Modelo de Memoriais em Apelação: Defesa da Multimarcas Administradora de Consórcios Ltda. para Reforma de Sentença de Anulação Contratual

Publicado em: 09/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Recurso de apelação apresentado pela Multimarcas Administradora de Consórcios Ltda. perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, buscando a reforma de sentença de primeira instância que anulou contrato de consórcio. A peça argumenta a inexistência de vício de consentimento, destaca a regularidade do contrato com base na Lei nº 11.795/2008 e no Código Civil, e reforça princípios contratuais como boa-fé objetiva e pacta sunt servanda, além de citar jurisprudências correlatas.

MEMORIAIS EM APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) RELATOR(A) DA 1ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Processo nº: 5431936-67.2018.8.09.0087

Apelante: Multimarcas Administradora de Consórcios Ltda.

Apelada: I. H. M. C.

PREÂMBULO

A Multimarcas Administradora de Consórcios Ltda., já devidamente qualificada nos autos, por meio de seus advogados, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS EM APELAÇÃO, nos termos do art. 1.010 do CPC/2015, em face da sentença que anulou o contrato de consórcio firmado entre as partes, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A apelada ingressou com ação judicial visando à anulação do contrato de consórcio, alegando vício de consentimento, sob o argumento de que foi induzida a erro ao aderir ao grupo consorcial. A sentença de primeira instância acolheu a pretensão da apelada, anulando o contrato.

Contudo, a administradora de consórcios, ora apelante, adotou todas as cautelas necessárias para verificar a regularidade da adesão da apelada ao grupo consorcial. O contrato firmado entre as partes é claro quanto às condições da adesão e à inexistência de garantia de contemplação imediata, conforme previsto na Lei nº 11.795/2008.

Ademais, a apelada, em nenhum momento, demonstrou de forma concreta o alegado vício de vontade que teria maculado o contrato, limitando-se a alegações genéricas e desprovidas de provas.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o contrato de consórcio é regido pela Lei nº 11.795/2008, que estabelece as regras para a formação e funcionamento dos grupos de consórcio. Trata-se de contrato de adesão, no qual as condições são previamente estipuladas e aceitas pelas partes.

O Código Civil Brasileiro (CCB/2002) dispõe, em seu art. 171, que o negócio jurídico pode ser anulado por vício de consentimento, desde que este seja devidamente comprovado. No caso em tela, não há qualquer elemento probatório que demonstre a existência de erro ou dolo na adesão da apelada ao grupo consorcial.

Ademais, o contrato firmado entre as partes é claro ao estabelecer que a contemplação no consórcio depende de sorteio ou lance, inexistindo qualquer garantia de contemplação imediata. Assim, eventual promessa extracontratual não pode ser imputada à administradora, conforme o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).

O princípio nemo potest venire contra factum proprium também d"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Cuida-se de recurso de apelação interposto por Multimarcas Administradora de Consórcios Ltda. em face da sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, que anulou o contrato de consórcio firmado entre as partes, acolhendo a alegação da apelada de vício de consentimento, sob o fundamento de que teria sido induzida a erro ao aderir ao grupo consorcial.

A apelante sustenta a regularidade do contrato, afirmando que a adesão da apelada foi realizada de forma livre e consciente, inexistindo qualquer vício de vontade que pudesse macular o negócio jurídico. Alega, ainda, que a decisão de origem carece de fundamento probatório suficiente para justificar a anulação do contrato.

Voto

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, passo a fundamentar o presente voto.

1. Da Preliminar

Inicialmente, verifica-se que o recurso interposto preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual deve ser conhecido.

2. Do Mérito

O ponto controvertido consiste em determinar se houve vício de consentimento capaz de anular o contrato de consórcio firmado entre as partes.

A análise dos autos demonstra que o contrato de consórcio é regido pela Lei nº 11.795/2008, que estabelece regras claras sobre a formação e funcionamento dos grupos consorciais. Trata-se de um contrato de adesão, cujas cláusulas foram previamente estipuladas e aceitas pelas partes.

Conforme o art. 171 do Código Civil, o negócio jurídico pode ser anulado por vício de consentimento, desde que este seja devidamente comprovado. No caso em tela, a apelada não apresentou elementos probatórios concretos capazes de demonstrar a ocorrência de erro ou dolo na adesão ao grupo consorcial. Suas alegações limitam-se a argumentos genéricos e desprovidos de respaldo fático ou documental.

Ademais, o contrato firmado entre as partes é claro ao estabelecer que a contemplação no consórcio depende de sorteio ou lance, inexistindo qualquer garantia de contemplação imediata. Assim, eventual promessa extracontratual não pode ser imputada à administradora, conforme o princípio da boa-fé objetiva (art. 422 do Código Civil).

O princípio nemo potest venire contra factum proprium também merece destaque, uma vez que a apelada aderiu ao contrato de forma livre e consciente, não podendo agora alegar vício de consentimento para se eximir das obrigações assumidas. Por sua vez, o princípio pacta sunt servanda reforça a necessidade de cumprimento das cláusulas contratuais, salvo em casos de comprovada invalidade, o que não se verifica no presente caso.

3. Da Jurisprudência Aplicável

O entendimento jurisprudencial majoritário ratifica a validade de contratos de consórcio, desde que não se comprove vício de consentimento:

\"VALIDADE DA CONTRATAÇÃO. Instrumento de contrato não somente livre de obscuridades, dubiedades ou artifícios gráficos com o fito de ludibriar a requerente, mas no qual inserida expressa vedação a qualquer promessa de contemplação. Declaração de ciência da autora a este respeito.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)
\"Ação declaratória de rescisão de contrato c/c danos materiais e morais. Consórcio. Sentença de parcial procedência. Inconformismo. Não acolhimento. Configurado o vício de consentimento em razão da promessa de rápida contemplação.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

4. Conclusão

Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso de apelação interposto por Multimarcas Administradora de Consórcios Ltda., reformando a sentença de primeira instância para julgar improcedente o pedido de anulação do contrato de consórcio. Condeno a parte apelada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

É como voto.

Local e Data: ___________________________

Magistrado: ___________________________


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Embargos de Declaração Contra Sentença que Extinguiu Ação de Exigir Contas sem Resolução de Mérito Proposta por Condomínio Residencial em Face de Ex-Síndico e Administradora, com Fundamentação no CPC/2015 e Código Civil

Modelo de Embargos de Declaração Contra Sentença que Extinguiu Ação de Exigir Contas sem Resolução de Mérito Proposta por Condomínio Residencial em Face de Ex-Síndico e Administradora, com Fundamentação no CPC/2015 e Código Civil

Publicado em: 16/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor

Modelo completo de Embargos de Declaração opostos por Condomínio Residencial, representado por seu síndico, contra sentença que extinguiu, sem resolução de mérito, Ação de Exigir Contas promovida em face de ex-síndico e administradora condominial. O modelo destaca a omissão e contradição na decisão judicial, que deixou de analisar a ausência de prestação de contas referente à gestão de 2020, bem como a necessidade de manifestação expressa sobre dispositivos legais do CPC/2015 e do Código Civil para fins de prequestionamento. Inclui argumentação detalhada sobre a obrigação legal de prestar contas, fundamentos jurídicos, jurisprudência atualizada e pedidos claros de integração do julgado para viabilizar recursos excepcionais. Indicado para processos cíveis envolvendo administração de condomínios e prestação de contas.

Acessar

Modelo de Contestação com Preliminar de Ilegitimidade Passiva de Imobiliária em Ação de Indenização por Danos Materiais, Morais e Multa Contratual entre Locador e Locatária

Modelo de Contestação com Preliminar de Ilegitimidade Passiva de Imobiliária em Ação de Indenização por Danos Materiais, Morais e Multa Contratual entre Locador e Locatária

Publicado em: 16/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor

Modelo de contestação apresentada por imobiliária (administradora e intermediadora de contrato de locação) em ação de indenização por danos materiais, morais e multa contratual movida por locador, que alega danos ao imóvel e omissão na vistoria de saída. O documento traz preliminar de ilegitimidade passiva da imobiliária, fundamentada no fato de que a responsabilidade por danos ao imóvel pertence à locatária, e não à administradora, conforme legislação e jurisprudência. Inclui argumentação sobre inexistência de nexo causal, ausência de dano moral, inaplicabilidade de multa contratual à imobiliária, além de pedidos de extinção do processo quanto à contestante, improcedência dos pedidos do autor e requerimento de produção de provas. Citadas jurisprudências reforçam a tese de ilegitimidade passiva e a necessidade de provas.

Acessar

Modelo de Recurso Especial Contra Restituição em Consórcio

Modelo de Recurso Especial Contra Restituição em Consórcio

Publicado em: 06/11/2024 CivelProcesso CivilConsumidor

Recurso especial fundamentado contra acórdão que determinou a devolução dos valores ao consorciado apenas ao final do grupo, com afronta à Lei 11.795/2008 e ao princípio do equilíbrio contratual. Inclui fundamentação jurídica e argumentação completa.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.