Modelo de Pedido de Prisão Domiciliar Humanitária para Reeducando com Condição Médica Grave, com Base no Art. 117, Inciso II, da LEP

Publicado em: 08/01/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal
Petição apresentada ao Juízo da Vara de Execuções Penais da Comarca de São Paulo, requerendo a concessão de prisão domiciliar humanitária em favor do reeducando F. V. de S., condenado pelo crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal). O pedido fundamenta-se na condição de saúde debilitada do apenado, incompatível com o ambiente prisional, e na ausência de estrutura adequada na unidade prisional para tratamento médico. Invoca-se o art. 117, inciso II, da Lei de Execução Penal (LEP), bem como os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da vedação à pena cruel ou desumana. A petição inclui fundamentação doutrinária e jurisprudencial, e solicita também a realização de perícia médica, caso necessário, além da intimação do Ministério Público.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP

Processo nº: 0023071-68.2024.8.26.0041

F. V. DE S., já qualificado nos autos da execução penal em epígrafe, por meio de seu advogado devidamente constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 117, inciso II, da Lei de Execução Penal (LEP), requerer a concessão de PRISÃO DOMICILIAR HUMANITÁRIA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PREÂMBULO

A presente petição tem como objetivo pleitear a concessão de prisão domiciliar humanitária ao reeducando F. V. DE S., condenado pela prática do crime previsto no CP, art. 217-A (estupro de vulnerável), à pena de 15 (quinze) anos e 6 (seis) meses de reclusão, atualmente recolhido na Unidade Prisional de CDP Pinheiros 1.

DOS FATOS

O reeducando foi condenado por crime de natureza grave, com sentença transitada em julgado, encontrando-se atualmente em regime fechado. Contudo, o mesmo apresenta condições de saúde debilitadas, que o tornam incapaz de permanecer no ambiente carcerário, conforme atestados médicos anexados aos autos. A unidade prisional não dispõe de estrutura adequada para o tratamento de sua condição, colocando em risco sua integridade física e sua dignidade humana.

DO DIREITO

Nos termos do art. 117, inciso II, da LEP, é possível a concessão de prisão domiciliar ao condenado que, por motivo de doença grave, não tenha condições de permanecer no estabelecimento prisional. O princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado no CF/88, art. 1º, III, reforça a necessidade de proteção à saúde e integridade física do reeducando.

Ademais, o princípio da proporcionalidade deve ser observado, de forma a garantir que a execução da pena não se transforme em pena cruel ou desumana, vedada pelo CF/88, art. 5º, III. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) também reconhece que, em situações excepcionalíssimas, como a impossibilidade de tratamento adequado no sistema prisional, é cabível a concessão da prisão domiciliar.

Doutrina

Renato Marcão, ao tratar das hipóteses de prisão domiciliar, destaca que a medida deve ser aplicada em caráter excepcional, quando comprovada a inviabilidade de permanência do reeducando no sistema prisional, seja por questões de saúde ou por outras condições que inviabilizem o cumprimento da pena de forma digna.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Processo nº: Acórdão/TJSP

Reeducando: F. V. DE S.

1. Relatório

Trata-se de pedido de prisão domiciliar humanitária formulado por F. V. de S., condenado à pena de 15 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado, pela prática do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A). O pedido baseia-se no art. 117, inciso II, da Lei de Execução Penal (LEP), ao argumento de que o reeducando apresenta condições de saúde gravemente debilitadas, que tornam inviável sua permanência no ambiente carcerário, conforme documentos médicos anexados aos autos.

A defesa alega que a unidade prisional não possui estrutura adequada para o tratamento necessário, e invoca os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da proibição de penas cruéis ou desumanas (CF/88, art. 5º, III). O Ministério Público foi devidamente intimado e manifestou-se contrariamente ao pedido, argumentando que a gravidade do crime impede a concessão de benefícios ao condenado.

É o relatório. Passo a decidir.

2. Fundamentação

Inicialmente, cumpre observar que o pedido de concessão de prisão domiciliar encontra fundamento no art. 117, inciso II, da LEP, que dispõe sobre a possibilidade de cumprimento da pena em regime domiciliar quando o reeducando, por motivo de doença grave, não tenha condições de permanecer no estabelecimento prisional.

Os documentos médicos anexados aos autos atestam que o reeducando apresenta quadro clínico grave, com necessidade de cuidados contínuos e específicos que, conforme parecer técnico, não podem ser adequadamente prestados no ambiente carcerário. Tal situação coloca em risco a integridade física do condenado, em afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º, inciso III, da Constituição Federal de 1988.

Ademais, a continuidade do cumprimento da pena em ambiente prisional, nas condições de saúde atuais do reeducando, revela-se incompatível com a vedação a penas cruéis ou desumanas, conforme disposto no art. 5º, inciso III, da Constituição Federal. O princípio da proporcionalidade também exige que a execução da pena não agrave desnecessariamente as condições de saúde do condenado.

Embora a prática do crime de estupro de vulnerável seja de inegável gravidade, a execução da pena deve observar os direitos fundamentais do reeducando. Nesse sentido, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e de Tribunais Estaduais tem reconhecido que, em situações excepcionalíssimas, como a impossibilidade de tratamento adequado no sistema prisional, é cabível a prisão domiciliar humanitária.

Conforme precedentes citados (TJSP, Agravo de Execução Penal Acórdão/TJSP e outros), a medida não se trata de benefício à pessoa condenada, mas de garantia de sua dignidade e saúde. Ressalto, ainda, que a concessão da prisão domiciliar não implica a extinção ou redução da pena, mas tão somente a alteração do local de seu cumprimento.

3. Conclusão

Em face do exposto, com fundamento no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal e no art. 117, inciso II, da Lei de Execução Penal, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado pela defesa e determino a concessão de prisão domiciliar humanitária ao reeducando F. V. DE S..

Determino, ainda, que:

  1. Seja expedido o alvará de soltura, condicionado ao cumprimento das medidas cautelares que serão fixadas em audiência própria;
  2. O reeducando seja submetido a acompanhamento médico periódico, com envio de relatórios à Vara de Execuções Penais;
  3. O Ministério Público seja intimado para ciência e eventual recurso.

Comunique-se à unidade prisional para cumprimento imediato desta decisão.

Assim voto.

São Paulo, 10 de outubro de 2024.

Juiz de Direito: ____________________________


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