Modelo de Pedido de Transferência Integral de Pensão por Morte para Dependente com Deficiência (Síndrome de Down) em Face do INSS

Publicado em: 08/11/2024 Direito Previdenciário
Modelo de petição inicial destinada ao Juizado Especial Federal Previdenciário, visando a transferência integral do benefício de pensão por morte do INSS para dependente com deficiência (Síndrome de Down), diante da incapacidade laborativa e absoluta dependência econômica da filha do falecido segurado. O documento detalha a situação fática, fundamentação legal (Lei 8.213/1991, Lei 13.146/2015, Constituição Federal), jurisprudências pertinentes e requer a concessão de tutela de urgência para assegurar a dignidade, proteção social e subsistência da pessoa com deficiência, incluindo pedidos de citação, procedência, pagamento de parcelas vencidas, honorários advocatícios, e produção de provas.

PETIÇÃO INICIAL DE CONCESSÃO/TRANSFERÊNCIA DE PENSÃO POR MORTE PARA DEPENDENTE COM DEFICIÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara do Juizado Especial Federal Previdenciário da Subseção Judiciária de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: A. G. de O. A., viúvo, aposentado, portador do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [xx.xxx.xxx-x], residente e domiciliado na [endereço completo], CEP [xxxxx-xxx], endereço eletrônico: [e-mail do requerente].
Requerida: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o nº 29.979.036/0001-40, com sede na [endereço da agência local do INSS], endereço eletrônico: [e-mail institucional do INSS].

3. DOS FATOS

O Requerente é viúvo de G. G. de O. A., falecida em 30/04/2015, com quem teve uma filha, M. G. de A., atualmente com 45 anos de idade e portadora de Síndrome de Down, condição que lhe impõe limitações permanentes e a necessidade de cuidados contínuos e específicos.

Desde o falecimento da mãe, o Requerente vem recebendo o benefício previdenciário de pensão por morte, conforme previsto na legislação previdenciária vigente. Entretanto, diante da condição de deficiência da filha, que a torna absolutamente dependente dos cuidados e recursos financeiros para sua subsistência, o Requerente busca, por meio desta ação, a transferência integral do benefício previdenciário de pensão por morte para a filha M. G. de A., a fim de garantir sua dignidade, segurança e bem-estar.

Ressalta-se que a dependência econômica da filha é absoluta, sendo a pensão por morte o único meio de garantir sua sobrevivência, considerando sua incapacidade laborativa decorrente da deficiência.

Diante do exposto, não resta alternativa ao Requerente senão buscar a tutela jurisdicional para assegurar à filha o direito à pensão por morte, nos termos da legislação vigente e dos princípios constitucionais aplicáveis.

4. DO DIREITO

4.1 DO DIREITO À PENSÃO POR MORTE

A pensão por morte é um benefício previdenciário assegurado aos dependentes do segurado falecido, nos termos da Lei 8.213/1991, art. 74. No caso de dependente inválido ou com deficiência, a legislação prevê a manutenção do benefício enquanto persistir a condição, conforme Lei 8.213/1991, art. 77, §2º, II.

O benefício visa garantir a subsistência do dependente que, por sua condição, não pode prover o próprio sustento. No presente caso, a filha do Requerente, M. G. de A., é portadora de Síndrome de Down, sendo, portanto, pessoa com deficiência nos termos da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), art. 2º.

4.2 DA PROTEÇÃO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A Constituição Federal, em seu art. 203, IV (CF/88, art. 203, IV), assegura a proteção social às pessoas com deficiência, garantindo-lhes os meios necessários para viver com dignidade. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) reforça a obrigação do Estado em promover e proteger os direitos das pessoas com deficiência, inclusive no âmbito previdenciário.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência determina que a pessoa com deficiência tem direito à proteção social, à seguridade social e à assistência, sendo vedada qualquer forma de discriminação, inclusive quanto ao acesso a benefícios previdenciários.

4.3 DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

O princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no CF/88, art. 1º, III, constitui fundamento da República e norteia toda a ordem jurídica brasileira. Tal princípio impõe ao Estado o dever de assegurar a todos os cidadãos, especialmente aos mais vulneráveis, condições mínimas de existência digna.

A transferência do benefício previdenciário para a filha portadora de Síndrome de Down é medida que se impõe para garantir sua dignidade, autonomia e inclusão social, em consonância com os princípios constitucionais e legais.

4.4 DA POSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA DA PENSÃO POR MORTE

A legislação previdenciária admite a reversão da cota de pensão por morte ao dependente remanescente, especialmente quando se trata de dependente incapaz ou com deficiência, conforme entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência.

Ademais, o CPC/2015, art. 319, assegura ao jurisdicionado o direito de postular em juízo a proteção de seu direito, sendo legítima a presente pretensão de transferência do benefício.

Assim, restam preenchidos todos os requisitos legais para a concessão da pensão por morte em favor da dependente com deficiência, devendo o pedido ser acolhido.

5. JURISPRUDÊNCIAS

TJSP (2ª Câmara de Direito Público) - Apelação Cível 1001523-54.2023.8.26.0477 - Praia Grande - Rel.: Des. Luciana Bresci"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de ação ajuizada por A. G. de O. A. em face do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, objetivando a transferência integral do benefício previdenciário de pensão por morte para a filha M. G. de A., portadora de Síndrome de Down, em razão da incapacidade laborativa permanente e da dependência econômica absoluta desta.

O autor informa que, desde o falecimento da esposa em 30/04/2015, vem recebendo o benefício de pensão por morte, mas que, diante da condição de deficiência de sua filha, requer a transferência do benefício para garantir a subsistência e dignidade da dependente.

O INSS foi citado para apresentar defesa. As partes apresentaram documentos e requereram a produção de provas.

II - Fundamentação

1. Do Conhecimento do Pedido

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido, pois devidamente instruído e apto à análise do mérito.

2. Dos Fatos e do Direito Aplicável

Restou comprovado nos autos que M. G. de A. é filha do autor e portadora de Síndrome de Down, condição que lhe acarreta incapacidade laborativa permanente, necessitando de cuidados contínuos e sendo absolutamente dependente dos recursos da pensão por morte anteriormente recebida pelo pai.

Nos termos do art. 74 e art. 77, §2º, II, da Lei 8.213/1991, é assegurada a manutenção da pensão por morte ao dependente inválido ou com deficiência enquanto persistir a condição. Ademais, a Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), em seu art. 2º, reforça o direito da pessoa com deficiência à proteção social e ao acesso a benefícios previdenciários, vedando qualquer forma de discriminação.

A Constituição Federal, em seu art. 203, IV, estabelece a proteção social às pessoas com deficiência, devendo o Estado garantir-lhes os meios necessários para uma vida digna. O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) exige, por conseguinte, a promoção dos direitos e garantias fundamentais, especialmente à população mais vulnerável.

A possibilidade de transferência ou reversão da cota de pensão por morte ao dependente remanescente, especialmente quando este é pessoa com deficiência, encontra respaldo não apenas na legislação, mas também na jurisprudência. Destaco os seguintes precedentes:

  • TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Luciana Bresciani, julgado em 30/08/2024: "Concessão de pensão por morte é ato administrativo vinculado - Cabe ao Poder Judiciário a análise dos requisitos, bem como a alteração da decisão administrativa irregular (controle judicial dos atos administrativos)".
  • TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Cristina Tereza Gaulia, julgado em 10/11/2020: "Princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Interpretação sistemática que deve levar em conta as garantias constitucionais e os direitos fundamentais".

Dessa forma, restando demonstrada a condição de deficiência e a dependência econômica de M. G. de A., bem como a necessidade de garantir sua subsistência e dignidade, é legítimo o pedido de transferência da pensão por morte.

3. Da Interpretação Hermenêutica e dos Fundamentos Constitucionais

A interpretação conjugada dos dispositivos legais e constitucionais supracitados, à luz do princípio da dignidade da pessoa humana e da proteção às pessoas com deficiência, impõe o reconhecimento do direito da dependente à percepção integral da pensão por morte.

Ressalte-se que, nos termos do art. 93, IX, da CF/88, "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões", razão pela qual a presente decisão é motivada e exposta com base nos fatos comprovados e no ordenamento jurídico aplicável.

III - Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para determinar ao INSS a transferência integral do benefício de pensão por morte para M. G. de A., portadora de Síndrome de Down, nos termos da fundamentação, assegurando-lhe o recebimento integral do benefício, com o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, devidamente corrigidas.

Confirmo a tutela de urgência para a imediata implementação da transferência do benefício, sob pena de multa diária.

Condeno o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, conforme determinado pelo art. 85 do CPC/2015, caso haja resistência.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade/UF], [data].

___________________________________
Juiz(a) Federal

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