Modelo de Petição de Impugnação à Penhora com Pedido de Desbloqueio de Valores e Concessão de Tutela de Urgência em Defesa da Impenhorabilidade de Verbas Salariais

Publicado em: 11/10/2024 Processo CivilConsumidor
Modelo de petição judicial apresentado em cumprimento de sentença, buscando a impugnação à penhora de valores bloqueados via SISBAJUD em contas bancárias de titularidade dos requerentes. Fundamenta-se na impenhorabilidade de verbas salariais e de natureza alimentar, conforme disposto no art. 833, IV e X do CPC/2015, e na violação aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do mínimo existencial. O documento solicita a concessão de tutela de urgência para o imediato desbloqueio dos valores, bem como a declaração da impenhorabilidade das quantias restritas. Inclui jurisprudências recentes do STJ e Tribunais Estaduais e apresenta pedido de condenação do exequente ao pagamento de honorários e custas processuais.

PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À PENHORA COM PEDIDO DE DESBLOQUEIO DE VALORES E CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de __________ – Tribunal de Justiça do Estado de __________

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, casado, auxiliar de serviços gerais, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, e sua esposa M. F. de S. L., brasileira, casada, auxiliar de limpeza, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, ambos residentes e domiciliados na Rua __________, nº ___, Bairro __________, CEP __________, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua __________, nº ___, Bairro __________, CEP __________, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPC/2015, art. 525, §11 e art. 833, IV e X, apresentar a presente

IMPUGNAÇÃO À PENHORA COM PEDIDO DE DESBLOQUEIO DE VALORES E CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA

nos autos de cumprimento de sentença promovido por Banco XYZ S.A., inscrito no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Rua __________, nº ___, Bairro __________, CEP __________, Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

3. DOS FATOS

Trata-se de cumprimento de sentença promovido pelo exequente Banco XYZ S.A., no qual foi determinada a penhora de valores via sistema SISBAJUD, recaindo sobre contas bancárias de titularidade dos ora impugnantes, marido e esposa, cujas contas são de natureza salário, utilizadas exclusivamente para o recebimento de remuneração mensal decorrente de vínculo empregatício.

O bloqueio atingiu valores depositados em conta corrente e conta poupança de titularidade dos impugnantes, sendo que os montantes constritos correspondem a verbas de natureza eminentemente alimentar, oriundas do salário mensal dos requerentes, os quais são pessoas de baixa renda e dependem integralmente desses valores para sua subsistência e de sua família.

Importante destacar que os valores bloqueados não ultrapassam o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, conforme previsto no CPC/2015, art. 833, X, sendo, portanto, absolutamente impenhoráveis.

O bloqueio indevido de tais verbas compromete gravemente o sustento dos impugnantes e de seus filhos menores, configurando violação ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e ao mínimo existencial.

4. DO DIREITO

Nos termos do CPC/2015, art. 833, IV, são absolutamente impenhoráveis “os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios, as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o §2º”.

Ademais, o art. 833, X, do CPC/2015 estabelece que é impenhorável “a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos”. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem interpretado tal dispositivo de forma extensiva, reconhecendo a impenhorabilidade de valores de natureza alimentar depositados em conta corrente, desde que não ultrapassem o limite legal.

O bloqueio de valores de natureza salarial, ainda que depositados em conta corrente, é vedado pelo ordenamento jurídico, por se tratar de verba de caráter alimentar, indispensável à sobrevivência do devedor e de sua família. A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais Estaduais reconhece a impenhorab"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de impugnação à penhora com pedido de desbloqueio de valores e concessão de tutela de urgência formulado por A. J. dos S. e M. F. de S. L., nos autos de cumprimento de sentença movido por Banco XYZ S.A. Os impugnantes alegam que os valores bloqueados referem-se a verbas de natureza alimentar, oriundas de salários, e, portanto, impenhoráveis nos termos da legislação vigente.

O cerne da controvérsia reside na legalidade da constrição de valores existentes em contas bancárias dos impugnantes, sendo que tais valores são oriundos de salários e não ultrapassam o limite de 40 salários mínimos, conforme disposto no art. 833, IV e X, do Código de Processo Civil.

1. Da Análise Jurídica

Inicialmente, cumpre destacar que o art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 determina que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Assim, passo a fundamentar o presente voto.

Nos termos do art. 833, IV, do CPC/2015, são absolutamente impenhoráveis os salários, vencimentos, proventos de aposentadoria e remunerações que se destinem ao sustento do devedor e de sua família. O inciso X do mesmo artigo também estabelece a impenhorabilidade de valores depositados em caderneta de poupança até o limite de 40 salários mínimos.

Embora os valores estejam depositados em conta corrente ou poupança, é pacífico o entendimento jurisprudencial, inclusive do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que, sendo os valores de natureza alimentar e não ultrapassando o limite legal, devem ser considerados impenhoráveis, mesmo que não depositados em conta poupança específica.

O bloqueio de tais verbas compromete o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), bem como o mínimo existencial. Ademais, a jurisprudência consolidada do STJ reforça essa interpretação protetiva dos direitos fundamentais, especialmente à vida e à subsistência digna.

2. Da Tutela de Urgência

Verifico a presença dos requisitos do art. 300 do CPC para a concessão da tutela de urgência, uma vez que há elementos que evidenciam a probabilidade do direito (verbas de natureza alimentar, inferiores ao limite legal) e o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (impedimento do acesso aos recursos necessários à sobrevivência dos impugnantes e seus filhos menores).

3. Da Jurisprudência

Corrobora esse entendimento o julgamento proferido no AgInt no AREsp Acórdão/STJ (Rel. Min. Humberto Martins), onde se reconheceu a impenhorabilidade de valores inferiores a 40 salários mínimos, ainda que não comprovada a origem específica, quando vinculados à subsistência do devedor.

Ademais, os Tribunais Estaduais também reiteram tal orientação, como se vê nos acórdãos do TJSP nos Agravos de Instrumento Acórdão/TJSP e Acórdão/TJSP.

4. Conclusão

Diante do exposto e com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, bem como nos arts. 833, IV e X, e 300 do Código de Processo Civil, e em consonância com a jurisprudência dominante, voto no sentido de:

  • Conhecer da impugnação apresentada pelos requerentes;
  • Conceder a tutela de urgência pleiteada, determinando o imediato desbloqueio dos valores constritos, por se tratarem de verbas de natureza alimentar e inferiores a 40 salários mínimos;
  • Julgar procedente o pedido de impugnação à penhora, reconhecendo a impenhorabilidade dos valores bloqueados;
  • Condenar o exequente ao pagamento das custas processuais e, se houver resistência, ao pagamento de honorários advocatícios, a serem fixados oportunamente.

É como voto.

Juiz de Direito

Comarca de __________, ___ de __________ de 2024.


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