Modelo de Pedido de Partilha de Bens em Regime de Comunhão Parcial com Reconhecimento de Direitos e Indenizações

Publicado em: 10/09/2024 Familia
Petição inicial de ação de partilha de bens ajuizada pelo requerente C. E. da S. contra sua ex-esposa M. F. de S. L., na Vara de Família da Comarca de Magé/RJ. O documento solicita a divisão igualitária dos bens adquiridos durante o casamento sob o regime de comunhão parcial, incluindo um imóvel e um veículo, além de requerer indenização por danos morais e uso exclusivo de bem comum. Fundamenta-se nos artigos 1.658, 1.319 e 1.326 do Código Civil, com a inclusão de jurisprudências relevantes sobre o tema e a solicitação de audiência de conciliação, conforme o CPC/2015, art. 319, VII.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE MAGÉ/RJ

Processo nº: 000522-25.2022.8.19.0075

Requerente: C. E. da S.

Requerida: M. F. de S. L.

Petição Inicial

Assunto: Pedido de Partilha em Regime de Comunhão Parcial de Bens

PREÂMBULO

C. E. da S., brasileiro, estado civil divorciado, profissão aposentado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na casa de sua mãe, localizada na Rua ________, Magé/RJ, vem, por meio de seu advogado, com endereço profissional na Rua ________, Magé/RJ, onde receberá intimações, propor a presente AÇÃO DE PARTILHA DE BENS, em face de sua ex-esposa, M. F. de S. L., brasileira, estado civil divorciada, profissão ________, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua ________, Magé/RJ, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O requerente e a requerida foram casados sob o regime de comunhão parcial de bens, tendo o divórcio sido realizado em cartório no ano de 2020, por iniciativa da requerida. Durante o casamento, o casal construiu uma casa no espaço cedido pelo espólio de José Braga de Oliveira, na parte superior de duas lojas construídas pelo pai do requerente, com autorização da genitora e das irmãs do requerente.

Além disso, o casal adquiriu um veículo CrossFox, ano 2015, financiado, cujas parcelas ficaram em atraso, resultando em protestos e dívidas tributárias. O requerente arcou sozinho com todas as despesas para regularizar a situação do veículo, incluindo a quitação de dívidas e a retirada de protestos em cartório.

Após o divórcio, o requerente foi expulso da casa construída pelo casal, sob ameaça de denúncia de violência doméstica, mesmo nunca tendo agredido ou ameaçado a requerida. Atualmente, o requerente vive em condições precárias na casa de sua mãe, arcando com todas as despesas do imóvel.

DO DIREITO

A presente ação fundamenta-se no regime de comunhão parcial de bens, previsto no CCB/2002, art. 1.658, que determina que os bens adquiridos onerosamente durante o casamento são comuns ao casal, salvo exceções legais. No caso em tela, a casa construída pelo casal no espaço cedido pelo espólio é um bem comum, devendo ser partilhada igualmente entre as partes.

Quanto ao veículo CrossFox, o requerente arcou sozinho com todas as despesas para regularizar a situação do bem, incluindo dívidas tributárias e financeiras. Assim, é justo que o valor do veículo seja deduzido das despesas pagas exclusivamente pelo requerente, conforme o prin"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Processo nº: 000522-25.2022.8.19.0075

Requerente: C. E. da S.

Requerida: M. F. de S. L.

Análise e Fundamentação

Trata-se de ação de partilha de bens em regime de comunhão parcial, na qual o requerente pleiteia a divisão igualitária da casa construída durante o casamento, o reconhecimento de despesas relativas ao veículo adquirido em conjunto e outras questões correlatas. A requerida, por sua vez, apresenta resistência e reivindica direitos contraditórios aos do autor.

O art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Portanto, passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, à luz dos dispositivos legais e constitucionais aplicáveis.

Dos Fatos

Conforme narrado nos autos, o requerente e a requerida contraíram casamento sob o regime de comunhão parcial de bens, dissolvido por divórcio em 2020. Durante o matrimônio, o casal adquiriu bens de natureza onerosa, incluindo um imóvel construído em terreno cedido pelo espólio de José Braga de Oliveira e um veículo CrossFox, ano 2015.

Após o divórcio, o requerente alega ter sido expulso do imóvel sob ameaça de denúncia de violência doméstica, passando a residir em condições precárias na casa de sua mãe. Além disso, relata ter arcado exclusivamente com as dívidas relativas ao veículo comum.

Do Direito

Nos termos do art. 1.658 do Código Civil, os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento sob o regime de comunhão parcial pertencem a ambos os cônjuges, salvo exceções específicas. Assim, o imóvel em questão configura bem comum e deve ser partilhado igualitariamente.

Quanto ao veículo, o requerente afirma ter quitado integralmente as dívidas relacionadas ao bem. Nesse aspecto, invoco o princípio da equidade e da boa-fé objetiva, previstos no ordenamento jurídico, para ponderar que tais despesas sejam deduzidas do valor da partilha, em benefício do requerente.

Por fim, o uso exclusivo do imóvel pela requerida, sem compensação ao requerente, encontra óbice nos arts. 1.319 e 1.326 do Código Civil, que asseguram ao condômino privado do uso do bem o direito à indenização proporcional.

Jurisprudências Aplicáveis

Reforçando os argumentos apresentados, destaco os seguintes precedentes:

  • STJ (3ª T.) - REsp Acórdão/STJ: Direito real de habitação é instituto do direito sucessório, inaplicável ao divórcio.
  • TJRJ (2ª Câmara de Direito Privado) - Apelação 0042124-55.2021: Comunhão parcial abrange bens adquiridos onerosamente, excluindo heranças e doações.
  • TJSP (6ª Câmara de Direito Privado) - Apelação 1014562-78.2024: Uso exclusivo de imóvel comum autoriza indenização, salvo para moradia de prole comum.

Conclusão

Diante do exposto, conheço do pedido e voto pela parcial procedência da ação, para determinar:

  1. A partilha igualitária da casa construída no terreno cedido pelo espólio de José Braga de Oliveira;
  2. O reconhecimento do direito do requerente de transitar nas áreas comuns do imóvel;
  3. A dedução, do valor do veículo CrossFox, das despesas quitadas exclusivamente pelo requerente;
  4. O pagamento de indenização proporcional pelo uso exclusivo do imóvel pela requerida.

Condeno ainda a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

É como voto.

Magé/RJ, ___ de __________ de 2025.

_______________________________________
Magistrado(a)


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