Modelo de Petição Inicial de Ação Anulatória de Partilha Amigável Extrajudicial com Pedido de Nulidade por Prejuízo a Herdeiros Necessários e Vício de Consentimento
Publicado em: 16/04/2025 CivelProcesso Civil Familia SucessãoEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE [CIDADE/UF]
A. F. dos S., brasileiro(a), estado civil [informar], profissão [informar], portador(a) do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado(a) à [endereço completo], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO ANULATÓRIA DE PARTILHA AMIGÁVEL
em face de J. P. dos S., brasileiro, casado, profissão [informar], portador do CPF nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], e de M. C. dos S., brasileira, casada, profissão [informar], portadora do CPF nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliada à [endereço completo], bem como dos demais herdeiros, todos qualificados conforme documentos anexos, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
O falecimento de [nome da falecida] deu ensejo à abertura de inventário, tendo sido realizada partilha amigável entre o cônjuge sobrevivente, J. P. dos S., e os filhos herdeiros descendentes, ora autores e demais réus.
Contudo, a referida partilha foi homologada com cláusula de usufruto vitalício em favor do varão, atribuindo-lhe, de forma exclusiva, a totalidade dos bens do espólio, em flagrante prejuízo dos demais herdeiros, filhos do casal, que foram preteridos de seus quinhões legais.
Ressalte-se que a partilha foi realizada sob o regime de comunhão parcial de bens, sendo certo que, nos termos do CCB/2002, art. 1.829, I, os descendentes concorrem com o cônjuge sobrevivente, cabendo-lhes, portanto, parte da herança.
A atribuição dos bens exclusivamente ao cônjuge varão, com a imposição de usufruto, configura evidente violação aos direitos sucessórios dos autores, que, por desconhecimento ou vício de consentimento, anuíram à partilha, sendo, portanto, necessária a anulação do ato para que se restabeleça a ordem legal de vocação hereditária.
Destaca-se, ainda, que a partilha foi realizada extrajudicialmente, sem a devida observância dos requisitos legais e em prejuízo dos herdeiros necessários, razão pela qual a presente demanda se faz imprescindível para a tutela dos direitos dos autores.
Por fim, cumpre informar que os bens partilhados já foram registrados em nome do cônjuge varão, o que reforça a urgência da medida, sob pena de consolidação de situação irreversível e lesiva ao patrimônio dos herdeiros.
A presente demanda encontra amparo nos princípios da legalidade e da igualdade entre os herdeiros, previstos na CF/88, art. 5º, bem como na legislação infraconstitucional aplicável à sucessão e à partilha de bens.
Nos termos do CCB/2002, art. 1.829, I, a sucessão legítima defere-se, em concorrência, ao cônjuge sobrevivente e aos descendentes, não podendo o cônjuge varão ser contemplado com a totalidade dos bens em detrimento dos filhos herdeiros.
Ademais, a partilha amigável deve observar a igualdade entre os quinhões hereditários (CCB/2002, art. 2.015), sendo nula a atribuição de bens que prejudique herdeiros necessários, salvo se houver consentimento válido e livre de vícios, o que não ocorreu no caso em tela.
A imposição de cláusula de usufruto vitalício e a atribuição exclusiva dos bens ao cônjuge sobrevivente, sem a devida compensação aos demais herdeiros, caracteriza ato de disposição patrimonial que depende de outorga conjugal e do consentimento expresso dos herdeiros, conforme CCB/2002, art. 1.647, I e II, e CPC/2015, art. 73, § 1º, I.
A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, em casos de partilha diferenciada ou renúncia translativa, é indispensável a participação de todos os interessados, inclusive cônjuges dos herdeiros, sob pena de nulidade do ato (vide Rec. Esp. 1.706.999/SP/STJ).
Ainda, nos termos do CPC/2015, art. 319, a petição inicial deve conter a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido"'>...
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