Modelo de Notícia Criminis: Denúncia de Apropriação Indevida de Bens de Idoso e Pedido de Instauração de Inquérito Policial

Publicado em: 08/01/2025 Consumidor Advogado Direito Penal Processo Penal
Documento legal que apresenta uma notícia criminis, solicitando a instauração de inquérito policial contra a Sra. M. C. de S., acusada de apropriar-se indevidamente de bens e valores pertencentes ao Sr. J. C. de S., idoso falecido, em violação aos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003). A denúncia detalha os fatos, os fundamentos jurídicos, como o Estatuto do Idoso e o Código Penal, e apresenta pedidos específicos, como a coleta de provas, a responsabilização criminal e a comunicação ao Ministério Público.

NOTÍCIA CRIMINIS

Excelentíssimo Senhor Delegado de Polícia

PREÂMBULO

A. F. de S., brasileira, viúva, analógica, atualmente inventariante do espólio de seu falecido companheiro, Sr. J. C. de S., residente e domiciliada na Rua X, nº 123, Bairro Y, Cidade Z, CEP 00000-000, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), noticiar a prática de crimes em desfavor do falecido Sr. J. C. de S., pessoa idosa, requerendo a devida apuração dos fatos e a responsabilização criminal da Sra. M. C. de S., filha caçula do falecido.

DOS FATOS

O Sr. J. C. de S., falecido em 30 de julho de 2024, aos 92 anos de idade, conviveu em união estável com a noticiante por 25 anos. Durante os últimos anos de sua vida, o Sr. J. C. de S. enfrentou graves problemas de saúde, que o deixaram em estado de vulnerabilidade física e mental, passando grande parte do tempo hospitalizado.

A filha caçula do falecido, Sra. M. C. de S., de 34 anos, que já movimentava a conta bancária de seu pai, aproveitou-se da fragilidade do idoso para induzi-lo a assinar, em 02 de maio de 2023, uma apólice de seguro no valor de R$ 188.000,00, tendo ela como única beneficiária. Tal valor foi retirado da conta corrente do falecido, deixando apenas R$ 17.000,00, insuficientes para cobrir despesas hospitalares, contas de cartão de crédito e manutenção da família.

Além disso, na véspera do falecimento do Sr. J. C. de S., a Sra. M. C. de S. apropriou-se do veículo da família sob o pretexto de buscar pertences em sua residência, devolvendo-o apenas no final de 2024, após a noticiante assumir o inventário.

Ressalta-se que o falecido deixou filhos em situação de extrema vulnerabilidade, como uma filha acamada com esclerose múltipla e um filho com neuralgia do trigêmeo, ambos desprovidos de recursos financeiros. A conduta da Sra. M. C. de S. causou grave prejuízo à família e caracteriza, em tese, os crimes previstos nos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso.

DO DIREITO

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) protege os direitos das pessoas idosas, especialmente contra abusos e apropriações indevidas de seus bens e rendimentos. O artigo 102 dispõe que é crime "apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade". Já o artigo 106 prevê pena para quem "induzir pessoa idosa, sem discernimento de seus atos, a outorgar procuração para fins de administração de bens ou dele se valer para obter vantagem pessoal".

No presente caso, a Sra. M. C. de S. induziu o idoso a assinar uma apólice d"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise e julgamento dos fatos narrados na peça inicial, que noticia crimes praticados pela Sra. M. C. de S. contra o patrimônio e a dignidade do idoso Sr. J. C. de S., com fundamento nos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso ( Lei 10.741/2003), bem como em princípios constitucionais e legislação infraconstitucional correlata.

Dos Fatos e do Direito

Conforme os autos, a conduta da requerida, Sra. M. C. de S., configurou, em tese, a prática dos crimes previstos nos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso. Essa conclusão decorre da análise dos elementos probatórios apresentados, que indicam a apropriação indevida de valores da conta bancária do idoso e a obtenção de vantagem econômica em detrimento de sua saúde e manutenção familiar.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 230, impõe o dever de proteção à dignidade e aos direitos dos idosos, sendo corolário dos princípios da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e da solidariedade familiar. Tais princípios são reiterados pela legislação infraconstitucional, especialmente o Estatuto do Idoso, que criminaliza atos de apropriação indevida e indução de pessoa idosa a atos lesivos ao seu patrimônio.

Ademais, o Código Penal, em seu art. 171, reforça a tipificação de condutas fraudulentas que resultam em prejuízo a terceiros, sendo aplicável ao caso em tela, em conjunto com as disposições específicas do Estatuto do Idoso.

Da Hermenêutica Jurídica e Fundamentação

A interpretação hermenêutica dos fatos, à luz do ordenamento jurídico, conduz ao reconhecimento do desrespeito aos direitos do idoso, ressaltando-se o prejuízo material e moral causado à família do falecido. A conduta da requerida violou não apenas normas legais, mas também os princípios éticos e sociais que regem as relações familiares.

A jurisprudência nacional, em casos análogos, tem reafirmado a necessidade de proteção especial ao idoso contra apropriações indevidas e fraudes patrimoniais. O TJSP, no julgamento da Apelação Criminal nº Acórdão/TJSP, reconheceu a prática de apropriação indébita contra pessoa idosa e manteve a condenação do agente, enfatizando a gravidade da conduta.

No caso em análise, estão presentes os elementos probatórios que indicam, em tese, a prática dos crimes de apropriação e indução fraudulenta, conforme previstos nos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso. Tais condutas afrontam os princípios constitucionais e devem ser devidamente apuradas e sancionadas.

Do Juízo de Mérito

Com base nos fatos apresentados e na análise da legislação aplicável, entendo que o pedido merece ser conhecido e julgado procedente. A conduta da Sra. M. C. de S. apresenta-se suficientemente narrada e embasada nos autos, devendo ser instaurado o inquérito policial para apuração dos fatos e posterior responsabilização criminal, caso comprovados os delitos.

A procedência do pedido é medida que se impõe, não apenas para assegurar a proteção aos direitos do idoso, mas também para garantir a reparação dos prejuízos causados à família do falecido, conforme preceitua o ordenamento jurídico e as normas de justiça social.

Conclusão

Ante o exposto, voto pelo conhecimento e procedência do pedido, determinando:

  1. A instauração de inquérito policial para apuração dos fatos narrados;
  2. A responsabilização criminal da Sra. M. C. de S. pelos crimes previstos nos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso, caso comprovados os ilícitos;
  3. A adoção de medidas cautelares, se necessário, para assegurar a reparação dos danos causados;
  4. A comunicação ao Ministério Público para acompanhamento do caso e eventual oferecimento de denúncia.

É como voto.

___________________________
Magistrado Relator


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