Modelo de Pedido de Revogação de Tutela Antecipada pelo INSS com Cessação de Benefício Previdenciário e Restituição de Valores após Sentença de Improcedência

Publicado em: 07/11/2024 Direito Previdenciário
Modelo de petição em que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na qualidade de réu em ação previdenciária, requer a revogação da tutela antecipada anteriormente concedida à parte autora para implantação de benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. O pedido fundamenta-se na sentença de improcedência que reconheceu a ausência dos requisitos legais para o benefício, solicitando a cessação imediata do pagamento, a restituição dos valores recebidos indevidamente (nos termos do art. 115, II, da Lei 8.213/1991 e do Tema 692/STJ), e a aplicação dos princípios da legalidade, segurança jurídica e reversibilidade. O documento traz fundamentação legal, jurisprudência atualizada e pedidos acessórios, como a condenação em custas e honorários, se cabível.

PETIÇÃO DE REVOGAÇÃO DE TUTELA ANTECIPADA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __
(ou, se já em grau recursal: Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator do Tribunal de Justiça do Estado de __)

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o nº 29.979.036/0001-40, com sede na Rua A., nº 100, Bairro Central, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected].
Requerido: M. F. de S. L., brasileira, solteira, aposentada, portadora do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-0, residente e domiciliada na Rua B., nº 200, Bairro Jardim, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected].

3. SÍNTESE FÁTICA

Trata-se de ação previdenciária proposta por M. F. de S. L. em face do INSS, na qual foi concedida tutela antecipada para implantação imediata do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. Posteriormente, sobreveio decisão judicial que, após análise do mérito, julgou improcedente o pedido, reconhecendo a ausência dos requisitos legais para a concessão do benefício. Diante disso, o INSS vem requerer a revogação da tutela antecipada anteriormente concedida, com a consequente cessação do benefício e adoção das medidas necessárias à restituição dos valores recebidos indevidamente.

4. DOS FATOS

A autora, M. F. de S. L., ajuizou demanda previdenciária objetivando a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, alegando o preenchimento dos requisitos previstos na legislação vigente. Em sede de cognição sumária, foi deferida tutela antecipada para imediata implantação do benefício, com fundamento na verossimilhança das alegações e no perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, nos termos do CPC/2015, art. 300.

No curso do processo, após regular instrução, restou comprovado que a parte autora não preenchia os requisitos legais para a concessão do benefício, sendo proferida sentença de improcedência. Assim, a manutenção da tutela antecipada não se justifica, haja vista a ausência de respaldo legal para a continuidade do pagamento do benefício.

Ressalta-se que a tutela antecipada tem natureza precária e pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, conforme dispõe o CPC/2015, art. 296. A permanência da medida, diante da improcedência do pedido, afronta os princípios da legalidade e da segurança jurídica, além de causar prejuízo ao erário.

Destaca-se, ainda, que a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal reconhece a possibilidade de devolução dos valores recebidos a título de benefício previdenciário por força de tutela antecipada posteriormente revogada, nos termos do Lei 8.213/1991, art. 115, II, com redação dada pela Lei 13.846/2019.

5. DO DIREITO

5.1. DA NATUREZA PRECÁRIA DA TUTELA ANTECIPADA

A tutela antecipada é medida de urgência, concedida com base em cognição sumária, cuja eficácia está condicionada à confirmação do direito alegado ao final do processo. O CPC/2015, art. 296 dispõe expressamente que a tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

O princípio da reversibilidade dos efeitos da tutela de urgência é corolário do devido processo legal, garantindo que, em caso de improcedência do pedido, as partes retornem ao estado anterior à concessão da medida, evitando-se enriquecimento sem causa e prejuízo indevido à parte adversa (CPC/2015, art. 300, §3º).

5.2. DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO E DA NECESSIDADE DE REVOGAÇÃO DA TUTELA

Com a prolação de sentença de improcedência, resta evidente a ausência de direito material da parte autora ao benefício previdenciário. Assim, a manutenção da tutela antecipada não encontra respaldo legal, devendo ser imediatamente revogada, com a cessação do pagamento do benefício.

O CPC/2015, art. 302 prevê que a parte que obteve tutela provisória responde pelo prejuízo que a efetivação da medida causar à parte adversa, caso seja revogada ou modificada a decisão, ou, ainda, se o autor decair no pedido principal.

5.3. DA DEVOLUÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS INDEVIDAMENTE

A legislação previdenciária, em sua redação atual, é clara ao determinar a devolução dos valores recebidos por força de decisão judicial posteriormente revogada. O Lei 8.213/1991, art. 115, II, com redação dada pela Lei 13.846/2019, d"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de pedido de revogação de tutela antecipada formulado pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS em face de M. F. de S. L., no âmbito de demanda previdenciária em que se pleiteava a concessão de benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.
A tutela antecipada foi deferida para implantação imediata do benefício, porém, após a instrução processual, restou julgado improcedente o pedido, em razão da ausência dos requisitos legais para a concessão do benefício. Diante desse cenário, o INSS requer a revogação da tutela antecipada, a cessação do pagamento do benefício e a devolução dos valores recebidos indevidamente.

2. Fundamentação

2.1 Interpretação Hermenêutica dos Fatos e do Direito

A controvérsia cinge-se sobre a possibilidade de manutenção da tutela antecipada concedida à parte autora após sentença de improcedência e a consequente necessidade de devolução dos valores percebidos por força da medida.

A tutela antecipada, de natureza precária, foi concedida com base em cognição sumária, em razão da aparente verossimilhança das alegações e do perigo de dano irreparável, nos termos do art. 300 do CPC/2015.

Após instrução probatória, comprovou-se que a parte autora não preenchia os requisitos legais para a concessão do benefício previdenciário, culminando em sentença de improcedência. Assim, resta evidenciada a ausência de direito material ao benefício.

2.2 Da Natureza Precária da Tutela Antecipada

Nos termos do art. 296 do CPC/2015, a tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. O princípio da reversibilidade dos efeitos da tutela de urgência, consagrado no art. 300, §3º do CPC/2015, visa justamente assegurar que, em caso de improcedência do pedido, as partes retornem ao status quo ante, evitando-se enriquecimento sem causa e prejuízo à Administração.

Ademais, a manutenção da tutela diante da improcedência do pedido afronta os princípios da legalidade e da segurança jurídica, além de causar prejuízo ao erário.

2.3 Da Devolução dos Valores Recebidos Indevidamente

A legislação previdenciária, especialmente após a Lei 13.846/2019, determina a devolução dos valores percebidos por força de decisão judicial posteriormente revogada (Lei 8.213/1991, art. 115, II). O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Tema 692, consolidou o entendimento de que é devida a restituição dos valores recebidos a título de benefício previdenciário em razão de tutela antecipada posteriormente revogada, podendo o desconto ser limitado a 30% do valor mensal de eventual benefício ainda devido.

O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, também reconhece a possibilidade de devolução dos valores recebidos em virtude de tutela antecipada posteriormente revogada (Tema 799/STF).

Ressalte-se que a restituição não afronta o princípio da boa-fé objetiva, pois decorre de previsão legal e da natureza provisória da medida antecipatória.

2.4 Princípios Constitucionais e Legais Aplicáveis

O pedido de revogação da tutela encontra respaldo nos princípios da legalidade (CF/88, art. 5º, II), da segurança jurídica e da isonomia. A manutenção de benefício desacompanhado de respaldo legal afronta o interesse público e o equilíbrio financeiro-atuarial do sistema previdenciário.

O princípio da restituição ao estado anterior (restitutio in integrum) assegura que, diante da improcedência do pedido, as partes retornem à situação anterior à concessão da medida, em conformidade com o art. 302 do CPC/2015.

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, toda decisão judicial deve ser fundamentada, o que se observa no presente voto, com a devida análise dos fatos, do direito e da jurisprudência consolidada.

3. Dispositivo

Ante o exposto, conheço do pedido e, no mérito, julgo procedente o pedido do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para:

  1. Revogar a tutela antecipada anteriormente concedida, determinando a imediata cessação do pagamento do benefício previdenciário à parte autora;
  2. Determinar a devolução dos valores recebidos pela parte autora por força da tutela antecipada, nos termos do art. 115, II, da Lei 8.213/1991 e da tese firmada no Tema 692/STJ, admitindo-se, caso ainda em gozo de benefício, o desconto limitado a 30% do valor mensal;
  3. Intimar a parte autora para, querendo, manifestar-se sobre o pedido de devolução dos valores;
  4. Condenar a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, salvo se beneficiária da justiça gratuita;
  5. Determinar, se necessário, a liquidação dos valores em fase própria, observando-se o contraditório e a ampla defesa.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

4. Referências Jurisprudenciais

  • STJ – Tema 692: “A reforma da decisão que antecipa os efeitos da tutela final obriga o autor da ação a devolver os valores dos benefícios previdenciários ou assistenciais recebidos, o que pode ser feito por meio de desconto em valor que não exceda 30% da importância de eventual benefício que ainda lhe estiver sendo pago.”
  • STJ (2ª T.) – AgInt no REsp Acórdão/STJ: “É possível a cobrança dos valores indevidamente recebidos pela parte autora, em virtude de antecipação dos efeitos da tutela, posteriormente revogada, nos termos da jurisprudência desta Corte.”
  • STF – Tema 799: “Possibilidade da devolução de valores recebidos em virtude de tutela antecipada posteriormente revogada.”

5. Fundamentação Constitucional

Esta decisão encontra-se devidamente fundamentada, em atenção ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, garantindo a transparência, o contraditório, a ampla defesa e a segurança jurídica.

6. Conclusão

Assim, julgo procedente o pedido de revogação da tutela antecipada, com a cessação do benefício e a restituição dos valores percebidos, nos termos acima explicitados.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Magistrado(a)


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