP XXXXX, e-mail: advogado@email.com, com escritório profissional na Rua Advogado, nº 100, Centro, Guarulhos/SP, CEP XXXXX-XXX.

Requerido:
Ministério Público do Estado de São Paulo, com endereço eletrônico institucional: mpsp@mp.sp.gov.br.

3. DOS FATOS

O Requerente, M. S. L. S., universitário, primário, com residência fixa, foi surpreendido com a decretação de prisão preventiva no âmbito do processo em epígrafe, sob a acusação de envolvimento em delito relacionado a tráfico de drogas. Contudo, conforme consta dos autos, o acusado J. foi flagrado e preso dentro do apartamento onde a droga foi localizada, tendo assumido integralmente a posse dos entorpecentes e confessado a autoria do crime.

Importante destacar que J., em seu depoimento, afirmou categoricamente que seu irmão, ora Requerente, M. S. L. S., não tinha conhecimento da prática delitiva. Ademais, restou comprovado que o Requerente estava no prédio de sua sogra, conforme comprovante de residência anexado aos autos, corroborando a narrativa de ausência de envolvimento nos fatos.

Ressalte-se, ainda, que o Requerente possui residência fixa, é primário, universitário e não possui antecedentes criminais, evidenciando seu bom comportamento social e ausência de risco à ordem pública ou à instrução criminal.

Dessa forma, não há elementos concretos que justifiquem a manutenção da custódia cautelar, sendo cabível e necessária a revogação da prisão preventiva.

4. DO DIREITO

A decretação da prisão preventiva é medida de exceção, devendo ser aplicada somente quando presentes os requisitos do CPP, art. 312, quais sejam: garantia da ordem pública, da ordem econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.

O CPP, art. 282, § 6º, dispõe que a prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o CPP, art. 319, que prevê alternativas menos gravosas, como o comparecimento periódico em juízo e a proibição de ausentar-se da comarca.

No presente caso, não há qualquer indício de que o Requerente represente risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. Ao contrário, trata-se de indivíduo com bons antecedentes, residência fixa, ocupação definida (universitário) e comprovada ausência de participação no delito, conforme confissão do corréu e demais elementos probatórios.

O princípio da presunção de inocência, consagrado na CF/88, art. 5º, LVII, determina que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, sendo a prisão processual medida de exceção e não de regra.

Ademais, a jurisprudência pátria tem entendido que a existência de condições pessoais favoráveis, como primariedade, residência fixa e ocupação lícita, aliadas à ausência de contemporaneidade dos fatos e de risco concreto, autorizam a revogação da prisão preventiva, com eventual aplicação de medidas cautelares diversas.

Ressalte-se, ainda, que a manutenção da prisão preventiva sem fundamentação concreta viola os princípios da legalidade, proporcionalidade e dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), devendo ser revogada para garantir o devido processo legal.

Por fim, o CPC/2015, art. 319, exige a exposição clara dos fatos e fund"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de pedido de revogação de prisão preventiva formulado por M. S. L. S., universitário, primário, com residência fixa, que foi preso preventivamente sob acusação de envolvimento em delito de tráfico de drogas, conforme processo n. 1509716-98.2025.8.26.0228, em trâmite perante esta Vara Criminal da Comarca de Guarulhos/SP.
O requerente alega não ter participado do crime, afirmando que seu irmão, também acusado nos autos, confessou a autoria e isentou o requerente de qualquer envolvimento, conforme depoimento e provas anexadas. Ressalta ainda a inexistência de antecedentes criminais, ocupação lícita, residência fixa e bons antecedentes.

2. Fundamentação

2.1. Dos Fatos e Provas

Conforme analisado, o requerente foi surpreendido com a decretação de prisão preventiva, porém consta nos autos que o corréu J. assumiu integralmente a posse dos entorpecentes encontrados no apartamento, eximindo o irmão de qualquer participação. Documentos comprovam que M. S. L. S. estava em local diverso no momento do fato, o que corrobora a ausência de envolvimento direto ou indireto no delito investigado.

2.2. Da Prisão Preventiva e dos Requisitos Legais

A prisão preventiva, nos termos do CPP, art. 312, é medida de exceção, somente admitida quando presentes os requisitos de garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.
O CPP, art. 282, § 6º, determina que a prisão preventiva somente será decretada quando não for cabível a substituição por outras medidas cautelares previstas no CPP, art. 319.
No caso em tela, o requerente é primário, possui residência e ocupação fixas, além de não haver demonstração de risco concreto à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. Não há elementos de contemporaneidade ou indícios de que, solto, o requerente prejudicaria a investigação ou geraria risco à sociedade.

2.3. Do Princípio da Presunção de Inocência e Garantias Fundamentais

A CF/88, art. 5º, inciso LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, dispondo que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Portanto, a prisão processual deve ser adotada somente em hipóteses absolutamente necessárias, sob pena de violação ao devido processo legal e à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

2.4. Jurisprudência e Hermenêutica Aplicada

A jurisprudência consolidada do Tribunal de Justiça de São Paulo e dos Tribunais Superiores tem entendido que a existência de condições pessoais favoráveis, aliadas à ausência de elementos concretos que justifiquem a custódia cautelar, autorizam a concessão da liberdade provisória, com ou sem aplicação de medidas cautelares diversas da prisão (exemplos: HC Acórdão/TJSP, HC Acórdão/TJSP).

2.5. Fundamentação Constitucional e Legal do Voto

O CF/88, art. 93, IX, exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade, o que ora se observa.
Assim, considerando a ausência de requisitos autorizadores da manutenção da prisão preventiva, o princípio da presunção de inocência, e a possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, entendo que o pedido merece acolhimento.

3. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para revogar a prisão preventiva de M. S. L. S., nos termos do CPP, art. 312 e do CPP, art. 319, mediante aplicação das seguintes medidas cautelares, se necessário:

  1. Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições a serem fixadas, para informar e justificar suas atividades (CPP, art. 319, I);
  2. Proibição de ausentar-se da Comarca sem prévia autorização deste Juízo (CPP, art. 319, IV);
  3. Proibição de manter contato com os demais envolvidos, salvo se parentesco ou vínculo familiar o exigir, nos limites da razoabilidade (CPP, art. 319, III);

Ressalto que a presente decisão fundamenta-se no exame dos fatos e provas constantes dos autos, na aplicação da legislação vigente e nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, presunção de inocência e devido processo legal.

Intime-se o Ministério Público para ciência e manifestação.
Cumpra-se. Publique-se. Registre-se.

Guarulhos/SP, 10 de junho de 2025.

___________________________________________
Juiz de Direito
Documento assinado eletronicamente


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