Modelo de Pedido de Prisão Domiciliar sem Tornozeleira Eletrônica para Apenado em Regime Semiaberto com Fundamentação Constitucional e Jurisprudencial

Publicado em: 04/11/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de petição dirigida à Vara de Execuções Penais, na qual o apenado em regime semiaberto requer a concessão de prisão domiciliar sem a imposição de monitoramento eletrônico (tornozeleira), fundamentando o pedido na dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), individualização da pena (CF/88, art. 5º, XLVI), e na Lei de Execução Penal (art. 117), com apoio em jurisprudência dos tribunais superiores. O modelo destaca a existência de residência fixa, ausência de risco à ordem pública e condições pessoais favoráveis, argumentando pela excepcionalidade do caso e a desnecessidade do monitoramento eletrônico, além de incluir jurisprudência recente sobre o tema. Destina-se a advogados que atuam na execução penal e desejam requerer benefícios humanitários e constitucionais para seus clientes.

PEDIDO DE PRISÃO DOMICILIAR SEM USO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Execuções Penais da Comarca de [Cidade/UF],
Tribunal de Justiça do Estado de [UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar de serviços gerais, portador do CPF nº 123.456.789-00, residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Jardim, [Cidade/UF], CEP 12345-678, endereço eletrônico: [email protected].
Advogado: L. L., inscrito na OAB/[UF] sob o nº 123456, com escritório profissional à Avenida Central, nº 200, Sala 10, Centro, [Cidade/UF], CEP 12345-000, endereço eletrônico: [email protected], telefone: (11) 98797-1084.
Requerido: Ministério Público do Estado de [UF], com endereço à Rua da Justiça, nº 500, Centro, [Cidade/UF], CEP 12345-321, endereço eletrônico: [email protected].

3. EXPOSIÇÃO DOS FATOS

O Requerente, A. J. dos S., encontra-se atualmente cumprindo pena privativa de liberdade em regime semiaberto há aproximadamente 6 (seis) meses, conforme sentença condenatória transitada em julgado, expedida nos autos do processo nº [número do processo].

Durante o período de cumprimento da pena, o Requerente tem apresentado comportamento exemplar, sem registros de faltas disciplinares ou incidentes que desabonem sua conduta. Ressalte-se que, até o presente momento, não há notícia de qualquer descumprimento das obrigações impostas pelo regime semiaberto.

Ocorre que, diante de circunstâncias pessoais e familiares, bem como da ausência de condições estruturais adequadas na unidade prisional para o pleno exercício de direitos fundamentais, o Requerente pleiteia a concessão de prisão domiciliar, sem a imposição de monitoramento eletrônico (tornozeleira), a fim de garantir a efetividade de sua ressocialização e a proteção de sua dignidade.

Destaca-se que o Requerente possui residência fixa, ambiente familiar estruturado e condições de permanecer sob custódia domiciliar, sem risco à ordem pública ou à aplicação da lei penal.

Por tais razões, busca-se a concessão do benefício, nos termos do que dispõe a legislação vigente e a jurisprudência pátria.

4. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO

O pedido de prisão domiciliar fundamenta-se, inicialmente, na dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e na necessidade de garantir ao apenado condições mínimas para o cumprimento da pena, em consonância com os princípios da individualização da pena (CF/88, art. 5º, XLVI) e da ressocialização.

A Lei de Execução Penal (LEP, art. 117) prevê expressamente a possibilidade de concessão de prisão domiciliar para sentenciados em regime aberto, bem como para casos excepcionais, como doença grave, idade avançada, gestação de alto risco, entre outros. Embora o Requerente esteja atualmente no regime semiaberto, a jurisprudência pátria admite, em situações excepcionais e devidamente justificadas, a concessão do benefício também para apenados neste regime, especialmente quando demonstrada a impossibilidade de manutenção do cumprimento da pena em estabelecimento prisional sem violação de direitos fundamentais.

Ressalte-se que o Requerente possui residência fixa e ambiente familiar adequado, elementos que conferem segurança à execução da pena em regime domiciliar, sem necessidade de monitoramento eletrônico, medida que pode ser dispensada quando ausente risco de evasão ou reiteração delitiva.

O pedido, portanto, encontra respaldo não apenas na legislação, mas também nos princípios constitucionais e na orientação jurisprudencial dos Tribunais Superiores, que reconhecem a possibilidade de flexibilização das condições de cumprimento da pena quando presentes circunstâncias excepcionais e devidamente comprovadas.

5. DO DIREITO

O direito à prisão domiciliar está previsto na Lei de Execução Penal (LEP, art. 117), que assim dispõe:

LEP, art. 117: "Somente poderá o juiz permitir ao condenado o cumprimento da pena em residência particular: I – quando maior de 70 (setenta) anos; II – quando acometido de doença grave; III – quando imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV – gestante"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de pedido de prisão domiciliar sem uso de tornozeleira eletrônica, formulado por A. J. dos S., atualmente cumprindo pena em regime semiaberto, sob a alegação de comportamento exemplar, ausência de faltas disciplinares, existência de residência fixa e ambiente familiar estruturado, além da alegada ausência de condições adequadas na unidade prisional para o pleno exercício de direitos fundamentais.

1. Admissibilidade

Inicialmente, verifico que o pedido preenche os requisitos processuais previstos no art. 319 do CPC/2015, estando presentes a legitimidade, a regularidade formal e a adequada fundamentação. Assim, conheço do pedido, passando à análise de seu mérito.

2. Dos Fatos e Fundamentação

O Requerente encontra-se cumprindo pena em regime semiaberto há cerca de seis meses, apresentando conduta exemplar e inexistindo registros de faltas disciplinares. Relata, ainda, circunstâncias pessoais e familiares que justificariam o deferimento do benefício de prisão domiciliar, sem monitoramento eletrônico.

A Constituição Federal, em seu art. 5º, XLVI, assegura a individualização da pena, e o art. 1º, III, consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento da República. O art. 93, IX, da CF/88, por sua vez, exige fundamentação das decisões judiciais, de modo que a presente decisão observa tal comando constitucional.

A Lei de Execução Penal (art. 117) restringe, em regra, a concessão de prisão domiciliar a condenados em regime aberto ou em hipóteses excepcionais (doença grave, idade avançada, gestação de alto risco, entre outros). Contudo, a jurisprudência pátria, inclusive do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais Estaduais, admite a concessão excepcional do benefício a apenados em regime semiaberto ou fechado, desde que comprovada a impossibilidade de manutenção do cumprimento da pena em estabelecimento prisional sem ofensa a direitos fundamentais (cf. AgRg no HC Acórdão/STJ, STJ; TJSP, AgEx 0009406-57.2024.8.26.0502; TJRJ, HC Acórdão/TJRJ).

O pedido de afastamento do monitoramento eletrônico também encontra respaldo jurisprudencial, sendo tal medida dispensável quando inexistente risco de evasão ou reiteração delitiva, como ocorre no presente caso, em que o Requerente possui residência fixa e comportamento exemplar.

Todavia, não há nos autos comprovação de circunstância excepcional que efetivamente impeça o cumprimento da pena em regime semiaberto, tampouco laudos médicos, sociais ou outros elementos objetivos que demonstrem a insuficiência estrutural da unidade prisional ou vulneração específica de direitos fundamentais do apenado. A jurisprudência exige a demonstração do caráter excepcional do caso concreto para autorizar a flexibilização do regime (TJSP, 7ª Câmara de Direito Criminal, AgEx Acórdão/TJSP).

3. Decisão

À luz do exposto, tendo em vista a ausência de elementos objetivos que revelem situação excepcional a justificar a concessão da prisão domiciliar sem monitoramento eletrônico, julgo improcedente o pedido, mantendo-se o cumprimento da pena em regime semiaberto, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Ressalta-se, contudo, que a presente decisão não impede nova análise do pedido caso sobrevenham fatos novos ou elementos capazes de demonstrar a excepcionalidade do caso concreto, em consonância com os princípios constitucionais supracitados.

4. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, art. 117 da Lei de Execução Penal e jurisprudência dominante, julgo improcedente o pedido de concessão de prisão domiciliar sem monitoramento eletrônico.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

5. Observações Finais

Não há custas. Oportunize-se manifestação ao Ministério Público, caso ainda não tenha se pronunciado.

[Cidade/UF], [data do julgamento].

Juiz de Direito


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