Modelo de Pedido de Revogação de Mandado de Prisão Preventiva com Base na Ausência de Requisitos do CPP, Art. 312, e Princípios Constitucionais

Publicado em: 29/11/2024
Petição apresentada ao juízo da Vara Criminal requerendo a revogação de mandado de prisão preventiva expedido contra o Requerente, acusado de estupro de vulnerável. Fundamenta-se na ausência de requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, como a inexistência de risco concreto à ordem pública e à aplicação da lei penal, além de violação ao princípio da proporcionalidade e ao direito à liberdade. Alternativamente, pleiteia a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas, conforme artigo 319 do CPP, destacando a colaboração do acusado com as investigações e a ausência de obstrução no processo. A peça apresenta jurisprudências pertinentes e solicita a juntada de elementos probatórios omitidos.

PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO PREVENTIVA

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de __________

NOME COMPLETO DO REQUERENTE, brasileiro, estado civil, profissão, portador do RG nº ______ e CPF nº ______, residente e domiciliado na Rua ______, nº ___, Bairro ______, Cidade ______, Estado ______, endereço eletrônico ______, por intermédio de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, incisos LXV e LXVI da Constituição Federal de 1988, bem como nos arts. 312 e 316 do Código de Processo Penal, requerer a REVOGAÇÃO DO MANDADO DE PRISÃO PREVENTIVA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Requerente foi indiciado pela suposta prática do crime de estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A do Código Penal. Em razão disso, foi expedido mandado de prisão preventiva contra ele, sob a alegação de necessidade de garantia da ordem pública e aplicação da lei penal.

Contudo, o Requerente compareceu espontaneamente à Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento, demonstrando sua disposição em colaborar com as investigações. No entanto, a autoridade policial, ao representar pela prisão preventiva, omitiu tal fato e não juntou as folhas do depoimento do Requerente aos autos, induzindo o juízo em erro quanto à necessidade da medida extrema.

Ressalte-se que o Requerente ainda se encontra em liberdade, não tendo sido cumprido o mandado de prisão expedido, o que reforça a ausência de risco concreto à ordem pública ou à aplicação da lei penal.

DO DIREITO

A prisão preventiva, como medida cautelar extrema, deve ser decretada apenas quando presentes os requisitos do fumus comissi delicti (indícios suficientes de autoria e materialidade) e do periculum libertatis (risco concreto à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal), conforme disposto no CPP, art. 312.

No caso em tela, o comparecimento espontâneo do Requerente à Delegacia de Polícia demonstra a ausência de risco à aplicação da lei penal, bem como a inexistência de qualquer tentativa de obstrução à instrução criminal. Além disso, a omissão da autoridade policial em informar tal fato ao juízo compromete a fundamentação da decisão que decretou a prisão preventiva, violando o princípio da proporcionalidade e o direito à liberdade, garantido pela CF/88, art. 5º, LXVI.

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Informações complementares

Contexto da Situação

O presente documento trata de um pedido de revogação de mandado de prisão preventiva. O Requerente está sendo acusado da prática do crime de estupro de vulnerável, conforme o artigo 217-A do Código Penal. Em razão dessa acusação, foi expedido um mandado de prisão preventiva, fundamentado na suposta necessidade de garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal.

Fatos Principais

O Requerente, ao tomar conhecimento da investigação, compareceu espontaneamente à Delegacia de Polícia, onde prestou seu depoimento e demonstrou disposição em colaborar com as investigações. Apesar disso, a autoridade policial, ao solicitar a prisão preventiva, omitiu o fato do comparecimento voluntário e não juntou o depoimento aos autos. Tal omissão levou o juízo ao erro, fundamentando a medida extrema da prisão preventiva em elementos incompletos.

Além disso, o mandado de prisão ainda não foi cumprido, o que evidencia a inexistência de risco concreto à ordem pública ou à aplicação da lei penal, reforçando a desnecessidade da medida privativa de liberdade.

Fundamentos Jurídicos

A prisão preventiva é uma medida cautelar extrema, sendo cabível apenas quando presentes os requisitos do fumus comissi delicti (indícios suficientes de autoria e materialidade) e do periculum libertatis (risco concreto à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal), conforme o artigo 312 do Código de Processo Penal (CPP).

No caso em questão, o comparecimento espontâneo do Requerente à delegacia, somado à ausência de qualquer tentativa de obstrução da investigação, demonstra que não há risco concreto à aplicação da lei penal. A omissão da autoridade policial, ao não informar esses fatos ao juízo, comprometeu a fundamentação da decisão que decretou a prisão preventiva, violando os princípios da proporcionalidade e o direito à liberdade, previstos no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal.

O artigo 319 do CPP prevê medidas cautelares diversas da prisão, como o comparecimento periódico em juízo e a proibição de ausentar-se da comarca, que podem ser suficientes para garantir os fins do processo. A manutenção de uma prisão preventiva, na ausência de elementos concretos que a justifiquem, configura constrangimento ilegal.

Jurisprudência Relevante

A jurisprudência tem reforçado a necessidade de fundamentação concreta para a decretação da prisão preventiva. Por exemplo:

  • TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal) - Habeas Corpus Criminal Acórdão/TJSP: "Pedido de revogação da prisão preventiva - Pleito que comporta acolhimento - Necessidade de existência concomitante dos requisitos atinentes ao fumus comissi delicti e periculum libertatis, sendo que esse último não restou demonstrado - Medidas cautelares diversas que se mostram suficientes - Concedida a ordem."
  • TJSP (9ª Câmara de Direito Criminal) - Habeas Corpus Criminal Acórdão/TJSP: "Pedido de revogação da prisão preventiva. Não cabimento. Presentes os requisitos autorizadores dos CPC, art. 312 e CPC art. 313. Prisão decretada com base em elementos concretos extraídos dos autos. Fundamentação idônea."

Conclusão

Diante dos fatos e fundamentos apresentados, o pedido de revogação do mandado de prisão preventiva se justifica, uma vez que a medida extrema carece de elementos concretos que a sustentem. Subsidiariamente, requer-se a aplicação de medidas cautelares diversas previstas no artigo 319 do CPP, que podem alcançar os objetivos processuais, sem necessidade de privação de liberdade.


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