Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais por Manutenção Indevida de Nome nos Cadastros de Inadimplentes

Publicado em: 12/12/2023 Consumidor
Pedido judicial de indenização por danos morais movido por um consumidor contra uma empresa que manteve indevidamente seu nome nos cadastros de inadimplentes (SPC/SERASA) após a quitação do débito. O autor fundamenta-se no Código Civil (art. 186), Código de Defesa do Consumidor (art. 6º, VI), Constituição Federal (art. 5º, X) e jurisprudências, pleiteando a exclusão do registro, indenização no valor de R$ 10.000,00, e a condenação da ré ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Distribuição por dependência

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, comerciante, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 319, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de EMPRESA X LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Autor realizou o pagamento de um débito junto à Ré em data anterior à inclusão de seu nome nos órgãos de proteção ao crédito (SPC/SERASA). Entretanto, mesmo após a quitação do débito, a Ré não providenciou a exclusão do registro negativador, mantendo indevidamente o nome do Autor como inadimplente.

O Autor, ao perceber a manutenção indevida de seu nome nos cadastros restritivos, entrou em contato com a Ré, solicitando a imediata exclusão do registro. Contudo, a Ré permaneceu inerte, agravando o abalo moral e os prejuízos sofridos pelo Autor.

A conduta da Ré, além de negligente, é contrária aos princípios da boa-fé e da função social do contrato, causando ao Autor constrangimentos e transtornos que ultrapassam o mero dissabor, configurando dano moral passível de reparação.

DO DIREITO

A manutenção indevida do nome do Autor nos cadastros de inadimplentes, mesmo após a quitação do débito, configura ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186. Tal conduta viola o direito à honra e à dignidade do Autor, garantidos pela CF/88, art. 5º, X.

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) também protege o Autor, ao estabelecer que o consumidor tem direito à reparação por danos morais e materiais decorrentes de práticas abusivas (CDC, art. 6º, VI). Ademais, a Súmula 548 do STJ dispõe que, após a quitação do d�"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos morais proposta por A. J. dos S. em face de EMPRESA X LTDA., em razão da manutenção indevida do nome do Autor nos cadastros de inadimplentes, mesmo após a quitação de débito junto à Ré. O Autor pleiteia a exclusão do registro negativador, bem como indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Voto

Da Análise dos Fatos e do Direito

Conforme relatado, o Autor quitou o débito que originou a negativação de seu nome, contudo, a Ré omitiu-se quanto à exclusão do registro nos órgãos de proteção ao crédito, mesmo após solicitação formal. Tal conduta, além de negligente, viola os princípios da boa-fé e gera dano ao patrimônio moral do Autor.

A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 5º, inciso X, assegura a inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, garantindo a reparação do dano moral. Ademais, o artigo 186 do Código Civil de 2002 estipula que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".

O Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo 6º, inciso VI, reforça o dever de reparação por danos morais eventualmente causados ao consumidor. No presente caso, a manutenção indevida do nome do Autor no cadastro de inadimplentes configura ato ilícito passível de reparação por danos morais, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

Da Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer que a negativação indevida do nome do consumidor nos órgãos de proteção ao crédito gera, por si só, o dever de indenizar. Nesse sentido:

TJSP (15ª Câmara de Direito Privado): "Configurado o dano moral em razão de débito não prescrito em conta atrasada na plataforma de crédito, é devida a indenização no valor de R$ 5.000,00, corrigida desde o arbitramento e acrescida de juros de mora desde o evento danoso."

TJSP (38ª Câmara de Direito Privado): "A negativação indevida do nome do autor configura dano moral indenizável. Sopesando-se os fatos e em atenção aos princípios da proporcionalidade e racionalidade, o valor da indenização foi majorado para R$ 10.000,00."

Da Decisão

Em análise hermenêutica entre os fatos e o direito, com fundamento nos princípios constitucionais e legais, entendo que restou configurada a responsabilidade da Ré pelos danos morais causados ao Autor. A manutenção indevida do nome do Autor nos cadastros de inadimplentes ultrapassa o mero dissabor, configurando abalo moral presumido (in re ipsa).

Diante disso, voto no sentido de dar procedência ao pedido, para:

  1. Determinar a exclusão imediata do nome do Autor dos cadastros de inadimplentes (SPC/SERASA), sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), limitada a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
  2. Condenar a Ré ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização por danos morais, corrigidos monetariamente a partir desta data e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês desde o evento danoso;
  3. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, na forma do artigo 85, §2º, do CPC/2015.

Por fim, determino a intimação das partes para ciência desta decisão e seu cumprimento.

Termos Finais

Assim sendo, nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação das decisões judiciais, concluo pelo acolhimento do pedido, nos termos acima expostos.

Sala de Sessões, ___ de __________ de 20__.

_______________________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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