Modelo de Pedido de Revogação de Medidas Protetivas de Urgência em Contexto de Alienação Parental e Denunciação Caluniosa

Publicado em: 06/02/2025 Processo Civil Familia Direito Penal
Ação judicial proposta por A. J. dos S. contra M. F. de S. L., objetivando a revogação de medidas protetivas de urgência deferidas com fundamento na Lei Maria da Penha. O requerente argumenta a inexistência de risco atual que justifique a continuidade das medidas, apontando indícios de alienação parental e possível prática de denunciação caluniosa por parte da requerida. A petição baseia-se em dispositivos do Código Penal, Código de Processo Civil, Constituição Federal e jurisprudências do STJ e TJSP, além de solicitar remessa ao Ministério Público para apuração dos fatos.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________

PREÂMBULO

Requerente: A. J. dos S.
Requerida: M. F. de S. L.
Por intermédio de seu advogado, com endereço profissional na Rua ________, nº ___, Bairro _______, Cidade _______, Estado _______, CEP _______, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 19, §§ 5º e 6º da Lei 11.340/06 e demais dispositivos aplicáveis, propor a presente:

AÇÃO DE REVOGAÇÃO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Em face de M. F. de S. L., brasileira, estado civil _______, profissão _______, portadora do CPF nº _______, residente e domiciliada na Rua ________, nº ___, Bairro _______, Cidade _______, Estado _______, CEP _______, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Requerente ingressou, em 05/09/2024, com ação requerendo a guarda dos filhos. Em audiência de conciliação realizada em 09/12/2024, às 13h, as partes chegaram a um acordo quanto às visitas e aos alimentos.

Contudo, no mesmo dia, às 16h56min, a Requerida compareceu à delegacia de polícia e registrou um boletim de ocorrência, alegando que o Requerente teria praticado o crime de injúria em 10/02/2024, ou seja, fato ocorrido há dez meses. Em razão disso, solicitou medidas protetivas de urgência, que foram deferidas.

O Requerente entende que tal conduta da Requerida visa obstaculizar seu direito de exercer a paternidade, configurando alienação parental, conforme art. 2º, VI da Lei 12.318/2010. Além disso, a conduta da Requerida pode ser enquadrada como denunciação caluniosa, prevista no art. 339 do CP, devendo ser apurada pelo Ministério Público.

DO DIREITO

As medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha possuem natureza inibitória e têm como objetivo prevenir a perpetuação da violência contra a mulher (Lei 11.340/06, art. 19, §§ 5º e 6º). Contudo, para sua manutenção, é imprescindível que se demonstre a permanência da situação de risco que justificou sua imposição.

No presente caso, a narrativa apresentada pela Requerida é contraditória e desprovida de elementos concretos que justifiquem a manutenção das medidas protetivas. O fato alegado ocorreu há dez meses, "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de análise judicial referente ao pedido de revogação de medidas protetivas de urgência formulado por A. J. dos S. contra M. F. de S. L., sob alegação de que tais medidas foram indevidamente fundamentadas em denúncia caluniosa, prejudicando o direito de convivência familiar garantido constitucionalmente.

Fundamentação

Conforme o artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, toda decisão judicial deve ser fundamentada. Nesse sentido, passo à análise dos fatos e do direito aplicáveis ao caso em questão.

Dos Fatos

Conforme consta nos autos, o Requerente ingressou com ação judicial para regulamentação da guarda dos filhos, culminando em acordo homologado em audiência de conciliação. No entanto, no mesmo dia, a Requerida registrou boletim de ocorrência alegando prática de injúria ocorrida há mais de dez meses, o que ensejou a concessão de medidas protetivas de urgência.

O Requerente alega que tal conduta configura alienação parental, conforme o art. 2º, VI, da Lei 12.318/2010, e aponta a ausência de elementos concretos que justifiquem a manutenção das medidas protetivas, dada a inexistência de fatos recentes que comprovem risco à integridade física ou psicológica da Requerida.

Do Direito

A Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) estabelece, em seu art. 19, §§ 5º e 6º, que as medidas protetivas de urgência têm natureza preventiva e dependem da demonstração de risco atual e iminente à vítima. Ademais, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, assegura o direito fundamental à convivência familiar, que deve ser preservado, salvo em situações de risco efetivo.

No presente caso, não se verifica a contemporaneidade dos fatos narrados pela Requerida, tampouco elementos probatórios que justifiquem a manutenção das medidas protetivas. A ausência de risco atual à integridade da Requerida e a tentativa de obstrução do relacionamento entre o Requerente e seus filhos indicam a existência de alienação parental, prevista na Lei 12.318/2010.

Ademais, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforça que a revogação de medidas protetivas exige a prévia oitiva da vítima e a comprovação da cessação do risco. Nesse sentido, destaco:

\"A revogação de medidas protetivas de urgência exige a prévia oitiva da vítima para avaliação da cessação efetiva da situação de risco à sua integridade física, moral, psicológica, sexual e patrimonial.\" (STJ, REsp Acórdão/STJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe 14/04/2023)

Por outro lado, a manutenção de tais medidas sem fundamentação adequada viola os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/88), bem como o princípio da proporcionalidade.

Decisão

Diante do exposto, voto no sentido de dar procedência ao pedido formulado pelo Requerente, determinando:

  1. A revogação das medidas protetivas de urgência impostas ao Requerente, por ausência de fundamento fático e jurídico que justifique sua manutenção;
  2. A remessa dos autos ao Ministério Público para apuração de eventual prática de denunciação caluniosa, nos termos do art. 339 do Código Penal;
  3. A realização de audiência de conciliação/mediação, com vistas à preservação do direito à convivência familiar e ao melhor interesse dos menores envolvidos;
  4. A condenação da Requerida ao pagamento de custas judiciais e honorários advocatícios, com fundamento no art. 85 do CPC/2015, no caso de resistência ao pedido.

Assim, conheço do recurso interposto e voto pela procedência do pedido, com fundamento nos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e da proteção à convivência familiar, previstos na Constituição Federal de 1988, arts. 5º, LV, e 227.

É como voto.

Local e data
____________________________
Magistrado(a)


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