Modelo de Pedido de Exclusão de Sócio Minoritário do Polo Passivo em Processo de Falência

Publicado em: 09/01/2025 Processo Civil Comercial
Petição judicial requerendo a exclusão de sócio minoritário do polo passivo em processo de falência, com base na ausência de poderes administrativos ou de gestão, absolvição em processo criminal relacionado e ausência de fundamentos legais para a desconsideração da personalidade jurídica. Fundamentação baseada nos artigos 50 do CCB/2002 e 133 do CPC/2015, além de precedentes doutrinários e jurisprudenciais.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÕES JUDICIAIS DA COMARCA DE ___

Processo nº: __________

PREÂMBULO

S. M. da S., brasileiro(a), estado civil ___, profissão ___, portador(a) do CPF nº ___ e RG nº ___, residente e domiciliado(a) na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, endereço eletrônico ___, por intermédio de seu advogado(a) que esta subscreve, com endereço profissional na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, endereço eletrônico ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 319 e 330 do CPC/2015, requerer a sua EXCLUSÃO DO POLO PASSIVO da presente demanda, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O requerente foi incluído no polo passivo do presente processo de falência na qualidade de sócio minoritário, detentor de apenas 1% (um por cento) das cotas sociais da empresa falida. Contudo, é imperioso destacar que o requerente nunca exerceu qualquer função administrativa ou poder de decisão na sociedade empresária.

Além disso, o requerente já foi absolvido em processo criminal relacionado à presente falência, tendo sido reconhecida sua completa inocência quanto à participação em qualquer ato de gestão ou decisão da empresa. Tal absolvição reforça a ausência de qualquer vínculo direto ou indireto do requerente com os atos que levaram à decretação da falência.

Diante disso, a manutenção do requerente no polo passivo da presente ação é manifestamente indevida, razão pela qual se requer sua exclusão, conforme fundamentos a seguir apresentados.

DO DIREITO

A inclusão do requerente no polo passivo da presente demanda viola os princípios da legalidade e da responsabilidade subjetiva, uma vez que ele não possui legitimidade passiva para responder pelos débitos da sociedade falida, conforme disposto no CCB/2002, art. 50.

A legislação brasileira é clara ao estabelecer que a desconsideração da personalidade jurídica, com a consequente inclusão de sócios no polo passivo, somente pode ocorrer quando demonstrados o desvio de finalidade ou a confusão patrimonial entre a pessoa jurídica e seus sócios. No presente caso, não há qualquer indício de que o requerente tenha praticado atos que justifiquem sua responsabilização.

Ademais, o CPC/2015, art. 133, exige a instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica, com a devida observância do contraditório e da ampla defesa, para que se possa incluir sócios no polo passivo de ações judiciais. No caso em tela, não houve qualquer demonstração de que o requerente tenha agido de forma a justificar sua inclusão no polo passivo, tampouco foi instaurado o referido incidente.

Por fim, a absolvição do requerente em processo criminal relacionado à falência reforça a ausência de qualquer responsabilidade sua pelos atos praticados pela sociedade empresária, tornando sua inclusão no polo passivo uma afronta ao princípio da presunção de inocência, consagrado no CF/88, art. 5º, LVII.

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de petição apresentada por S. M. da S., requerendo a sua exclusão do polo passivo na presente ação de falência, com fundamento nos arts. 319 e 330 do CPC/2015. O requerente, sócio minoritário com participação de apenas 1% no capital social da empresa falida, argumenta que nunca exerceu funções administrativas ou de gestão. Além disso, sustenta que já foi absolvido em processo criminal relacionado à falência, comprovando sua inocência em relação aos atos que levaram à insolvência empresarial.

O autor da ação sustenta a inclusão do requerente no polo passivo com base na teoria da desconsideração da personalidade jurídica, alegando que a falência decorreu de má gestão e irregularidades na sociedade empresária.

II. Fundamentação

Fatos e Direitos Aplicáveis

A análise dos autos revela que o requerente, na condição de sócio minoritário e sem poderes de gestão, não participou de decisões estratégicas ou administrativas na sociedade empresária. Além disso, a absolvição do requerente em processo criminal relacionado à falência reforça a inexistência de qualquer vinculação direta ou indireta aos atos que levaram à insolvência.

A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, que se aplica diretamente ao caso em tela. Não há nos autos elementos que demonstrem desvio de finalidade, confusão patrimonial ou qualquer outra conduta que justifique a inclusão do requerente no polo passivo da presente ação.

Aplicação do CPC/2015 e do Código Civil

O art. 133 do CPC/2015 exige a instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica para a inclusão de sócios no polo passivo de demandas judiciais. No entanto, não houve a instauração deste incidente, tampouco foram observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.

O Código Civil, no art. 50, estabelece que a desconsideração da personalidade jurídica somente pode ocorrer quando comprovados desvio de finalidade ou confusão patrimonial. No presente caso, não há qualquer prova nos autos que demonstre tais requisitos.

Doutrina e Jurisprudência

A doutrina majoritária, representada por autores como Fábio Ulhoa Coelho e Arnoldo Wald, entende que a responsabilidade dos sócios minoritários deve ser analisada com cautela, exigindo-se prova inequívoca de participação em atos de gestão ou irregularidades que justifiquem sua responsabilização.

A jurisprudência também reforça a necessidade de observância dos requisitos legais para a inclusão de sócios no polo passivo. Cito, por exemplo:

  • TJSP (12ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP - Campinas: "A mera inexistência de bens ou encerramento irregular da atividade empresarial não basta para desconsiderar a personalidade jurídica da devedora, com fundamento no CCB, art. 50."
  • STJ (4ª T.) - RECURSO ESPECIAL 1.852.165 - MG: "A legitimidade dos sócios deve ser analisada com base em elementos concretos, de forma a respeitar o contraditório e a ampla defesa."

III. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, voto pela procedência do pedido, determinando a exclusão do requerente do polo passivo da presente ação, por manifesta ilegitimidade passiva.

Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Oficie-se para as devidas providências.

Local e data.

____________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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